Meus olhos atentos observavam cada movimento da dançarina de música flamenca. Seu bailar, seus passos firmes, delicados, sensuais. Seus pés batendo no chão, acompanhando o ritmo da música envolvente. Violões, vozes, vibrações.
A dançarina de flamenco trazia a música espanhola em seus pés e mãos, num rodopio que me envolvia, paralisando meus olhos em sua direção. Seu rosto bonito, seu olhar penetrante, seu corpo esguio pareciam me chamar, me dizer algo que transcendia os limites da música e da dança. Era como um fogeira que ardia, queimava em minha volta. Trazia algo encantador, envolvente, mágico, como costumam ser as visões que acabam ganhando espaço em nossa mente, em nossos sonhos que nos visitam, e como num filme, nos faz rever imagens no pensamento. Uma beleza que se espalha em nosso mundo, e o torna mais vivo, brilhante, fascinante como sua dança.
Parecia trazer em si uma beleza híbrida - Espanha, Minas, um olhar cigano e misterioso, uma boca indefinível, um olhar que paralisa, que apaixona, que queima. Um fogo arrebatador. Uma magia. Ela dança e meu olhar acompanha, percorre com ela a madeira do tablado, como se fosse seu par nessa incansável e interminável dança que não termina quando acaba a música.
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