Palavras Domesticadas

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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Os 50 Melhores Discos de Rock de Todos os Tempos

Nos anos 90, a  Nova Sampa Diretriz Editora lançava vários títulos ligados ao rock, dentre eles a revista Rock In. Um desses títulos foi uma edição especial da revista, intitulada Os 50 Melhores Discos de Rock de Todos os Tempos. Logicamente, esse tipo de publicação é algo muito pessoal, sempre gerando controvérsias. Quando a escolha é feita por um time de críticos e jornalistas especializados tem-se uma visão mais abrangente, mas no caso da revista, a escolha é feita por uma única pessoa: o jornalista René Ferri. Como um bom conhecedor do assunto, a escolha dos 50 melhores discos de rock segue uma série de critérios, mas o pessoal logicamente prevalece. No texto de apresentação, o editor diz: "A primeira dificuldade do autor foi constatar imediatamente, que a lista dos 50 Melhores Álbuns De Rock tem mais de 50 álbuns. Assim adotamos alguns critérios:
1) Cortamos os álbuns do tipo 'Best of'', senão acabaria sendo uma monótona seleção de 'discos de sucessos' - as poucas compilações constantes desta lista tiveram sua inclusão justificada.
2) O autor brigou o máximo que pôde contra critérios de seleção subjetivos. Mesmo os álbuns festejados unanimemente pela crítica especializada, tiveram um 'julgamento' imparcial para esta seleção. Assim, a lista reflete uma opinião pessoal e não deve ser vista como uma camisa-de-força. Todos os álbuns relacionados ou citados no texto, foram ouvidos pelo autor em época e ocasiões diferentes.
3) Tentamos descobrir e listar os melhores álbuns de cada gênero representativo no grande universo do rock (pop, folk rock, beat, etc) e descartamos discos de grande relevância, e mesmo essenciais para a compreensão do rock, por não serem catalogados como 'discos de rock'. Daí a ausência de Little Willie John, James Brown, Big Joe Turner e outros, muitos dos quais estão entre os artistas preferidos pelo autor."
Abaixo destaco alguns dos álbuns escolhidos:
Capa de Surf's Up
The Beach Boys - Pet Sounds - maio/'66
Surf's Up - junho/'71
Os BB não inventaram a surf music, mas foram os responsáveis pela sua modernização e popularidade. O épico álbum Pet Sounds foi a obra máxima dos BB, onde Brian Wilson aplicou suas ideias mais intensamente. Pet Souns foi inteiramente concebido e produzido por Brian em mono, por causa da sua progressiva surdez em um dos ouvidos.
Os problemas com drogas alucinógenas, agravados pelas crises psicóticas que Brian vinha tendo desde 1964, afetaram seriamente a música dos BB, que depois de Pet Sounds entrou em declínio.
A crise começou a ser contornada na virada dos anos 60. Em 1971, Brian, que estava afastado, se reintegrou à banda para produzir outra obra-prima, Surf's Up, o reverso do sonho dourado que eles ajudaram a construir. Em Surf's Up, a temática é a morte dos rios e dos mares, a poluição do ar, o envenenamento das plantas. Sintonizados com a luta pela preservação da vida, naquele que foi o ano da conscientização da preservação ambiental, os BB fizeram o melhor álbum abordando a temática ecológica.

Cream - Disraeli Gears - dezembro/'67

O Cream viabilizou um novo formato em bandas de rock, que fez escola, o power trio. Formado por três músicos excepcionais, Eric Clapton, Ginger Baker e Jack Bruce, o Cream teve um início claudicante, com o sofrível Fresh Cream, um LP pouco inspirado, mas acertaram a mão em Disraeli Gears, o 2º álbum. Foi este 1ºLP de rock de grande vendagem, onde se ouvia improvisações jazzísticas,um truque abusivamente empregado pelo próprio Cream em produções futuras. Também marcou a estreia do mitológico Eric Clapton, cantando em algumas faixas. A produção de Felix Papallardi está perfeita, assim como o compositor lyricist Peter Brown. Pena que depois de Disraeli Gears, o Cream tenha perdido o toque e o ritmo.

The Jeff Beck Group - Truth - agosto/'68
Depois de uma excelente fase com os Yardbyrds, onde se revelou um talento magnífico como guitarrista, criativo e inovador, principalmente no uso do feedback, o inquieto Jeff Beck formou sua própria banda, The Jeff Beck Group.
O 1º álbum, Truth, é um espetacular disco de rock pesado, um dos primeiros do gênero, que teve a distinção de revelar o vocalista Rod Stewart, até então um obscuro cantor de blues, e Ron Wood.
Depois, Stewart e Wood iriam fazer sucesso nos Faces e o Jeff Beck Group ainda gravaria mais três bons álbuns, com formações modificadas.




The Jimi Hendrix Experience - Eletric Ladyland - agosto/'68
Jimi Hendrix é o grande ídolo da 'geração Woodstock' e por ironia foi quem esgotou a guitarra, o símbolo máximo do rock . Seu melhor álbum, Eletric Ladyland, duplo, tem todos os  elementos que fizeram do Experience um dos mais poderosos e coloridos grupos que já existiram. Nesse álbum, o Experience vai o mais longe que pode na área da experimentação, deglutindo os vários estilos, ritmos e gêneros musicais e quebrando todas as barreiras: este foi o último álbum feito pelo power-trio, Jimi Hendrix, Noel Redding e Mitch Mitchell.




John Mayall Bluebreakers With Eric Clapton - julho/´66 (Inglaterra)
Bare Wires - junho/'68 (Inglaterra)
Memories - novembro/'71
Depois de uma série de discos memoráveis, 'o pai do blues inglês', John Mayall, chegou ao autobiográfico Memories, uma tocante coleção de recordações, feito à base de instrumentação semi-acústica e letras nostálgicas. Antes, Mayall já tinha concebido duas obras-primas dentro do seu estilo habitual, Bluebreakers With Eric Clapton e Bare Wires, blues elétrico pesado, com os ases do blues- rock inglês. A banda de Mayall, que raramente repete o line-up, sempre foi uma escola para os músicos mais jovens, descobertos pelo faro certeiro do mestre, e um núcleo de revitalização para os mais veteranos. Amen Saint John, amen.

The Who - My Generation - dezembro/'65 (Inglaterra)
Who's Next - agosto/'71
A melhor das bandas mod e com uma performance única no show-bizz costumavam quebrar a aparelhagem durante as apresentações. O 1º álbum My Generation é uma reunião brilhante de tudo o que fez do Who uma das bandas mais importantes do rock inglês, os riffs poderosos de Pete Townshend, os vocais esgarçados de Roger Daltrey, a bateria maníaca de Keith Moon e o baixo pesado de John Entwistle - além de originais, covers de James Brown, uma obsessão mod.
Vários bons álbuns se seguiram a My Generation, incluindo o superestimado Tommy e o The Who comparecia com outra obra-prima, Who's Next, onde pela primeira vez ouvia-se um sintetizador predominar num álbum de rock."
Outros álbuns escolhidos: Rubber Soul , Revolver e Abbey Road (The Beatles), Bringing It All Back Home e Highway 61 Revisited (Bob Dylan), Tapestry (Carole King), The Rise And Fall Of Ziggy Stardust e Low (David Bowie), If I Could Only Remember My Name (David Crosby), The Doors (67), My Aim Is True (Elvis Costello), Surrealist Pillow (Jefferson Airplane), Closer (Joy Division), Led Zeppelin (71), Road To Run (Ramones), Beggar's Banquet e Stick Fingers (Rolling Stones).

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