domingo, 30 de janeiro de 2011
Ministra Cantora
Assim como Gilberto Gil no governo Lula, um de seus antecessores na pasta da Cultura, nossa atual ministra Ana de Hollanda também tem experiência na arte do canto, já tendo inclusive gravado. Mas ao contrário de Gil, sua carreira musical foi efêmera. Seguindo os passos do irmão famoso, Chico Buarque, e suas irmãs, Cristina e Miúcha, Ana de Hollanda também teve sua passagem na carreira artística, conforme atesta a matéria abaixo, publicada na revista Música nº45, de 1980:
"O público paulista que conhece o sobrenome da família, seguramente pouco ou nada ouviu falar dessa mulher que se chama Ana Buarque de Hollanda, que acabou de lançar oficialmente seu primeiro LP pelo selo Eldorado.
Exigente consigo mesma, Ana de Hollanda não queria ser apenas mais uma a cantar, pois queria mostrar um trabalho sério num disco extremamente bem elaborado. Além disso, talvez por carregar um sobrenome conhecido ou por ter muito contato com o mundo musical - pontos que sempre favorecem a carreira de qualquer artista - Ana de Hollanda se exigiu muito.
"Por ser irmã de Chico Buarque, num certo ponto me auxiliou na elaboração deste disco, pois a convivência com grandes nomes musicais me facilitou na escolha dos compositores. Por outro lado, ser da família Hollanda me leva a uma responsabilidade muito grande e isso fez com que eu pensasse muito antes de gravar um LP."
Para confirmar, Ana de Hollanda começou a estudar canto há dois anos, a fim de explorar melhor a sua voz, aprimorar técnicas de empostação ou dicção. Senão, continuaria a encarar a música como atividade importante em sua vida, mas não profissional. Como na fase anterior ao disco, em que cantava fazendo coro nos shows do Chico com suas irmãs - Cristina e Miúcha - ou em que as três se apresentavam sozinhas, esporadicamente.
Ana de Hollanda para selecionar o repertório desse LP de estreia, foi ao Rio diversas vezes, entrou em contato com vários compositores que conhecia, esmiuçou dezenas de músicas até se decidir por aquelas que tinham a ver consigo.
Foi assim que Ana escolheu o repertório desse seu disco, intitulado Ana de Hollanda, onde a maior parte das composições é inédita, ou então pouco conhecidas.
No lado A, as três primeiras são inéditas : "Waikiri", de João Donato e Carlos Pita, "Três Marias", de Irene Portela, e "Resto de Lembrança", de Novelli e Cacaso, "Um Grito Parado no Ar", de Toquinho e Guarnieri, é conhecida - se bem que, por ter dido gravada numa época em que a letra era proibida pela censura, só incluía um refrão cantado - e "Angélica", do Milton Nascimento e Chico, também.
Do outro lado, fora "Tipo Zero", de Noel Rosa, gravado há muito tempo e nunca mais relançado, as demais também são inéditas: "Santa Vida", de Nelson Angelo, "Alvorada", de Novelli e Carlinhos Vergueiro, "Boca de Cereja", de Nelson Angelo e Cacaso, "Quando os Pedaços da Gemte", de Marcus Vinícius, e "Ciranda", de Irene Portela.
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