sábado, 9 de outubro de 2010
Os 70 Anos de John Lennon
Se fosse vivo, John Lennon estaria completando hoje 70 anos. Infelizmente um imbecil cruzou seu caminho há trinta anos, e o levou de nós. Talvez, se fosse vivo, estaria comemorando no palco, na ativa, como continua a fazer seu eterno parceiro Paul McCartney que vem nos visitar.
Minhas lembranças de Lennon vêm desde minha infância, quando era quase impossível não deparar com a imagem onipresente dos Beatles e suas músicas nas rádios e tevês. Depois, com o fim dos Beatles, a presença de John também era marcante. Apesar de aos 10 anos não me ligar tanto na imagem e no significado das palavras de Lennon como ativista e artista, lembro-me bem da imagem de John e Yoko nos telejornais na época em que promoveram o famoso "bagism", quando convocaram a imprensa para filmar sua lua-de-mel. Após pousarem nus para a capa do disco Two Virgins, muitos pensavam que a convocação seria mais um grande escândalo, e eles apenas receberam a imprensa e alguns convidados de pijama, deitados na cama, cantando e pregando a paz mundial. Na adolescência, já me ligava em suas atitudes. Uma das primeiras, se não a primeira grande entrevista de Lennon que li, foi aos 15 anos na revista Ele Ela. A matéria, intitulada John Lennon na Intimidade, trazia várias declarações de Lennon sobre diversos assuntos, como:
Beatles: "George Harrison disse uma vez que os Beatles aconteceram porque trabalhavam mais do que qualquer outro conjunto. É evidente que tínhamos um talento dado por Deus, mas a ele se juntou um trabalho duro e uma energia multiplicada por quatro. Porque acredito que a criatividade vem da energia."
Fama e sucesso:"A fama pode ser um inconveniente, mas não vivo resmungando por ser uma figura pública. Acho até engraçado, sobretudo pelas histórias cômicas que inventam a meu respeito. São tão irreais que ficam engraçadas."
O músico: "Aos 16 anos, eu estava mergulhado num profundo diálogo comigo mesmo. Estava numa escola de arte e meus colegas discutiam sobre a possibilidade de assumirem a arte ou de irem ganhar a vida. Esta discussão produziu a maior decisão de minha vida. Eu queria ser pintor ou escritor. Então pensei:"Se você não está criando algo para mostrar aos outros, para comunicar, está colocando a arte em segundo plano." Fazer música estava fora, pois era uma coisa muito imediata. Quando ouvia música, eu ficava vidrado, hipnotizado. A única coisa que me interessava além dela eram as garotas."
Anos 60:"Não sou o tipo de pessoa que pensa que, já que nossos sonhos não se tornaram realidade nos anos 60, tudo o que dissemos ou fizemos não adiantou nada. Sei que não há nenhuma paz no mundo, apesar de nossos esforços, mas ainda acredito na paz e amor dos hippies. Se alguém lhe dá um sorriso e depois um tapa no rosto, o tapa não anula o sorriso, pois ele existiu."
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Paradoxalmente, o John Lennon 'nasceu' pra mim no dia de sua morte. E por estes efeitos da entropia da informação, hoje eu sinto que viverá para sempre. Também lamento muito por ele não estar na ativa. Parabéns pelo post! Abraço!
ResponderExcluirValeu, Israel. Realmente muitos artistas voltam a ganhar projeção após suas mortes, quando a mídia acaba os trazendo de volta para as novas gerações. Aconteceu com Lennon, Elvis, Michael Jackson e outros.
ResponderExcluirAbraço