sexta-feira, 1 de julho de 2011
Rick Wakeman no Brasil - 1975
Nos anos 70 não era muito comum a apresentação de grupos e astros do rock internacional no Brasil, pelo menos aqueles que viviam seu auge artístico e de popularidade. Apesar de o público brasileiro sempre ter sido um grande consumidor de música pop, vários fatores faziam com que as grandes bandas não extendessem suas excursões mundiais por aqui. Uma excessão foi Rick Wakeman, ex-tecladista do Yes, que naquele período, quando o rock progressivo estava em alta, era um dos artistas mais populares na época, e tocou no Brasil em 1975. A revista Pop fez uma matéria com fotos dos shows e bastidores:
"E a lenda do anjo sinfônico dos teclados virou ralidade. Rick Wakeman esteve no Brasil por mais de duas semanas, transando shows que foram curtidos por mais de 80 mil pessoas em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. A moçada foi em massa reverenciar o mago que sabe misturar o rock com a música clássica num som único e apoteótico, muito bom de curtir.
E o que se viu foi quase como um londrino acordo entre cavalheiros: se, por um lado, o público saudou seu ídolo com comoventes ovações que ecoavam dentro dos ginásios superlotados, por outro lado, Rick Wakeman entregou-se inteiro à tarefa de arrancar sons sublimes dos teclados de seus instrumentos. Ele deu tudo o que pôde, fez tudo o que sabe, chegou a extremos de consagração que nem esperava.
Na verdade, nem os organizadores da temporada (e muito menos os empresários) esperavam que a consagração do ídolo seria tão grande. Todos ficaram de boca aberta quando perceberam que a moçada conhecia a fundo o repertório de Rick - reagindo ruidosamente aos primeiros acordes de suas músicas preferidas. E os aplausos iam crescendo, até o fim dos concertos, quando eram dirigidos também ao maestro Isaac Karabitchevsky, aos músicos da sinfônica e aos competentes carinhas do English Rock Ensemble - o grupo de Rick. Em todos os shows, Rick precisou voltar ao palco para bisar uma ou duas músicas.
Rick é um carinha legal, sem pose de superstar, mas consciente de suas virtudes como instrumentista e criador de música. E é um cara aberto a todas as curtições. Logo que chegou ao Rio, soube que há toda uma transa de discos voadores e visitas de fenícios ligada à Pedra da Gávea - e imediatamente compôs uma música inspirada na pedra (que ele via da janela de sua suíte). Mais tarde jogou uma partida de futebol (com os carinhas do conjunto) contra um time de artistas brasileiros. Perdeu esportivamente por 5 a 2. Em São Paulo, durante uma recepção na casa de um dos diretores da gravadora Odeon, lá pelas tantas da madrugada, Rick e todos os do seu grupo tiraram a roupa (ficaram só de cuecas), mergulharam na piscina e começaram a puxar todos os convidados para dentro d'água - de roupa e tudo.
Mas, é claro, toda essa temporada de festas, trabalho, curtições, muita música e apoteose, teve seu preço. Para garantir todo o luxo, a pompa e a impecável perfeição técnica (tanto de som como de iluminação) dos espetáculos, havia uma equipe de 70 pessoas nos bastidores. O total da aparelhagem pesa 18 toneladas, e só a mesa de som trabalha com 285 canais. O transporte dessa aparelhagem saiu por volta de 800 mil cruzeiros. E a Rede Globo e o Projeto Aquarius, responsáveis pela excursão, investiram no total cerca de 6 milhões de cruzeiros. Rick, que levou 50% da renda bruta, deve ter faturado uns 2 milhões!"
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EM 1975 fui no show dele no Ginasio de Esportes da Portuguesa de Despostos. Paulo Autran e a Orquestra Sinfonica de Campinas acomparam Rick no maravilhoso Viagem ao Centro da Terra... seria muito legal se algum produtor musical investisse num show desta grandeza... em 1992 foi feito um show cover na cidade de Sorocaba.. as imagens estao no YouTube e confesso apesar da baixa qualidade de som na gravação foi um grande espetaculo... lamento nao ter ido....
ResponderExcluirjoaoluizgaspar@yahoo.com.br
Eu também fui, nos dois shows que ele fez na Portuguesa. Foi a coisa mais linda que assisti na minha vida. Até hoje (2018) fico toda arrepiada e vêm lágrimas nos olhos quando assisto ou ouço as obras de Rick Wakeman.
ExcluirEu assisti Rick Wakeman no Maracanãnzinho , viagem ao centro da terra e rei Artur e os cavaleiros da távola redonda. Fantástico, tenho os dois álbuns vinis guardados até hoje..
ExcluirSem esquecer que o coral foi da Gama Filho...🙂. Eu também estava lá, no ginásio da Portuguesa🙂...MARAVILHOSO!
ExcluirFoi um show histórico realmente, e inesquecível para quem presenciou. Um abraço
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ResponderExcluirEu também fui; tinha 17 anos; foi maravilhoso e lá aconteceu um fato marcante; na época tomava um remédio que me fazi dormir 12 horas por noite, no mínimo; perdi o horário para o show e cheguei no ginásio da Portuguesa (que no Domingo passado infelizmente deu o tiro de misericórdia no meu Verdão, rssss), assisti metade do show e fiquei inconformado; Saí do local do show e ainda dentro do complexo, caminhando para saída, super triste, vi um papel amassado no chão: abri e era um ingresso do próximo show que iniciaria em mais ou menos uma hora; assisti o 2o show inteirinho; dá pra acreditar? más é a pura realidade! Dia 21/11/12, assisti o show dele que feaz em São Paulo: está velho barrigudão mas continua um ótimo músico! Abs a todos
ResponderExcluirQue sorte invejável, Edilson!!!
Excluir(Essa hora e data estão erradas. São 0:25h de 24/02/15.)
Excluiredilson, entre nos procure nos wakemaniacos no face
ExcluirQue história fantástica, Edilson. Coisa pra nunca se esquecer. Obrigado pelo comentário.
ResponderExcluirEu e um amigo fomos no show no Maracanãzinho.
ExcluirAqueles monstros infláveis foram fantásticos, inesperados.
Foi a coisa mais louca que vi naquela época em termos de estrutura.
Estive no Show do Ginásio da Portuguesa em 1975 e agora no último dia 21 de novembro, no teatro Bradesco. Gostaria de saber se tenho chances de conseguir o ingresso da época de 1975, pois foi meu primeiro Show de Rock. De lá pra cá tenho emoldurado todos os grandes Shows que estive. Só me resta o de 1975.
ResponderExcluirRinaldo Cazorla - Guarulhos/SP
Também foi meu primeiro show de rock. Aliás, gastei meu primeiro salário de meu primeiro emprego nos ingressos. Também fui ao Teatro Bradesco e apresentação dele foi novamente memorável.
ExcluirInfelizmente não tenho como lhe ajudar, Rinaldo
ResponderExcluirEu fui com e foi mesmo inesquecível....
ResponderExcluirEstive lá também na Portuguesa.Ele veio sem o YES.Na época,nesse mesmo ano,acho que em Janeiro/Fevereiro, estive no festival de rock em Iacanga. 40 anos se passaram e ainda lembro de tudo isso como tivesse acontecido há uns dois meses atrás.Isso é tão real que ainda dificilmente não vou em baladas.
ResponderExcluirNunca esquecerei!
ResponderExcluirestava lá, eu com meu companheiro Marcos Faerman, saimos tão extasiados do estádio que só fomos buscar o carro no dia seguinte. Agora meu filho de 30 anos e amigos me trouxeram esta lembrança , anos 75 , memóráveis, para o bem e para o mal. Cést la vie. grata vou dar seu crédito no Face
ResponderExcluirObrigado, Maria Ines
ExcluirFui ao Show e tinha colado na parede do quarto um poster que encartou a revista POP com ele no teclado.
ResponderExcluirEu tive esse poster. Era bem grande.
ResponderExcluirUm abraço
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ResponderExcluirEu tb estive lá e quem esteve, vai lembrar de uns malucos que por estar o ginásio completamente lotado, resolveram subir na estrutura do telhado. Nesse momento algumas pessoas recolheram esse grupo que fazia essa loucura e começaram a gritar. Daquele lugar pude assistir ao show em uma posição privilegiada.
ResponderExcluirGrande lembrança. Obrigado
ResponderExcluirEu tb estive lá e quem esteve, vai lembrar de uns malucos que por estar o ginásio completamente lotado, resolveram subir na estrutura do telhado. Nesse momento algumas pessoas recolheram esse grupo que fazia essa loucura e começaram a gritar. Daquele lugar pude assistir ao show em uma posição privilegiada. Eu tinha então meus 16 anos de idade aureos porem inesqueciveis tempo
ResponderExcluirFui no Maracanazinho, foi maravilhoso.
ResponderExcluirle veio ao Recife também em 1975, eu tinha 14 anos, o show foi no Geraldão lembro-me que ele chegou atrasado um hora, mais como um grande profissional em vez de duas vez 3 horas de show, foi de mais!!
ResponderExcluirEu também estava lá com meu pai, eu tinha apenas 8 anos. Viemos de Campina Grande-PB pra ver esse show! Lembro bem desse evento! Uns caras que estavam perto de nós, foram presos porque estavam fumando maconha antes do show começar. Abraço!
Excluircorreção ops! Show de Rick Wakeman reúne 11 mil pessoas no Recife - 06/09/1981. A apresentação foi no Ginásio de Esportes do Recife e começou com mais de uma hora de atraso. O rock progressivo foi muito aplaudido.
ExcluirObrigado pelo comentário, Luciano. Não sabia que ele também tocou em Resife. Um abraço
ResponderExcluirPara quem ama Rick Wakeman como eu, ontem (03/03/2018) tive a oportunidade de assistir a uma apresentação de um tecladista virtuoso que se dedica a Rick Wakeman e Pink Floyd: Rick Wakeman Project e Pink Floyd Dream (procurem no Face). Enquanto o Rick Wakeman não volta, podemos nos deliciar com eles. Apresentações em 5 (Qui 21:00 · Café Piu Piu · São Paulo) e 28 de abril (Sáb 22:00 · Teatro UMC · São Paulo).
ResponderExcluirÉ bom saber que o que é bom nunca é esquecido, Liamara
ResponderExcluireu fui ao show do Rick Wakeman no Maracanazinho se não me engano no dia 20 de dezembro de 1975. fui com a minha namorada na epoca, a Lia. foi um show legal. eu não morria de amores pelo Rick Wakeman, mas foi bacana.
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirEu tive o prazer assistir ao show do rick wakeman no ginásio do mineirinho, não me lembro o ano...
Não vejo menção desse show, pq será?
O SHOW FOI NO FINAL DOS ANOS 70 OU INÍCIO DOS ANOS 80...
ExcluirGINÁSIO DO MINEIRINHO -
ALGUÉM MAIS VIU ESSE SHOW.??
Gostaria de saber o ano certo
Vlw
Eu estive lá!!!!
ExcluirFui ao Maracanãzinho em 1975, maravilhoso!
ResponderExcluirTambem fui no Maracanãzinho. Inesquecível!
ResponderExcluirShow histórico. Infelizmente não pude ir
ResponderExcluirTambém estive no show no Ginásio da Portuguesa em 1975. Tinha dezoito anos. Foi sensacional. Projeto Aquarius : Paulo Autran, Orquestra Sinfonica Brasileira, Maestro Issac Karabichevisc, Coral da Univerdidade Gama Filho do RJ. Me lembro que antes do show, um técnico de som foi experimentar os teclados, tocando uma nota de cada um, foi demais a galera delirava com cada som. Foi muito legal.
ResponderExcluirEu era garoto na época, mas assisti ao show pela TV. Morava em Cascavel, no Paraná, e tinha primos mais velhos que eram vidrados em rock progressivo. Depois, no início dos anos 80, me tornei fã do Yes, banda que por muitos anos foi a minha favorita, e que ainda tenho muito carinho quase quarenta anos depois...
ResponderExcluirEu estive nesse show no ginásio da Portuguesa em 1975. Foi o primeiro de muitos dessa magnitude, fiquei alucinado. Lembro que no mesmo ano, acho que em novembro, também fui ao show do "Bill Harley and his Comets" no Playcenter, fiquei na primeira fila, colado na grade. Quanta saudade!
ResponderExcluirQue coincidência, também estive nesses shows em 1975. Eu e meu primo chegamos cedo no Playcenter para garantir os lugares na primeira fila, colados na grade, provavelmente ficamos próximos. Pena que não há registro desse show.
ExcluirHá quarenta e seis voltas ao redor do Sol fui ao Maracanãzinho testemunhar essa aventura. Enxarcado de patchouli e devorando saquinhos e mais saquinhos de jintan. Emoção intraduzível. Quem foi, foi.
ResponderExcluirVi o show do rio e foi realmente uma viagem
ResponderExcluirTenho pena da rapaziada de hoje que além de não ter curtido um show desse nipe ainda vai no rock in rio pra ver ivete sangalo e outras lixeiras mais.
ResponderExcluirEsse show do Rick Wakeman no ginásio da Portuguesa em 1975, foi o primeiro que assisti. No final do mesmo ano vi também o show do Bill Harley and His Comets no Playcenter. Em 1981 assisti ao show do Quenn no estádio do Morumbi. Ainda hoje aos 66 anos continuo assistindo tudo que fôr Rock and Roll da melhor qualidade.
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