segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Gilberto Gil em Show Empolgante
A prefeitura de São João da Barra encerrou a série de shows dominicais de verão no Novo Balneário na praia de Atafona com um de nossos maiores ícones musicais: Gilberto Gil. Não se pode deixar de elogiar o critério de bom gosto que foi adotado para os shows programados para o local, privilegiando a boa música acima de tudo. O grande público que prestigiou a todos os shows deixa provado que não é necessário apelar para shows mais populares e de gosto duvidoso para atrair turistas e tudo que vem em consequência. O show de Gil é uma prova disso.
De toda a programação, que trouxe Maria Rita, Nando Reis,Roberto Frejat, Leila Pinheiro & Roberto Menescal e Rita Lee, o show de Gil é o que eu aguardei com mais expectativa. Gil foi um dos meus ídolos de adolescência, e não dá pra fazer uma análise isenta e distante do fator emoção. Lembro do primeiro show de Gil que eu assisti, aos 15 anos, quando ele estava lançando o clássico Refazenda, e todos os outros que eu viria a assistir depois, em fases diferentes de minha vida, e sempre com um toque especial de emoção. O show desse domingo não foi diferente.
Gil e sua banda subiram ao palco para um show que trouxe como base seus grandes sucessos e algumas de suas música mais representativas. Abriu o show com Tempo Rei, uma música que não chega a ser um de seus maiores sucessos, mas uma música emblemática, que ele sempre coloca em seus shows, e que inclusive dá título a um documentário sobre sua vida em sua terra natal, Ituaçu, lançado nos anos 90. Sua presença no palco, seu carisma e musicalidade já previam nesse primeiro contato com o grande público, que em seu show não faltaria empolgação e músicas de forte apelo. Em seguida, uma sequência de reggaes que ia cada vez mais conquistando a plateia: A Novidade, Não Chore Mais, e Is This Love ,de Bob Marley. Após uma breve explanação sobre o samba, principalmente em seu universo de menino baiano, onde o samba de roda tem muita força, principalmente na região do Recôncavo Baiano, Gil inicia uma sequência de sambas: Andar com Fé, Aquele Abraço e Chiclete com Banana, gravado por ele no histórico disco Expresso 2222.
O ritmo tipicamente nordestino, baião, xaxado e forró, outra forte influência em sua obra seria representado por Não Grude Não (do cd Banda Larga e Cordel) e Esperando na Janela. A cada nova música, todas de grande sucesso, o público se empolgava mais, e Gil bem à vontade no palco, mostrava sua diversidade musical em diferentes ritmos, como a reflexiva A Paz, o rock de Punk da Periferia, e uma série de sucessos como Vamos Fugir, Realce, Palco, Madalena, Toda Menina Baiana, etc.
Em shows como esse, de um artista com tantos sucessos e um trabalho tão amplo, sempre fica faltando algumas, ou muitas músicas, que não caberiam nos cerca de 90 minutos de show. Assim ficaram de fora, por exemplo, Expresso 2222, Refazenda, Procissão, Drão, Super Homem, etc. Daria até pra fazer um novo set-list só com obras primas que ficaram de fora.
É bom ver nosso ex-ministro novamente no lugar onde sempre se sentiu mais à vontade, no palco, junto a seu público, e nos brindando com sua arte, talento, musicalidade e carisma. Salve Gil!
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Salve Gil.
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