Palavras Domesticadas

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sábado, 30 de abril de 2011

Sid Vicious - O Espetáculo Punk


Nos anos 80 a Editora Brasiliense publicava uma coleção de livros de bolso que traziam biografias de diferentes personalidades de vários segmentos. Não se tratava de biografias altamente pesquisadas, de grossos volumes, até porque o formato era de livros de bolso. Mas na verdade eram obras que traziam um ótimo resumo da vida e obra das personalidades resenhadas. Essa coleção se chamava Encanto Radical, e tinha a vantagem de ter um custo bem barato, e os textos normalmente eram feitos por um autor que conhecesse bem a vida do biografado, que fizesse um bom trabalho de pesquisa, e um texto resumido, porém destacando os principais aspectos pessoais de quem fosse por ele biografado.
Em 1985, por exemplo, foi lançada uma biografia de Sid Vicious, baixista da banda punk Sex Pistols. Para falar a verdade nunca fui muito chegado a punk rock. Até reconhecia a importância da atitude transgressora que as bandas do movimento impunham, e toda a reviravolta que provocaram no panorama do rock em meados da década de 70, mas musicalmente o punk nunca me seduziu. Lembro do grande alvoroço que o principal represente do movimento, os Sex Pistols - do qual Sid fazia parte, provocou, e todas as mudanças comportamentais e estéticas que vieram na onda punk, mas aquilo tudo passou meio batido por meus ouvidos.
Às vezes, naquelas famosas listas dos melhores discos de todos os tempos, o grande clássico dos Pistols, "Never Mind The Bolocks, Here's The Sex Pistols" é colocado entre vários daqueles discos que são verdadeiras obras-primas, e sempre que me deparo com isso, discordo. Mas se a lista for de "mais importantes" em vez de "melhores", eu até posso concordar, pois é um disco que redefiniu um panorama, eu reconheço.

Por tudo isso, eu na época adquiri a biografia de Sid Vicious, até porque sua vida desregrada e seu final trágico por si só já garantem uma boa leitura. O texto é ágil, simples, e conta bem a história de Sid e dos Sex Pistols, seu problema com as drogas e com a justiça, sendo o mais grave seu envolvimento num processo de assassinato de sua namorada Nancy Spugen, até sua morte em fevereiro de 79, no mesmo dia em que foi libertado após dois meses de prisão. Foi encontrado morto em seu apartamento, aos 21 anos. Causa mortis: overdose de heroína administradapor ele próprio. O filme Sid and Nancy conta muito bem toda a história.
No livro, o autor o define como "o arquétipo do punk, um dos principais articuladores da linguagem de sua geração. Uma combinação de filmes de terror classe B com um apocalipse dadaísta feito por adolescentes."

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