Palavras Domesticadas

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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Jorge Benjor na Praia do Farol - 19/02/11

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Assistir a um show de Jorge Benjor é a certeza antecipada de participar de uma grande festa, com alegria, animação e muita energia. É estar diante de um mito e ícone de nossa música. E não foi diferente o que aconteceu na noite de ontem na praia de Farol de São Thomé, em Campos. Jorge Benjor, com sua indefectível roupa branca e óculos escuros, ao subir ao palco, já levantou o público com A Banda do Zé Pretinho, seguido de Santa Clara Clareou. Em seguida Benjor continuou desfilando seus inúmeros e incontáveis sucessos, de seus quase 47 anos de carreira, que completará esse ano. Poucos artistas têm um repertório tão vasto e conhecido, capaz de fazer um show de cerca de duas horas só com músicas de sucesso, capaz de fazer o público não parar de cantar junto e dançar do início ao fim.

Um dado interessante desse show é que de todos dele que assisti foi o que ele mais cantou músicas do antológico disco A Tábua de Esmeraldas, de 1974: Magnólia, Zumbi, Os Alquimistas Estão Chegando, Menina Mulher da Pele Preta e O Namorado da Viúva. Esse fato me levou a lembrar de uma coisa que li recentemente na internet: que há um projeto de Jorge fazer um show com o repertório inteiro do citado disco, uma ideia de fãs, e que só faltava o aval do próprio. Benjor já declarou que A Tábua de Esmeralda é seu disco favorito, e de muitos de seus fãs, como eu. Pode ser coincidência, mas o fato de em seu show ele ter trazido tantas músicas daquele disco, pode ser um indício que ele anda mesmo revendo as músicas do álbum.

O show contagiante de ontem trouxe ritmos como funk, reggae, samba, com muito suingue e balanço, e músicas que todos cantavam junto, como Zazueira, País Tropical, Engenho de Dentro, Que Pena, O Telefone Tocou Novamente, Gostosa, Do Leme ao Pontal - que Benjor passou a incluir em seu repertório numa homenagem a Tim Maia - W Brasil, Filho Maravilha e Alcahol. Aliás, sobre Alcahol, em minha opinião é uma das músicas mais perfeitas que conheço. O ritmo é exuberante, a letra é uma obra-prima e traz um refrão contagiante. É interessante, pois muito se fala que as músicas da fase em que ele assinava como Jorge Ben eram superiores às da fase atual. Eu até concordo, mas Alcahol, já da fase Benjor é uma das melhores músicas que ele escreveu, em minha opinião. Uma música perfeita e todos os sentidos. Outra obra-prima, que exemplifica sua face mística e religiosa, sem ser doutrinária, mas apenas como uma homenagem, é Jorge de Capadócia.
Foi mais um grande show, mais uma noite de festa, um presente de um dos maiores músicos desse país. Salve Jorge!

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