Em 1986 a Editora Três lançou uma revista bem interessante sobre drogas, de uma série chamada "O assunto é...". Trata-se de um excelente material, onde várias drogas e seus diferentes usos e efeitos são descritos. Colocadas em ordem alfabética, e com bastantes ilustrações - fotos e desenhos - as drogas mais comuns, e algumas desconhecidas, de uso restrito em certas regiões, e às vezes somente utilizadas em rituais religiosos são descritas, servindo como um ótimo material de pesquisa, principalmente na época, quando não havia tantas fontes de pesquisas, como a Web nos oferece hoje em dia.
A revista abre com um texto de apresentação, escrito por Eduardo Araia, editor da publicação:
"Você é contra ou a favor das drogas? Feita à queima-roupa, esta pergunta traz em geral reações apaixonadas - contra e a favor - e, mais do que isso, uma boa dose de preconceitos e ignorância. À primeira vista, falar em drogas equivale a tratar de produtos tais como maconha, cocaína ou heroína, algumas das 'drogas recreativas' do mundo ocidental. O tema, porém, é bem mais vasto e complexo - e, uma vez examinado com rigor, pode trazer informações surpreendentes para os menos avisados.
Se, por exemplo, considerarmos a droga como uma substância capaz de alterar o estado físico e psíquico de seu usuário, deveremos incluir na relação a cafeína, o açúcar e o álcool - e, automaticamente, reavaliar alguns até então insuspeitos hábitos brasileiros, como o cafezinho e o aperitivo antes, durante e após as refeições. Por outro lado, existe uma diferença substancial entre os jovens que esquecem seu mundo sem perspectivas nas tragadas de seus 'baseados' e os xamãs que ingerem seus cogumelos a fim de fazer curas ou previsões para a tribo; no primeiro caso, trata-se de pessoas de certo modo marginais à sociedade em que vivem, enquanto no segundo são elementos fundamentais à estrutura de seu grupo.
Esta edição de 'O Assunto É...' vem esclarecer um público carente de informações nesta área. Com absoluta isenção e riqueza de dados científicos, ela apresenta as drogas em suas origens, os usos e os efeitos físicos e psíquicos que podem causar. Enfim, um roteiro seguro para todos os interessados neste controvertido assunto."
Um xamã boliviano buscando o transe mastigando folhas de coca |
Os responsáveis pela pesquisa e texto, Roberto Navarro e Lu Gomes, também escreveram um texto introdutório:
"Muito antes do alvorecer da civilização, o homem já fazia uso de drogas, tanto para entrar em contato com divindades como para obter prazer e se divertir. Todavia, ao longo da história, as substâncias alteradoras da mente passaram a ser classificadas entre aceitáveis e condenáveis. O primeiro grupo inclui drogas como álcool, tabaco, cafeína, açúcar (só para citar algumas), que têm seu uso permitido pela lei e estimulado pelas convenções sociais, gerando lucros que transformam sua exploração em poderosas indústrias. O segundo também reúne substâncias diversas, como maconha, cocaína, heroína, LSD ou morfina, cujo tráfico enriquece o crime organizado e aumenta a corrupção. Mas tanto as drogas legais quanto as proibidas podem ser igualmente perigosas se usadas indiscriminadamente pelo usuário desinformado.
Este trabalho não é contra nem a favor de nenhuma droga, seja ela proibida ou não. Tudo que tentamos fazer foi reunir as informações mais atualizadas que existem no mundo sobre o assunto, apoiando o texto em uma ampla pesquisa bibliográfica. Acreditamos que a questão das drogas vem assumindo proporções cada vez mais importantes no Brasil e que a forma mais correta de se lidar com ela não é a repressão indiscriminada ou a louvação irresponsável, mas sim a informação e o debate sem preconceitos.
Esperamos com isso contribuir para uma discussão séria, que leve em conta os conhecimentos disponíveis no momento sobre o tema."
De fato, a revista não levanta bandeiras ou tece opiniões sobre qualquer tipo de substância ali descrita. Ao contrário, apenas descreve suas origens e seus usos, sobre um ponto de visto histórico e esclarecedor. Diversos tipos de drogas, ilícitas ou não, conhecidas ou não, são detalhadas, como anfetaminas, cafeína, barbitúricos, daime, inalantes, LSD, maconha, mescalina, etc. Algumas bem curiosas e desconhecidas também aparecem na publicação: Dona Ana, giesteira-das-vassouras, jurema, lobélia, san pedro e ruibarbo.
Enfim, a publicação é uma excelente matéria para se pesquisar sobre o assunto, cumprindo bem seu objetivo.
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