Van Morrison é um músico que nunca desfrutou de grande popularidade, nem foi um campeão de vendagens, mas é um artista de grande prestígio, e reconhecido por seu talento e inventividade. Irlandês, de Belfast, Morrison viveu cercado por música desde de criança - seu pai era um grande colecionador de discos de jazz e blues. Por isso mesmo, se iniciou na música mesmo antes de entrar na adolescência, quando já participava de um grupo de rhythm & blues e soul.
Morrison, por começar na música cedo, logo ganhou experiência de palco, e se aprimorou na gaita e no sax, e ao participar do grupo Them, se tornou a figura central da banda, e seu talento de compositor se revelaria na música Gloria, que se tornou sucesso, e logo se converteria em um clássico do rock dos anos 60.
Sua participação no Them durou até começarem os primeiros conflitos entre Morrison e os demais integrantes, pois ele não concordava com o direcionamento da banda para uma linha mais pop e comercial. Morrison partiria então para uma carreira-solo, e seu cartão de visitas seria sua excelente versão para It's All Over Now, Baby Blue, de Bob Dylan.
Seu primeiro álbum, Blowin' You Mind foi lançado em 67, e reunia uma série de compactos que ele havia gravado em Nova York. Mas sua grande obra-prima, que se tornaria um dos discos mais importantes da década de 60, foi gravado no ano seguinte, Astral Weeks.
Esse álbum não trazia nenhuma música candidata a hit, mas revelava uma extraordinária e criativa fusão de jazz, soul e rock, e serviria para tornar Van Morrison um nome respeitado no panorama do rock.
O prestígio conquistado com Astral Weeks fez com que seus álbuns seguintes fossem cercados de grande expectativa, e Morrison não decepcionou. Moondance (1970) trazia dois sucessos radiofônicos, Into The Mystic e Come Running, e confirmaria o talento de Morrison como músico e compositor. Seus álbuns dos anos 70 seriam todos reconhecidos e aclamados pela crítica, e Morrison sempre criativo, adotaria sonoridades pouco exploradas, buscando em suas raízes irlandesas e na música celta, dentre outras influências e pesquisas, o rumo de sua obra.
Seu trabalho atravessou décadas, e ainda hoje sua música traz uma vitalidade e criatividade que poucos músicos conseguem manter ao longo dos anos. O segredo de sua inventividade talvez seja por saber dosar o intimismo com a exuberância de grandes formações nos palcos por onde se apresenta, sem cometer excessos ou se deixar levar pelas leis do mercado. A verdade é que Van Morrison merece ser ouvido e apreciado com mais atenção pelas novas gerações, pelo grande músico que é.
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