Palavras Domesticadas

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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Alceu Valença em Frente e Verso


Um dos artistas brasileiros que mais admiro é Alceu Valença. Alceu pode ser considerado um pioneiro na fusão de ritmos nordestinos com a energia do rock. Descobri o trabalho de Alceu por volta dos meus 15 anos, quando ele lançou um disco antológico: Molhado de Suor. No ano seguinte participou do Festival Abertura, da Globo, com a música Vou Danado Pra Catende, que foi uma das que mais me impressionaram. Logo virei fã de Alceu. Lembro que o primeiro disco que comprei com dinheiro meu foi "Vivo!", que como o título diz é o registro ao vivo, de um show gravado no teatro Tereza Raquel.
Em 1989 fiquei sabendo de um livro sobre Alceu, escrito por uma jornalista e pesquisadora, chamada Anamelia Maciel, que tinha visto Alceu na TV e ficou entusiasmada com a energia da apresentação. Segundo ela, Alceu eletrizava tanto as pessoas, que algumas ao invés de dançar ao som das músicas, ficavam paradas, como se em estado de transe. Anamelia naquele momento resolveu escrever uma biografia do músico. O próprio Alceu, ao tomar conhecimento, aprovou a ideia, e aceitou prestar depoimentos diários à autora, em sua casa de Olinda, onde revelou ser uma pessoa em sua vida pessoal bem diferente daquela figura no palco - um tanto tímido e reservado. Além do próprio biografado, a autora colheu depoimentos de pessoas ligadas a ele, inclusive fãs anônimos. De grande ajuda para o trabalho de pesquisa, foi a colaboração de D. Adelma, mãe de Alceu, que abriu seu vasto acervo de matérias e fotos do filho famoso, organizado por ela desde que Alceu era um artista iniciante e ainda desconhecido, que fazia shows nas universidades de Pernambuco ainda nos anos 60.

Na época tentei adquirir um exemplar, mas por ser uma edição de autor, com distribuição restrita, não consegui comprar. Porém, muitos anos depois, quando trabalhava e morava no Rio, me deparei com a obra em uma livraria da zona sul. O livro é um belo trabalho, que traz muitas informações e fotos raras. A capa poderia ser melhor. Acho que uma foto representativa de Alceu cairia melhor que a ilustração, que na verdade é um quadro que retrata Alceu. São 134 páginas que revelam detalhes da vida pessoal e artística de Alceu, além de discografia ilustrada e letras e partituras.
Deveria haver mais biografias de artistas brasileiros, a exemplo de Alceu em Frente e Verso.

5 comentários:

  1. Porra, mas que achado! Bateu uma curiosidade danada, mas pouco soube quando googleei.
    Vi que o livro é do finzim da década de 80... ele retrata bem essa fase foda do Alceu (Molhado de Suor, Vivo!, ... Espelho Cristalino..)?

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  2. Caro Salsicha, o livro fala sim dessa fase inicial da carreira de Alceu. A foto que aparece mostrando o livro aberto mostra Alceu no filme A Noite do Espantalho, de 74, onde ele faz o papel do próprio.

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  3. Será que é possivel achar ainda este livro.Achei interessante.

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  4. Existia, em Olinda, naquela época, um sósia de Alceu que chamava-se "Toinho de Olinda" que também foi citado por Anamélia em seu livro.
    Depois de lançado este livro e de uma dedicatória verbal feita pelo próprio Alceu,na música "Bicho Maluco Beleza", em show realizado no Teatro Santa Cruz, Mercado Eufrásio Barbosa, Olinda, Toinho partiu e sumiu de Olinda até os dias de hoje!

    http://betoacioli.blogspot.com/

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  5. Obrigado pelo comentário. O Toinho deve ser uma figura interessante. Tomara que volte a Olinda

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