Palavras Domesticadas

Palavras Domesticadas

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A Passagem de Janis Joplin pelo Brasil



Ontem fez 40 anos da morte de Janis Joplin. O mundo ainda vivia o impacto da morte de Jimi Hendrix, quando chega a notícia que Janis não havia resistido a uma overdose de heroína, aos 27 anos. Em agosto de 2000, a revista TRIP trazia uma grande matéria sobre a passagem de Janis pelo Brasil, no verão de 1970, mostrando fotos até então inéditas de sua passagem pelo Rio de Janeiro. O fotógrafo Rick Ferreira, que encontrou Janis por acaso, divulgou algumas das fotos que tirou da musa do blues, e revelou algumas passagens de seu contato com ela. Eis alguns trechos da entrevista:
Trip: Como foi seu encontro com Janis Joplin? Rick: Cruzei com ela na Avenida Atlântica e a reconheci imediatamente. Aí fui conversar com ela. Trip: Aqui ninguém a reconheceu? Rick: Muito pouca gente. Poucos jornalistas e músicos. Quando a vi, ela estava chorando. Tinha acabado de ser expulsa do Copacabana Palace por ter nadado nua na piscina. Era carnaval e não havia hotéis disponíveis. Ela não sabia para onde ir. Convidei-a para vir para a minha casa, um quarto-e-sala simples no Leblon. Ela aceitou na hora. Aí começou um delírio total de drogas, álcool, de tudo... Trip: Sexo também? Rick: Não. Nunca tive nada com ela. O que queria era agradá-la. Aquela coisa: quer fumo? Vamos arrumar. Mas ela não gostava de maconha, ficava paranoica. O que curtia era álcool e heroína. Trip: O que rolava no apartamento? Rick: Meu apartamento era muito hippie na época. Eu tinha uma coleção de espelhos antigos, e no meio ficava a cama. Um dia ela estava de topless conversando comigo e se insinuou num beijo. Na hora eu travei e recusei. Ela deu uma recuada e deitou na cama. Trip: Como ela foi embora? Rick: Não me lembro mesmo. Depois perdi totalmente o contato. Ela foi um cometa que passou. Meses depois, levei um choque ao saber que ela tinha morrido. Aquela voz era única. Quem consegue hoje em dia ouvir um disco inteiro da Janis Joplin? Ela é fortíssima, intensa, visceral. Janis é única.”

4 comentários: