Nos anos 90, aconteceu o fenômeno dos fanzines. Essas publicações eram produzidas de várias formas, das mais rudimentares e artesanais, até algumas com melhores tecnologias. Fui um consumidor desse tipo de manifestação, e ainda tenho vários deles, aliás, quase todos que recebia. Um dia resolvi também produzir um fanzine próprio, e criei Ligações On'Pidididíri. Produzi poucas edições - somente três, e não tenho guardado nenhum exemplar. Há pouco procurei alguns originais que ainda tinha, mas por não encontrar, achei que tinha perdido. Agora, recentemente, acabei encontrando esses originais.
O nº 1 trazia uma matéria sobre os Novos Baianos. O texto escrito à maquina e com as fotos recortadas e coladas, era xerocado, com a capa e as páginas grampeadas.
Como não tinha o recurso do computador, eu usei na matéria sobre os Novos Baianos aquelas letras que se fixam na folha após raspadas por trás, como um decalque. Eu tinha poucas letras disponíveis. Só tinha duas letras "o", e o nome Novos Baianos tem três. Então tive que pegar uma letra 'q" e tirei a parte de baixo, para virar um "o". Não é preciso observar muito, que as letras ficaram tortas. As ilustrações que usava eram de um arquivo próprio de fotos que há anos recortava de jornais e revistas, que aliás ainda tenho.
O nome Ligações On'Pidididíri (que é paroxítono, ou seja, rima com "adquire") eu compus da seguinte forma: usei a palavra ligações, e para reforçar usei a palavra on, que em aparelhos eletrônicos especifica que ele está ligado. O uso da apóstrofe é apenas por razões estéticas. Pidididíri é uma onomatopeia para especificar algumas improvisações vocais muito usadas por cantores de jazz e também de Bossa Nova, especificando o caráter de improviso que a publicação representava .
Normalmente eu usava o Ligações como moeda de troca, por outros fanzines.
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