Palavras Domesticadas

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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

1º Lagoa Blues Festival - Julho/2001


Em um fim de semana de julho de 2001, nos dias 21 e 22, aconteceu em Campos um evento marcante para os amantes do blues e do rock, o 1º Lagoa Blues Festival, que aconteceu na localidade de Lagoa de Cima. Naquele sábado e domingo, aquele ponto turístico da cidade recebia várias bandas, para realizar um grande festival de música. Muitas pessoas ficaram direto, em barracas de camping (criando um clima woodstockiano) outras assistiram aos shows e voltaram nos dois dias. A Prefeitura, que organizou o evento, colocou à disposição ônibus que saíam de hora em hora, gratuitamente para levar o pessoal, e depois trazê-los de volta.
A programação incluía no primeiro dia a banda Terceiro Grau, especializada em covers de rock dos anos 70 e coisas mais atuais. A Terceiro Grau abriu a programação do sábado. Embora seu estilo não fosse o blues, serviu para aquecer o público com um bom rock'n roll para todos os gostos.
A segunda atração, que subiu ao palco já anoitecendo, foi a Avyadores do Brazyl, lendária banda do grande Luiz Ribeiro, que nos deixou recentemente. Lembro que a Avyadores fez um grande show, calcada em seu primeiro cd Alguma Coisa Vai Acontecer no 401, que eles haviam lançado recentemente, e alguns covers do sempre competente Luiz, que trazia na formação de sua banda na época Sérvulo Sotto no baixo e João Felipe Veloso na bateria, com a participação de Angelo Nani na gaita.

Em seguida seria a vez de uma boa surpresa da noite, uma banda que eu ainda não conhecia, mas que me impressionou bastante, a Big Head. Trazendo na formação Kleyson na guitarra e vocal, Felipe Capachão, no baixo, Gustavo Vieira na guitarra e Huguinho na bateria, a Big Head trazia um repertório de rocks e blues clássicos, já mostrando uma grande performance e desenvoltura no palco, mesmo com a responsabilidade de ser uma banda estreante e ter subido ao palco após um excelente show dos Avyadores.

A última banda local a se apresentar foi a Blues Band Vidro, uma banda que na época tinha 13 anos de estrada, e trazia na formação Betinho Assad na guitarra e vocais, Fábio Cabelo no baixo e Nelsinho Memeia na bateria. Essa, que foi a formação da Blues Band Vidro durante muitos anos, mostrou competência no palco, com Betinho demonstrando domínio de sua guitarra, que lhe valeu elogios de Victor Biglione.
A Big Allambick, liderada pelo lendário guitarrista Big Gilson foi a primeira atração de fora, e fez um show memorável, tendo Big Gilson dado um verdadeiro show de guitarra em composições próprias e clássicos do blues.
Terminando a noite, Big Joe Manfra, outro grande instrumentista, traria um show de ótima qualidade, mas por ser a última atração, e já bem tarde, tocou para um público um tanto reduzido, mas fechou a noite com um grande show, demonstrando ser um ótimo guitarrista.

O domingo começaria com a banda Rei Midas, de Macaé, trazendo covers de blues e algumas composições próprias, seguidos por Celso Blues Boy, a primeira atração de peso do segundo dia, trazendo um belo show.
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Baseado em Blues, outra das bandas programadas para o segundo dia, apresentou um show de qualidade, que trazia no vocal André Casquilho, um ótimo vocalista, além de um dos melhores gaitistas de blues do país, Jefferson Gonçalves. Outra lendária banda de brasileira de blues subiria ao palco naquela noite: A Blues Etílicos, cujo trabalho é um dos mais reconhecidos no segmento blues do Brasil. Foi um show que entusiasmou a galera, e não deixou o pique cair.

Encerrando o festival, a grande atração foi o guitarrista Victor Biglione, que mostrou ser um dos melhores guitarristas de blues do país. Tocando no formato básico de trio, acompanhado de baixo e bateria, Biglione fez um show pra ficar na memória.
Já não me lembro do repertório, mas não me esqueço que o show foi de arrepiar. Seus solos de guitarra contagiavam o público, e o baixista e baterista não ficavam atrás. Foi um show perfeito para encerrar aquele inesquecível festival. O evento foi todo filmado, e merecia ser apresentado, mas nem sei nada sobre aquelas imagens. Gostaria de poder rever aqueles momentos. Quem sabe, um dia.

3 comentários:

  1. Gente, vc crê que foi a última vez que estive em Lagoa de Cima? E parece que foi ontem!
    Tenho repetido, tanto, esta última frase ultimamente... rsrsrsrs!

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  2. Eu também não voltei mais lá, e em julho vai fazer dez anos. Na época a gente nem se conhecia, se não tomaríamos umas cervejas, com certeza.

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  3. Márcio vc tem uma puta memória mesmo.... Esses dois dias foram mesmo históricos. Excelente postagem. A Lagoa poderia ser palco de novos shows de Blues... pena que não é.

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