sábado, 26 de março de 2011
Arnaldo Antunes no Sesi Campos
Na noite de ontem (25/03) Arnaldo Antunes se apresentou no Sesi Campos. Apesar de seus últimos trabalhos serem o cd Iê-Iê-Iê e o cd e dvd Ao Vivo Lá em Casa, Arnaldo optou por um outro repertório, já que em vez de sua banda trouxe apenas dois de seus músicos: Chico Salém e Betão Aguiar, ambos no violão ou eventualmente com Betão na guitarra. Como a sonoridade de seus últimos trabalhos pede a presença de sua banda completa, o show acabou sendo um apanhado de sua carreira, o que em certo ponto até funciona melhor, já que pôde assim cantar músicas mais conhecidas do público. Essa opção pelo formato semi-acústico, segundo Arnaldo, foi em função das dimensões do teatro do Sesi.
Arnaldo, desde a época dos Titãs já se revelava um artista multi-mídia. Além de letrista publicava livros de poesia (com influências concretistas) e participava da arte gráfica dos álbuns da banda - um exemplo é o belo trabalho de capa de O-Blesq-Blom. Ao deixar a banda, em 92, Arnaldo lançaria seu primeiro cd e vinil (na época esse formato ainda era lançado) Nome. O projeto ainda incluia um livro e uma fita vhs. Era um trabalho bem experimental e pouco comercial, mas foi a realização de um projeto pessoal que seria impossível de ser concretizado enquanto membro da banda. Seus trabalhos posteriores passaram a tender para um tipo de música mais audível para os ouvidos menos habituados para suas experimentações, sem que isso viesse a significar qualquer tipo de concessão ao mercado.
Voltando ao show, Arnaldo escolheu um repertório que se encaixasse melhor no formato reduzido de voz/violões/guitarra, dando destaque para aquelas músicas mais conhecidas, mas não deixando de interpretar algumas de sua nova safra. Assim, ele trouxe ao palco músicas como O Silêncio, Alegria, Socorro, Não Vou Me Adaptar (remetendo aos Titãs), o Sol entre outras, além de algumas de seu disco atual, como Invejoso, Consumado e Longe (parceria com seu tecladista Marcelo Jeneci). Apresentou ainda uma música inédita ainda sem título, que compôs em parceria com seu baixista Betão Aguiar, Davi Moraes e Pedro Baby.
Sua performance no palco e sua comunicação com o público revelam um artista com ótimo domínio de palco, coisa que já demonstrava desde os tempos dos Titãs. Chegou a descer do palco e cantar próximo à plateia e dançar com desenvoltura de um jeito bem pessoal. O show funcionou bem, não só por Arnaldo, como também pelos dois excelentes músicos que o acompanharam.
Após deixar o palco sob calorosos aplausos, retorna ao palco para o bis trazendo três músicas, para encerrar sua apresentação: Engrenagem, do disco Um Som, Essa Mulher e Judiaria, de Lupiscínio Rodrigues, num arranjo bem eletrificado.
Foi mais um bom show trazido pelo Sesi.
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