Uma banda de blues-rock, com raízes no country, que me impressionou de cara é a Canned Heat. Seu som era vigoroso, um instrumental que contagiava qualquer amante do blues eletrificado, e um vocal poderoso. Havia algo de psicodélico naquele som, e suas apresentações ao vivo eram experiências inesquecíveis, como nos festivais de Monterey em 67 e Woodstock, dois anos depois.
A banda era formada por Bob "The Beat" Hite (voz), Alan Wilson (voz, gaita e guitarra), Henry Vestine (guitarra), Larry Taylor (baixo) e Adolfo Fito de la Parra (bateria). A banda foi formada em 1965, por Alan Wilson e Bob Hite, que eram apaixonados por blues, e tinham o desejo de fazer um som com influência dos grandes bluesmen dos quais eram fãs. Segundo li, o nome da banda foi extraído do título de um antigo disco de blues. O amor e interesse pelo blues, segundo dizem, levaram Alan Wilson a ter uma invejável coleção de discos do gênero mesmo antes de completar vinte anos. Daí dá pra sentir de onde vem aquele blues eletrificado que o Canned Heat fazia, e que já dava mostras em seu primeiro disco, que na época não vendeu muito, mas que já chamava a atenção pelo vigor e criatividade. Após se apresentarem no lendário festival de Monterey, o Canned Heat ganharia uma maior projeção.
O álbum "Boogie With Canned Heat", de 68, definiria o estilo característico da banda, um country-blues trazendo influências do som psicodélico que se fazia na ocasião. É um álbum clássico, que mostrava que o Canned havia chegado para ficar no rico cenário do rock nos anos 60. Nesse disco pode-se destacar, por exemplo, "On The Road Again", com a introdução que imitava o som de uma cítara (um instrumento que algumas bandas haviam descoberto, como os Stones, tocada por Brian Jones, em "Paint In Black", ou os Beatles, através de George Harrison), "Pony Blues", os 19 minutos de "Parthenogenesis", "Bulldoze Blues" e "Goin' Up The Country".
Sua apresentação em Woodstock foi de arrepiar, e confirmou toda a energia que a banda trazia em seu som. O timbre de voz peculiar de Bob Hite, e o som vigoroso que a banda fazia em seus discos e apresentações ao vivo, levaram o Canned Heat a ser cultuado pelos amantes do blues e rock'n roll. Sempre fiéis ao estilo que os consagrou, a banda gravou vários discos de qualidade indiscutível, muitos deles que só vim conhecer recentemente através de gravações que baixei em mp3. O som é realmente contagiante, e dá pra imaginar como eles deviam ser tocando ao vivo.
Infelizmente o suicídio de Alan Wilson, um dos mentores da banda, provocado por uma overdose por barbitúricos em virtude de uma depressão, representou um violento baque para a banda, que mesmo assim continuou a tocar, após uma reestruturação, com constantes mudanças em sua formação. Isso representou uma quebra na unidade da banda, e uma queda na qualidade das gravações posteriores, embora procurassem sempre preservar a sonoridade típica da banda. A morte de Bob Hite, em 1981, após um ataque cardíaco, marcou o fim do que a banda um dia foi e representou. A banda continuou a tocar, mas sem seus dois principais elementos, que foram os fundadores, o Canned Heat perdeu sua unidade.
Mas o que importa de verdade é lembrar da fase áurea dessa banda fantástica, uma das melhores da história quando se fala em blues-rock. Seus antigos discos estão aí para perpetuar o que o Canned Heat ainda representa para o rock e blues.
Olá Márcio, gostei muito da postagem, estava procurando saber mais sobre o Canned , pois estou tirando na guitarra a "On The Road Again ", e na parte da Cítara eu não sabia que era a guitarra imitando ela. Adorei o seu cantinho.
ResponderExcluirEstarei sempre por aqui, sinta-se a vontade para visitar meu blog, será bem vindo por lá. Um forte abraço!
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