É comum nas chamadas "datas redondas", que ícones de qualquer área sejam lembrados. Seja aniversário de nascimento (estando a pessoa viva ou não), morte, ou algum outro fato marcante. Com Bob Marley não poderia ser diferente. Ao se completarem 20 anos de sua morte vários eventos aconteceram em todo o mundo. Era 2001 e o jornal O Globo lembrou o fato, numa matéria assinada por Bernardo Araujo:
"No dia 11 de maio de 1981, um câncer que havia começado no dedão do pé matou Robert Nesta Marley, aos 36 anos. Desde então - como aconteceu com outros artistas mortos precocemente, como Elvis Presley, James Dean e, no Brasil, Cazuza e Renato Russo - o culto ao primeiro popstar do Terceiro Mundo só cresce. Vinte anos após sua morte, Bob Marley é reconhecido cada vez mais como um dos compositores mais importantes do século XX, pelo conteúdo político e social de suas ações e, principalmente, pela qualidade de sua música. Eric Clapton, Lee Ritenour, os Red Hot Chili Peppers, Gilberto Gil e Max Cavalera são alguns discípulos confessos de Bob.
É claro que algumas homenagens acontecem com um certo atraso: Marley foi para o Hall da Fama de Hollywood, nos Estados Unidos, no último dia 6 de fevereiro, data em que completaria 56 anos.
Mais de 300 fãs se reuniram, colorindo de vermelho, verde e amarelo - cores da Etiópia e da religião rastafari - na cerimônia de inauguração da estrela de Marley no Hall da fama. Ele foi o 2.171º homenageado no panteão norte-americano. A estrela foi recebida por sua viúva - e mãe de alguns de seus filhos - Rita Marley. A cerimônia marcou o início de uma série de homenagens ao rei do reggae.
Neste final de semana, na Califórnia, acontece o 20º festival Bob Marley Day-Ragga Mulfins. Ontem e hoje, em Long Beach, e amanhã em San Diego, artistas como Buju Banton, Shaggy e Capleton mostram suas músicas e lembram a arte do ídolo. Na próxima quinta-feira, dia 21, ele será um dos homenageados na cerimônia de entrega do Grammy, com um prêmio pelo conjunto de sua obra, ao lado do Who e dos Beach Boys.
A gravadora de Bob, Island Records, inicia em março uma série de relançamentos. Um de seus discos mais importantes, 'Catch a Fire', de 1973, aparecerá nas lojas com nova cara, transformado em CD duplo, e outros se seguirão, como pretende a Universal. 'Ver toda essa gente significa para mim que as ideias de Bob continuam crescendo e atingindo cada vez mais gente, mesmo 20 anos após sua morte', disse na ocasião, o amigo e diretor de artes dos discos de Marley, Neville Garret. 'O número de fãs deve ter se multiplicado por sete neste tempo todo.'
Ironicamente, o câncer que atingiu o dedão do pé direito de Bob Marley em 1976 - atrapalhando as partidas de futebol, uma de suas diversões preferidas - foi de um tipo considerado simples atualmente: um melanoma. O apresentador Jô Soares, por exemplo, foi vítima deste mal nos anos 80 e se curou completamente. Além da medicina menos evoluída do final dos anos 70 - a doença foi diagnosticada em 1976 - pesaram contra ele a demora em procurar um tratamento radical contra as feridas em seu pé e sua recusa em amputar o dedo. Para piorar, naquele mesmo ano Bob tinha sofrido um atentado que lhe deixou uma bala no torso. O projétil ficou em seu corpo até sua morte, cinco anos depois, deixando-o ainda mais debilitado.
O famoso desmaio no Central Park, em Nova York, em 1980, é tido como o anúncio oficial do câncer, mas a mãe de Marley, Cedella Booker, afirma na biografia 'Bob Marley - An Intimate Portrait By His Mother' que anos antes a doença já havia sido descoberta. Bob Marley morreu num hospital de Miami."
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