A rodada de ontem do Brasileirão definiu o campeão, com três rodadas de antecedência. Um campeão que todos esperavam, mas que nem por isso deixou de tornar emocionante a partida que fez o Flu se sagrar campeão. Uma partida dramática no segundo tempo, com direito a uma quase virada de um Palmeiras disposto a tudo para não cair para a série B, e onde prevaleceu a estrela do craque, do homem que busca o gol, e por isso é artlheiro, o magnífico Fred.
Se fôssemos olhar somente a frieza dos números contidos nas duas campanhas, diríamos que era seria uma partida desigual, entre o líder incontestável e um time que fez uma campanha bem abaixo das tradições do Palmeiras. Uma diferença de 40 pontos na tabela. Mas o futebol não funciona à base de números, da lógica e do provável, e por isso mesmo é fascinante. O jogo começou equilibrado, com o Palmeiras buscando o gol a todo momento, e o Flu procurando conter o ímpeto palmeirense, principalmente explorando a velocidade de Wellington Nem e o faro de artilheiro de Fred. E o Palmeiras levava perigo, principalmente nas jogadas aéreas. O gol do Atlético/MG sobre o Vasco, num penalti inexistente, cobrado por Ronaldinho Gaúcho parecia adiar o título para as próximas rodadas. E o jogo se encaminhava para terminar o primeiro tempo no 0x0, quando já nos acréscimos, aos 48 minutos, Wellington Nem recebeu a bola pela direita e bateu cruzado, com força, obrigando o goleiro Bruno a rebater, e a bola sobrar nos pés de Fred, que inapelável, mandou para o fundo das redes.No segundo tempo, os times voltaram com a mesma disposição. O Palmeiras, no desespero, precisando da virada a todo custo, partia com tudo, mas o sistema defensivo do tricolor oferecia um bloqueio difícil de ser transposto. Aos 9 minutos, numa jogada em que Fred tentava um cruzamento para a cabeçada de Rafael Sóbis, a bola foi desviada pelo zagueiro Maurício Ramos, a bola acabou cobrindo o goleiro palmeirense e caindo no fundo do gol. A vitória e o campeonato do Flu pareciam certos àquela altura, já que o Vasco havia empatado a partida com o Galo mineiro. Mas aos 16 Barcos diminuiria para o Palmeiras numa jogada que começou num lance de bola parada em que numa confusão na área do Flu, a bola sobrou para ele mandar para as redes tricolores. O gol parece ter reavivado o ímpeto palmeirense, e três minutos depois, novamente num lance que se originou num lance de bola parada, Patrick Vieira empatou a partida, e o gol mudou a cara da partida. Impulsionado por sua torcida que ainda acreditava numa virada, e o time necessitando desse gol para ainda se manter vivo na série A, o Palmeiras partiu com tudo, e o Flu parecia acuado e levando uma forte pressão, como aliás, foi a tônica em grande parte de suas vitórias, onde o fantástico goleiro Diego Cavalieri se destacou com defesas memoráveis. E mais uma vez, a atuação de Cavalieri impediu o gol da virada palmeirense numa defesa monumental num tiro à queima-roupa de Maurício Ramos, que tinha endereço certo. A essa altura, a conquista do título parecia estar adiado, pois o Grêmio havia virado o jogo com o São Paulo, passando o Atlético em um ponto. Mas aos 43 minutos, a estrela de Fred novamente brilhou, após receber um cruzamento de Juan pela direita, e pegar de primeira, com a precisão dos grandes artilheiros, e se isolar ainda mais na artilharia do campeonato, com 19 gols. Daí foi se segurar na defesa, e esperar o apito final, para comemorar mais um título.
Uma campanha fabulosa, em que os números dizem tudo: melhor ataque, maior número de vitórias, melhor defesa, menor número de derrotas e artilheiro, e ainda faltando três rodadas para o encerramento do campeonato com uma diferença de dez pontos para o segundo colocado. Uma bela campanha, de campeão. Um título incontestável, numa partida em que não poderia faltar emoção, e aquele sufoco que nós torcedores tricolores nos acostumamos a sofrer em várias de nossas vitórias nesse campeonato. Parabéns Flu. A torcida agradece.
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