Palavras Domesticadas

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domingo, 8 de abril de 2012

O Rock Mágico de Leon Russel


Leon Russel é um desses artistas que são reconhecidos como grandes músicos, e que até conseguiram ter um destaque em algum momento da carreira, mas depois cairam no ostracismo, dando lugar na mídia e no show-bizz a pessoas que não chegam nem perto de seu talento. Russel viveu um bom momento em sua carreira no início dos anos 70, mas o mercado de música não o absorveu nas décadas posteriores, e sua careira andou em baixa. Lembro que nos anos 90 ele se juntou a Edgar Winter, e a dupla andou excursionando, chegando até a tocar no Brasil. No ano passado seu nome voltou a ser lembrado, quando Elton John, um fã confesso, o recrutou para gravarem juntos e fazerem shows. Essa união representou uma retomada na carreira de Russel, um grande músico, arranjador e compositor. Abaixo transcrevo uma matéria publicada na revista Pop, em março de 74, quando o músico vivia um bom momento em sua carreira:

"Um enorme chapéu na cabeça, os olhos semicerrados, um cigarro na boca. A camiseta está rasgada. Os cabelos longos e descuidados. As mãos dançam sobre as teclas do piano. A voz sai arrastada, mastigando e gemendo as palavras. Leon Russel parece um mágico, tem sempre uma surpresa para seu público. De repente, ele está de pé, no centro do palco, fazendo misérias com a guitarra. A cabeça gira de um lado para outro, os cabelos dançam com a música e os pés acompanham o ritmo frenético do rock. Minutos depois, ele já está tirando sons incríveis da bateria. Leon Russel é assim. Um músico completo, compositor e arranjador admirado e respeitado pelos grandes cobras do rock. Como todos os gênios, ele começou cedo. Com 3 anos, já brincava com as teclas do piano dos seus pais. Com 13, começou a tocar trombone na banda da escola. Aí formou sua própria banda e teve até que aumentar a idade para poder tocar numa boate de Tulsa. Ele havia deixado definitavamente sua cidade natal, Lawton, Oklahoma (EUA). Com 17 anos, se mandou para Los Angeles, Califórnia, onde trabalhou em várias boates até ser impedido de continuar pela polícia, por causa da idade. Apesar das dificuldades continuou se virando e, com 21 anos, já era considerado um dos mais atuantes e populares músicos de estúdio, em Hullywood. Em 1969 enturmou-se com Dellanie e Bonnie (uma dupla da pesada) e excursionou pelos EUA com o grupo. Depois, fez algumas aparições com Joe Cocker até estourar com o antológico Mad Dog and Englishmen (a excursão, álbum duplo e filme). Aí Leon chamou a atenção do produtor Denny Cordell e juntos fundaram a gravadora Shelter.

Em 1971, Leon brilhou no Concerto para Bangladesh , ao lado de George Harrison, Bob Dylan, Ringo Starr, Billy Preston e Eric Clapton. Foi a consagração. Daí pra frente, ele entrou para o clube dos astros do rock. Seu estilo - uma mistura de gospel (música religiosa), blues e rock - fez escola, e junto com composições como o rock Delta Lady (o grande sucesso de sua excursão pelo Japão, no fim do ano) e a balada A Song For You, criou sua marca registrada, o som de Leon Russel. Ele vive numa grande fazenda em Oklahoma, onde construiu um estúdio de gravações (metade do LP Carney foi gravado lá) e várias casas para receber seus músicos e amigos. Leon agora está lá, escrevendo as canções e fazendo os arranjos para o seu sexto LP, que será gravado ao vivo."

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