Palavras Domesticadas

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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Assistindo a Um Show do Traffic

A banda inglesa Traffic fez história no mundo do rock nos anos 70, por produzir uma música de primeira linha, e ser formada por excelentes músicos.Sua formação clássica (a que aparece na foto acima) trazia Steve Winwood (vocais, teclados e guitarra), Dave Mason (guitarra e vocais), Chris Wood (sax e flauta) e Jim Capaldi (bateria e vocais). Em formações posteriores também fizeram parte Rick Grech (baixo), Jim Gordon (bateria), Reebop Kwaku Bah (percussão), além de outros músicos. A música do Traffic é um pouco difícil de definir, pois trazia uma mistura de folk, jazz, música clássica e rhythm and blues. Em 1974, o Traffic quase tocou no Brasil. Sua vinda já estava acertada, as datas agendadas, e tudo certo, mas para nosso azar a banda resolveu se desfazer pouco antes de sua vinda. Em compensação, Jim Capaldi, baterista da banda, que morreu há alguns anos, teve uma forte ligação com nosso país, pois morou um bom tempo aqui, foi casado com uma brasileira, e por aqui tocou com vários músicos. Possuo um vídeo de uma participação do Traffic no festival de Woodstock de 1994, quando o evento completou 25 anos. Foi um belíssimo show. Em um recorte que guardo, dos anos 90, o jornalista Marcos Penido descreve um show do Traffic que assistiu na Califórnia:
"Tudo começou dentro de uma Tower Records, em San Diego, Califórnia. Era noite. Me lembro que no início dela a seleção de vôlei brasileira vencera a americana pela recém finada Liga Mundial. Logo na estrada, escuto a voz animada do meu amigo Maurício Fonseca: 'Aqui vamos achar'. Encontramos ingressos a 35 doletas. Outros, bem mais baratos, estavam sold out. Pensa daqui, pensa de lá, decidimos pagar pelo tesouro. Maurício me olha inquisidor e me faz uma pergunta que me deixa pensativo: 'Mas eles são bons mesmo?'. Eu sabia que o Traffic era um dos melhores grupos de rock já existentes em todos os tempos. Para mim, vetusto cidadão de 42 anos, o barato, pela ordem eram Beatles, Stones, Traffic, Creedence, Allman Brothers e The Band. Dylan, alma iluminada, dominando tudo por fora.
'Far From Home', nome do novo disco e da turnê, nos aguardava em um dos lugares mais bonitos do mundo: a Baía de San Diego. O lugar, ao ar livre, tinha um público de quarentões vestidos como no final dos anos 60/início dos 70. Foi um show de bola. Steve Winwood nem um quilo a mais nem um a menos, a voz inconfundível e os dedos mágicos nas cordas da guitarra ou no toque do piano. O velho e bom Jim Capaldi comandando nos couros a exímia divisão de ritmo. Dos antigos, ainda Rick Grech - o mesmo do Blind Faith, com Clapton, Winwood e Baker. O som saía firme e vigoroso. Músicas novas e sucessos antigos. As cervejas se sucediam na mesma medida das músicas, 'Hidden Treasure', 'Many Miles To Freedom', 'Shoot Out Of The Fantasy Factory', e o final dos finais com direito a bis, 20 minutos de duração e duas margaritas mexicanas: 'The Low Spark Of High Heeled Boys'. Todo mundo saiu suado e alegre de lá. Havia felicidade no ar. 'Far From Home'. fica perto da casa de qualquer um que curta um bom rock and roll."

2 comentários:

  1. ... Entendo o que vc sentiu. Por acaso e sorte há uns 2 anos vi um show de Steve Winwood em Barcelona. Por incrível que pareça consegui o ingresso tranquilamente pela internet, o lugar do show era epaçoso e dava pra ficar a 50 cm dele num palco bem baixo.
    Bom, o show foi inesquecível. Nem eu sabia que eu gostava tanto do som dele. Muito bom. Ele tem tocado com Clapton, em alguns shows e a platéia fica comletamente de cara ( é só ver o DVD Clapton&Winwood ). Vida longa ao rock de qualidade ! ;)

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  2. Stevie Winwood é um dos grandes nomes do rock. Deve ter sido muito emocionante assisti-lo ao vivo.
    Um abraço

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