Palavras Domesticadas

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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Albatroz - Um livro Contracultural


Escrever e ver publicado meu primeiro romance - Chicletes & Prazer - me trouxe uma profunda alegria. Os contatos, as pessoas que acabei conhecendo em função do livro, antes e depois de publicado, o retorno que a obra vem me dando, em termos de opiniões, comentários, incentivo, etc, me dão cada vez mais a certeza de que valeu a pena acreditar em meu trabalho. Dentre as coisas legais que Chicletes & Prazer me proporcionou posso citar o contato com outros escritores e a troca de nossos livros. O primeiro a realizar essa prática foi Cesar Rosec, que há algum tempo escreveu uma excelente biografia de Jorge Mautner ( Jorge Mautner em Movimento). Já sabia da existência desse livro, mas só agora ao fazer contato com o autor através desse blog, pude ter em mãos esse livro, que ainda não li, mas ao folheá-lo pude verificar que se trata de uma biografia altamente recomendada para quem aprecia o trabalho de Mautner.
Outra troca altamente gratificante foi feita com o escritor e jornalista Joel Macedo, um grande conhecedor dos movimentos contraculturais dos anos 60 e 70, e que através de seu romance Albatroz - O Encontro das Tribos dos Anos 60, faz um relato dos mais agradáveis de se ler sobre o rock, o movimento hippie e todo aquele clima da era do flower power, unindo jornalismo e ficção de uma forma bastante interessante.
O livro se inicia no famoso festival de Atamont, em dezenbro de 69, quando os Rolling Stones cometeram o erro de contratar uma facção dos Hell's Angels para trabalhar de segurança no festival, o que acabou gerando violência e morte, e sendo um contraponto para a ideia de paz, amor e não-violência apregoado pelo movimento hippie. Em meio ao clima pesado que o evento representou, Carlos, um brasileiro, depois de relutar, aceita a carona de um motociclista conhecido por Jou-Jou Rainbow, e os dois saem pelas estradas, vivendo aventuras, conhecendo pessoas e se envolvendo com toda aquela atmosfera de liberdade que reinava nos anos 60.
A leitura de Albatroz é das mais agradáveis, e a narrativa passa bastante autenticidade pelo fato do autor ter vivido intensamente aquele período, como atesta o perfil do autor na orelha do livro:
"Joel Macedo participou do movimento de imprensa alternativa dos anos 70 no Rio de Janeiro. Atravessou os Estados Unidos por terra em duas ocasiões e viajou pela Europa, norte da África, Ásia Central, Índia e Nepal como correspondente da histórica edição brasileira do jornal Rolling Stone."
Por isso mesmo, sua experiência no jornalismo underground fez com que ele com habilidade e sensibilidade, unisse informação e ficção, ao citar tantas bandas e figuras que marcaram aquela época, em personagens do livro.
Para quem quiser adquirir a obra pode pesquisar no site da Livraria Cultura, que encontrará para venda. É uma viagem que vale a pena.

2 comentários:

  1. Obrigado Márcio por sua resenha do meu livro. Foi realmente uma troca gratificante. O seu Chicletes é um livro delicioso. Mas quanto a venda do Albatroz, a Livraria Cultura não é o melhor endereço. Primeiro porque é demorado (eles precisam primeiro pedir para eu mandar para eles e depois enviam), depois porque sai caro. O melhor mesmo, dentro do modelo contracultural é comprar diretamente do autor pelo e-mail: joel.macedo@yahoo.com.br
    Chega rápido e sai mais em conta.
    Estou disponível também para lançamento do livro (com ou sem palestra), em centros culturais ou livrarias.
    Grande abraço e mais uma vez grato pela sua resenha favorável ao Albatroz..

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  2. É um verdadeiro documento sobre os movimentos contraculturais. Macedo narra com sabedoria de quem viveu seu apogeu, começando em Altamont, passando pelo grande encontro das tribos o HUMAN BE-IN. Explorando com desenvoltura os nascimentos de grandes bandas: Jefferson Airplane, Grateful Dead, o surgimento da cantora Janis Joplin com o Big Brother & Hollding Company e muitos outros.
    Faz um cronograma exato do festival de Monterrey, quando ocorreu o primeiro encontro da música oriental com o mundo ocidental com Ravi Shankar, Alla Rakah e Kamala Chakravarty
    respectivamente: sitar, tabla e tamboura.
    Citando as apresentações de Hendrix, Who, Grateful Dead, Redding e vários grupos emergentes.
    Isso sem falar sobre São Francisco, berço da contracultura na Califórnia, especialmente
    as esquinas de Haight-Ashbury.
    Em relação aos personagens Walking Bear e Jo-Jo, verdadeiros protagonistas desse grande road-book que estão presente no olho do furacão dos movimentos Contraculturais. Bear e Jo, fazem o molho exato desse petardo literário.
    Macedo. Cita Thimothy Leary e seu assistente DR Richard Albert, narra também a fortaleza de Leary em Millbrook.
    Passa com segurança por Kesey e os Pranksters. Nada escapa do seu olhar clínico sobre esse grande movimento.
    Realmente um literatura instigante e prazeirosa em ler.
    Nossa!!! um revival completo da Era de Aquarius.

    OBS:são tantos detalhes que fica impossível, descrevê-los, mas tentarei postar mais informações sobre esse marco contracultural, escrito por uma pessoa que presenciou
    tudo de perto: Seu nome JOEL"ALBATROZ"MACEDO

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