terça-feira, 27 de março de 2012
Peter Frampton - Um Sucesso Arrasador e Passageiro
Alguns astros da música conseguem alcançar um sucesso absoluto, e logo depois vão saindo aos poucos da mídia e não conseguem perpetuar a fama e o sucesso. Um exemplo típico é Peter Frampton, que dominou todas as paradas entre 1975 e 1976 com seu álbum duplo ao vivo, Frampton Comes Alive. Fenômeno de vendas, principalmente por se tratar de um álbum duplo, o disco elevou Frampton à categoria de nome mais famoso do show-bizz, capa de todas as grandes revistas do gênero e concertos sempre lotados por onde se apresentasse. Porém, parece que ele havia gasto toda sua munição naquele álbum, e seus discos seguintes não tiveram nem de longe o destaque que Frampton Comes Alive alcançou.
Para se ter uma noção do enorme sucesso que Peter Frampton fazia em 1976, transcrevo uma matéria escrita pela jornalista Sonia Nolasco, correspondente do jornal O Globo em Nova York:
"Se um grupo de especialistas tivesse tido a ideia de 'criar' um novo ídolo de rock, uma estrela perfeita de cinco pontas, eles teriam inventado alguma coisa parecida com Peter Frampton. Talvez eles tivessem duplicado esta beleza ao mesmo tempo máscula e infantil, um jeito de menino tímido, e até o talento musical do moço, mas é muito pouco provável que alguém pudesse recriar esta mágica que fez Frampton emergir como o intéprete (e autor) mais bem sucedido da história do rock. A foto colorida, casual, sem sofisticações, sem fantasias e reproduções de ondas magnéticas, sua foto pura e simples, um Peter Framptom sentado, camisa aberta, punhos rendados, está na capa de seu último LP 'I'm You' (Estou em Você), best-seller em todo o país, reproduzida em centenas de revistas, posters e fotos para fans. Com 26 anos apenas, Frampton é considerado um veterano, soberano absoluto, é o que prova a falta de ingressos para seus concertos nos dias 22 e 23 de agosto, no Madison Square Garden, de Nova York, uma espécie de Maracanãzinho, que vai estar lotado.
Que ele nasceu em Bromley, Inglaterra e começou a cantar e gravar aos 14 anos, os fanáticos de rock já sabem. Com 21 era guitarrista disputado com pedidos de George Harrison, Harry Nilson e John Entwistle. Com eles se desenvolveu mais, se preparando para a carreira de solista, que iria começar dentro de um ano, com o LP 'Wind of Change'. Embora já tivesse gravado 4 LPs com outros conjuntos, este representou os bons ventos que mudaram sua vida. No início do ano passado, saiu com um LP duplo, "Frampton Comes Alive', que vendeu 13 milhões de exemplars até agora. Isto representa um grande recorde nos EUA, é como se tivesse vendido 20 mil por dia. Foi nomeado 'A Estrela do Rock do Ano de 76' por gente que decide as coisas o mundo do rock: os jornais Rolling Stone e Creem and Circus. Também venceu o prêmio máximo dos Músicos de Rock. Só em 1976, Frampton garantiu 67 milhões em vendagens de discos, ingressos para concertos, posters, etc. E se não fica com todo o lucro sozinho, informa seu agente, tem uma larga percentagem. Seu último disco 'I'm You', lançado há menos de um mês, já vendeu um milhão de exemplares, enquanto os outros ('Show Me The Way, 'Baby I Love Your Way, 'Do You Feel Like We Do', todas 45 rpm) continuam a fazer o mesmo sucesso desde que foram lançados, e seu LP 'Comes Alive' está ultrapassando as vendagens do clássico 'White Christmas'.
Frampton diz que gosta desse estágio de carreira mas está ciente de que existe um desafio no ar, devido ao sucesso desse seu novo LP: 'Não tentei competir com isto quando nós fomos gravar no estúdio. Esta é uma meta arriscada, coisa que só acontece uma vez na vida. Sempre fui ambicioso, desde os 8 anos de idade, mas não vou ficar decepcionado se não vendermos mais de 6 milhões'. É divertido vê-lo falar assim, como quem não quer nada: para quem andou sob as luzes da ribalta mais da metade da vida, ficar célebre não é um acontecimento tão inesperado. Frampton conserva essa mesma cara de adolescente apaixonado, nunca se dá ares de estrela, embora se considere uma, e tenha consciência do impacto que está causando. Seu agente Dee Anthony, é a pessoa que o conhece melhor e jura que 'este menino nunca mudou', diz ele. 'É uma criatura normal de 26 anos que gosta de viver e tem os pés firmes na terra'. Mas não diz que um bom empurrão neste pulo que Frampton deu no ano passado para cá é devido à estratégia de Anthony, 51 anos, e um bocado de experiência no mundo do rock. 'Minha técnica é baseada em grandes intérpretes, ou animadores, que vieram para ficar, como Frank Sinatra e Bob Hope. A chave do sucesso é não se expor demais, sair de cena antes que o públco se canse.'
Ninguém vai cansar de Frampton, que já tem uma tournée mundial programada para o próximo ano. Os ingressos para os concertos do Madison Square Garden estão sendo vendidos na base da loteria, porque, diz Anthony, 'são os grandes planos que constroem as grandes lendas.'"
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BOM, O TEMPO PASSOU...FRAMPTON FICOU UM BOCADO "OBSCURO" NOS ANOS 80, MAS ACHO QUE FOI PROPURSOR DE TUDO QUE ROLOU NO SHOWBUSINESS DE 80 PRA CÁ. O LEGALÉ QUE RECENTEMENTE, GANHOU SEU PRIMEIRO GRAMMY, COM UM ÁLBUM INSTRUMENTAL, FICOU CARECA E CONTINUA FAZENDO O QUE GOSTA...PARABÉNS PELO BLOG!
ResponderExcluirValeu, Leo. Realmente Frampton continua fazendo seu som, e mostrando que independente das paradas de sucesso, o importante é fazer seu som com competência e honestamente.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário. Abraço.