quinta-feira, 14 de abril de 2011
Moraes Moreira em Campos
De 13 a 17 desse mês, a Ampla, que é a empresa concessionária do serviço de energia elétrica de região de Campos, realiza um evento voltado à cultura e às artes. Trata-se de uma excelente iniciativa, e é a segunda vez que esse tipo de evento acontece na cidade. Denominado Consciência Ampla Cultural, o projeto engloba debates, shows de música, espetáculos de circo, teatro e dança, e trouxe em sua abertura um show e uma palestra com Moraes Moreira.
Acompanhado somente de seu violão elétrico, Moraes, que traz uma bagagem musical de mais de 40 anos de carreira, desde os tempos da formação dos Novos Baianos, até uma carreira solo bem sucedida, iniciada em 1975, Moraes fez um ótimo show, onde cantou vários de seus grandes sucessos. Não faltaram interpretações de velhos sambas de Ari Barroso, como Canta Brasil e Isto, Aqui o Que É?, para em seguida, num clima bem intimista de voz e violão, com um coral puxado pelo público, aprsentar composições próprias como Meninas do Brasil, Lá Vem O Brasil Descendo a Ladeira, Sintonia, entre outras. O repertório dos Novos Baianos não poderia faltar, e assim A Menina Dança, Mistério do Planeta, Preta Pretinha e Brasil Pandeiro (de Assis Valente) completaram uma sequência dedicada à sua antiga banda, que fez história dentro da MPB. O lado carnavalesco, trazendo músicas que marcaram os carnavais dos anos 80, e que até hoje ainda contagiam qualquer folia veio ao final da apresentação com Pombo Correio, Festa do Interior e Bloco do Prazer.
Após o show, Moraes participou de um debate mediado pelo poeta Victor Loureiro, onde ele falou de sua recente carreira de escritor - já lançou dois livros: A História dos Novos Baianos e Outros Versos e o recente Sonhos Elétricos, sobre a história do Trio Elétrico de Dodô e Osmar. Também falou sobre sua careira de músico e interagiu com a plateia. Dentre tantas coisas falou sobre sua infância no interior da Bahia, em Ituaçu, sua terra natal, e o descontentamento com a atual fase do carnavsal baiano, onde o axé tomou conta das ruas, de uma forma um tanto imposta por uma mídia feroz e um poder financeiro, que acabou afastando os verdadeiros criadores de uma cultura carnavalesca, inclusive introduziram os trios elétricos nas ruas de Salvador, como ele, que hoje anima os carnavais de Recife, que é bem mais espontâneo e verdadeiro que o carnaval baiano.
O evento cultural promovido pela Ampla e com apoio da prefeitura da cidade começou bem, com uma aula de brasilidade.
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