segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Crumb e Shelton na Flip
Uma das mais esperadas atrações da Flip, a Festa Literária de Paraty, pelo menos para quem se interessa por contracultura, foi a presença dos quadrinistas americanos Robert Crumb e Gilbert Shelton. Não sabia que Shelton, criador dos Freak Brothers, viria junto de seu amigo Crumb. Porém aquela que poderia ter sido uma das mais interessantes palestras da Flip, foi considerada decepcionante. Os dois cartunistas, que são mitos, e viveram e retrataram como poucos todo o movimento contracultural americano nos anos 60 e 70, pouco falaram, em comparação ao muito que tinham a dizer, pois as histórias que presenciaram e vivenciaram são muitas. É certo que o abuso de drogas como o LSD, obstruem a mente, e muitos fatos são esquecidos, mesmo assim se esperava muito mais da reunião de dois dos maiores expoentes de uma época revolucionária no comportamento e cultura do mundo. O mediador, Sérgio D'Ávila, até que se esforçou em levantar questões relevantes, e que poderiam render respostas esclarecedoras e polêmicas, mas os dois se mostraram reticentes, o que levou parte do público presente a se retirar antes do término da entrevista. Talvez a mais marcante declaração de Crumb, foi com relação a seu país, os EUA, quando afirmou ter vergonha de ser americano, ele que mora há anos no sul da França. Shelton também pouco acrescentou à palestra, mas fez revelações sobre sua amizade com Janis Joplin, e sobre a época do flower power, mas foi pouco para quem teria muito a falar.
Crumb, um apaixonado por música, principalmente o blues, revelou sua disposição em levar alguns discos de música brasileira antiga - anos 20 e 30 principalmente.
Os dois ainda passarão alguns dias no Brasil, participarão de um encontro em São Paulo, e quem sabe não frustrem aqueles que esperam mais de suas presenças em nosso país. De qualquer forma,a presença de Crumb e Shelton por aqui é marcante por tudo que eles significam.
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