Já algumas vezes falei aqui neste espaço sobre quadrinhos underground, destacando mais de uma vez aquele que pode ser considerado o papa dos underground comics: Robert Crumb. Como falei num post anterior, na década de 90 houve no Brasil uma tímida, mas ao mesmo tempo expressiva revitalização desse segmento de quadrinhos, citando, inclusive algumas revistas do gênero que foram publicadas por aqui. Mas volto ao assunto, pois recentemente adquiri um importante livro, com excelente qualidade gráfica e bastante informativo sobre esse segmento editorial de quadrinhos. Trata-se da Zap Comix, que a editora Conrad publicou em 2003.
O livro traz textos bastante informativos sobre a época e as circunstâncias de publicação da Zap Comix, que era uma criação de Crumb, mas que trazia vários outros artistas que produziam quadrinhos na linha underground. O livro destaca outros nomes importantes como Clay Wilson, Rick Griffin, Robert Williams, Manuel Spain, Victor Moscoso e Gilbert Shelton.
A orelha do livro já evidencia a importância da obra para a contracultura, que invadia principalmente as ruas de San Francisco, na California naqueles revolucionários anos 60, reproduzindo um texto extraído do livro Rebel Visions,de Patrick Rosenkranz:
"Robert Crumb fez a coisa que pôs tudo em movimento. Em dois meses explosivos de febre criativa, ele concebeu e desenhou a Zap Comix, que se tornou o modelo e a inspiração para dezenas de gibis underground que rapidamente a seguiram."
O texto de contracapa também destaca a importância histórica no contexto da revolução cultural e comportamental que se experimentava naqueles anos:
"A história de como uma revista artesanal revolucionou os já agitados anos 60 tornou-se uma lenda. Como prova da importãncia da Zap, nos últimos trinta anos surgiram milhões de artistas, revistas e fanzines inpirados no exemplo daqueles alucinados que um dia resolveram fazer uma revista sem pedir permissão a grandes editores e outras autoridades, e saíram eles mesmos vendendo a Zap pelas ruas de San Francisco. Os efeitos da revista fazem notar não só nos quadrinhos, mas transbordam para a literatura, a música pop, a publicidade e o cinema."
A compilação editada pela Conrad traz todos os artistas aqui citados, em histórias retiradas das Zap Comix originais em seus 14 primeiros números. É uma excelente publicação, que só agora, quase oito anos depois eu adquiri. Valeu a pena.
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