Palavras Domesticadas

Palavras Domesticadas

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Fanatismo e Insanidade de Imbecis


Quem me conhece sabe que eu adoro futebol. Acompanho futebol desde criança, e em minha visão infantil, eu via os craques de meu time como heróis, algo acima do bem e do mal. Logicamente com o tempo vamos perdendo a idolatria pelos craques, e passamos somente a admirá-los, até porque hoje em dia, com os interesses de empresários e as mudanças na Lei do Passe, cada vez menos vemos jogadores de destaque serem vinculados aos clubes, como era no passado. Assim, sempre que um jogador tem um certo destaque em seu time, logo aparecem propostas de transferência, e ele se disvincula de seu clube, porque interessa aos empresários.
Mas algo que me revolta dentro do universo das torcidas é ver que o fanatismo insano leva à violência e outros atos imbecis. É muito comum, principalmente nos grandes clássicos, vermos notícias de espancamento e brutalidade contra pessoas que cometeram o crime de vestirem a camisa do clube adversário. Um trecho do hino do meu clube diz: "Eu tenho amor ao Tricolor". Ter amor por nosso time do coração não significa sentir ódio pelo clube adversário ou sua torcida. Também não significa cometermos atos insanos que não significam violência física contra ninguém, mas demonstram uma total incapacidade de se enxergar certos fatos, movidos pelo fanatismo. Falo isso para demonstrar minha indignação por uma notícia que li no site do jornal esportivo Lance!, que mostra uma foto de um grupo de torcedores do Flamengo apoiando o ex-goleiro Bruno, em frente ao Fórum de Jacarepaguá, onde ele e seus comparsas foram indiciados pelos crimes que cometeram. Chega a ser ridículo ver a foto publicada onde aparecem membros de duas torcidas organizadas exibindo faixas com os dizeres: "Confiamos em Você", "Deus É Contigo" e "Herói de Uma Nação". A "nação" a que eles se referemse referem não se refere a nosso país, e sim à chamada "nação rubro-negra", como é conhecida a enorme torcida do clube. Devo deixar bem claro que sei que esses cerca de 30 torcedores não representam o pensamento dos rubro-negros. Acredito que a grande maioria daqueles que tinham em Bruno uma referência como goleiro, sabem separar o atleta do ser humano. E esse ex-goleiro nem é cria do clube, não surgiu de suas divisões de base. O Atlético Mineiro, seu ex-clube, tirou esse peso dos ombros, e se livrou das piadinhas dos cruzeirenses, fato aliás, que todo rubro-negro de verdade deveria ter como mais um motivo para hoje rejeitar a imagem desse assassino vinculada a seu clube. Por isso penso que os verdadeiros flamenguistas, como aliás, todas as pessoas de bom senso, devem se indignar com esse bando de imbecis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário