Alceu Valença é um artista que sempre me chamou muito a atenção. A primeira imagem dele que me lembro foi de um clipe para o Fantástico com a música Retrato 3X4, que era tema da novela O Espigão. Na época eu era um adolescente que estava descobrindo a música, e como sempre me liguei naquele tipo de música que corria por fora da indústria do disco, eu logo me liguei em seu jeito de cantar e compor. Logo depois saiu seu disco Molhado de Suor, e as críticas que eu lia sobre seu trabalho confirmavam a boa impressão que ele havia me causado. Naquele período Alceu começou a aparecer nas revistas especializadas em música, e assim eu fui conhecendo sua música mais pelo que eu lia, do que por ouvi-la propriamente, já que suas músicas não tocavam nas rádios (embora eu sintonizasse rádios menos comerciais) e eu não tinha grana para comprar discos. Às vezes ele aparecia na tv, coisa não muito comum, e eu sempre admirando sua música, que era algo novo pra mim.
Mas sem dúvida a imagem mais marcante de Alceu pra mim foi quando se apresentou no Festival Abertura, da Globo, em janeiro de 75. Sua composição "Vou Danado Pra Catende", que fazia citações ao poeta pernambucano Ascenso Ferreira e trazia uma das primeiras fusões do ritmo nordestino com o rock. A interpretação de Alceu para sua música me causou muito impacto. Aquela foi uma das imagens mais marcantes na época para mim.
Nos anos 90, havia uma revista chamada Qualis, que trazia boas matérias, e às vezes trazia um cd encartado. Em um de suas edições a revista trouxe uma ótima matéria com Alceu, assinada por Ayrton Mugnaini Jr., falando de sua carreira, analisando sua discografia e trazendo curiosidades sobre sua vida e carreira. Abaixo destaquei alguns trechos da matéria:
Nos anos 90, havia uma revista chamada Qualis, que trazia boas matérias, e às vezes trazia um cd encartado. Em um de suas edições a revista trouxe uma ótima matéria com Alceu, assinada por Ayrton Mugnaini Jr., falando de sua carreira, analisando sua discografia e trazendo curiosidades sobre sua vida e carreira. Abaixo destaquei alguns trechos da matéria:
"Lá por 1973 Alceu montou em Recife um show chamado O Ovo e a Galinha , cuja música-título dizia: 'Você deveria adivinhar que atrás do samba vam a África/que atrás de tudo havia o açúcar/que é doce, doce como o mel/que é doce/doce como o fel...' 'As pessoas até hoje me confundem com o Raul Seixas por causa dessa música', comentou Alceu na época. 'Parece que ele tem uma fala de fel também ('Eu Sou Egoísta'), mas eu acho que é só por isso.' "
Em seus shows de 1978 Alceu lançou Catrevagem, personagem que é uma espécie de Chaplin do interior pernambucano, homenagem de Alceu a uma pessoa desse nome que era o louco de São Bento do Una (sua cidade natal). O Catrevagem de verdade usava roupas esquisitas e cantava a dançava, satirizando o povo da cidade; ninguém se zangava porque, explicou Alceu na época, 'Catrevagem não pasava de um maluco' "
Alceu formou-se em Direito, mas jamais exerceu a profissão. Em 1978, disse que voltando à sua cidade natal seria reconhecido como doutor, 'só que nenhum doutor tem essa cara de maluco' "
"Ainda em 1978, Alceu divertiu-se com o movimento punk, lembrando-se de seu personagem no filme A Noite do Espantalho, numa entrevista à sua antiga casa, o jornal Ùltima Hora: 'Uma coisa engraçada é que agora pintou por aí essa moda punk e então descobri que sempre estive na moda, isto é, sempre fui punk. Não existe nada mais punk que o Espantalho e eu sou o Espantalho.' "
"Alceu não costuma perder oportunidade para brincadeiras. Como quando, nos anos 70, foi almoçar num restaurante japonês, no bairro paulistano da Liberdade. Imaginem Alceu entrando com seu cabelão, olhos esbugalhados e, para completar, uma calça de veludo vermelho das mais justas, a ponto de ele mal poder sentar. A garçonete já ficou olhando, e quase fugiu quando Alceu se apresentou a ela: 'Eu sou Jesus Cristo'."
"Numa de suas primeiras temporadas em Sampa, Alceu iria dar uma entrevista coletiva. Mas pegou uma gripe tão forte que indispoosto para sair, teve a ideia de dar a coletiva no próprio quarto. E lá estava ele deitado e cercado de jornalistas. Alguns disseram que Alceu imitou o 'bed-in' de Jonh Lennon, que, em protesto pela paz, ficou alguns dias sem sair da cama, inclusive atendendo repórteres. 'Não foi nada disso, foi gripe mesmo', disse Alceu."
"Ainda em 1978, Alceu divertiu-se com o movimento punk, lembrando-se de seu personagem no filme A Noite do Espantalho, numa entrevista à sua antiga casa, o jornal Ùltima Hora: 'Uma coisa engraçada é que agora pintou por aí essa moda punk e então descobri que sempre estive na moda, isto é, sempre fui punk. Não existe nada mais punk que o Espantalho e eu sou o Espantalho.' "
"Alceu não costuma perder oportunidade para brincadeiras. Como quando, nos anos 70, foi almoçar num restaurante japonês, no bairro paulistano da Liberdade. Imaginem Alceu entrando com seu cabelão, olhos esbugalhados e, para completar, uma calça de veludo vermelho das mais justas, a ponto de ele mal poder sentar. A garçonete já ficou olhando, e quase fugiu quando Alceu se apresentou a ela: 'Eu sou Jesus Cristo'."
"Numa de suas primeiras temporadas em Sampa, Alceu iria dar uma entrevista coletiva. Mas pegou uma gripe tão forte que indispoosto para sair, teve a ideia de dar a coletiva no próprio quarto. E lá estava ele deitado e cercado de jornalistas. Alguns disseram que Alceu imitou o 'bed-in' de Jonh Lennon, que, em protesto pela paz, ficou alguns dias sem sair da cama, inclusive atendendo repórteres. 'Não foi nada disso, foi gripe mesmo', disse Alceu."
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