Em 1996, quando completou 50 anos, Aldir Blanc lançou um cd em comemoração à data, reunindo vários artistas amigos e admiradores de sua poesia, dentre eles Paulinho da Viola, Ivan Lins, Fátima Guedes, Edu Lobo, Walter Alfaiate, Carol Saboya, Nana Caymmi, MPB-4, Ed Motta, entre outros. O cd "Aldir Blanc 50 Anos" foi uma bela homenagem ao grande letrista. Além do cd normal, distribuído para as lojas, também foi lançado um tempo depois em bancas de jornais, encartado em uma revista, com um preço mais em conta. Essa era uma prática comum na época, quando a indústria fonográfica dava os primeiros sinais de uma crise que viria a se agravar anos mais tarde. É essa edição do cd que possuo. A revista trazia bons textos de amigos como Hermínio Bello de Carvalho, Luis Nassif (músico, pesquisador e jornalista econômico), Marcos Veras (jornalista, escritor e diretor de programas de tv), além do próprio Aldir e fotos dos bastidores da gravação do cd, servindo como um encarte da obra. Há também três depoimentos sobre o primeiro contato com a poesia de Aldir, dados por Leila Pinheiro, Ivan Lins e Nana Caymmi:
Leila Pinheiro: "A primeira vez que ouvi uma poesia de Aldir foi na voz da baixinha, Elis Regina. Eu tinha uns quatorze anos. É lógico que eu não tinha ainda chão para assimilar toda aquela beleza, mas me impressionou muito. Depois, veio a fase com o João Bosco, aquelas composições todas. Mas até pouco tempo ele era uma pessoa muito distante da minha vida, completamente inacessível. Sabe, aquela vida de poeta, inteiramente dedicado ao seu ofício. Eu, que vou morrer escrevendo e não cantando - sou louca com poesia! - sei o que isso significa, esse encerramento em si mesmo. Também fui assim. Achava que para cantar bem não podia tomar sol, mergulhar no mar. Bem, foi quando surgiu a parceria dele com o Guinga, meu amigo de mais de quinze anos. Meu Deus, eu vou conhecer ele, pensei. O mais engraçado é que pelo telefone ou por fax, a gente se fala horas. Mas ao vivo, pinta uma reverência, pois ele é um ser humano muito especial. Só fui duas vezes à casa dele. O resto foi sempre por telefone. O que eu sinto quando estou ao lado dele é que ficamos os dois de salto alto. No dia em que ele foi ver me show Catavento & Girassol, chorou no camarim. E eu fiquei a meio metro do chão, flutuando..."
Ivan Lins: "A primeira poesia de Aldir que me marcou se chamava 'Olhos Verdes'. Éramos garotos, ele tocava bateria. O romantismo e a fossa estavam sempre presentes na nossa turma. A gente se encontrava no bar, derrubava várias garrafas e alguém pedia: minha namorada me chutou... declama Olhos Verdes! Aldir declamava e a gente chorava... Depois nos reencontramos nos festivais universitários, e o que mais me impressionava nele era a versatilidade literária, até hoje imutável, mantendo a mesma intensidade. Não tenho dúvidas de que ele é um dos maiores poetas desse país. É um homem inteiramente dedicado a sua arte, poeta 24 horas por dia, unindo na mesma medida talento e suor. Por isso ele é esta pedra preciosa que todos nós admiramos. Entre as minhas composições favoritas, incluo 'Dois pra lá, Dois pra cá', 'O Mestre Sala dos Mares', 'O Bêbado e a Equilibrista' e 'Cinquenta Anos'. Tenho por ele uma admiração infinita, pelo caráter e pela bonita postura diante da vida."
Nana Caymmi: "A primeira letra que ouvi de Aldir foi 'Agnus Sei', parceria com João Bosco. Eu ainda não o conhecia, só ao João, naquela época Aldir estava com filhos pequenos, muito solicitado, cheio de obrigações. Apesar da nossa ligação ser puramente musical, eu sempre achei o Aldir uma pessoa normal, com as dores e alegrias que todos nós temos. Mas eu sempre achei que havia um Aldir romântico escondido por trás daquela figura política. Para mim, música e política não se misturam. Por isso, sempre preferi gravar as canções mais românticas. E se não gravei mais, foi por falta de oportunidade. Destaco entre as que gravei 'Denúncia Vazia', que é uma verdadeira porrada! Eu fico muito feliz ao saber que Aldir está compondo com outras pessoas, ampliando seu universo. Um ótimo exemplo é '50 Anos', com Cristóvão Bastos."
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
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Querido amigo,
ResponderExcluirO céu se iluminou,
a estrela apareceu,
os anjos entoaram louvores,
nasceu o filho de Deus.
Numa gruta em Belém,
veio ao mundo o Salvador,
trazendo em suas mãozinhas,
verdade, paz e amor.
Seu bercinho foi uma
manjedoura,
pobrezinha e frugal,
que as bençãos do Deus menino
se renovem neste Natal.
Desejo a você e a todos aqueles de mais ama, um
lindo e abençoado Feliz Natal. Beijocas