sábado, 18 de setembro de 2010
40 Anos sem Hendrix
Na data de hoje, há exatos 40 anos, o grande guitarrista Jimi Hendrix morria, vitimado por uma dose excessiva de barbitúricos. Sua morte, aliás, ainda hoje traz uma série de controvérsias, sendo por alguns considerada como uma sucessão de erros no atendimento e socorro ao guitarrista. Mas a verdade incontestável é que naquela data o mundo perdia um músico raro, dotado de um enorme talento e versatilidade como instrumentista e compositor. É impossível imaginar o rock, os anos 60, toda a efervescência contracultural e tudo que caracterizou aquela década sem a presença da guitarra de Jimi Hendrix. Felizmente ele deixou muita coisa gravada, seja em estúdio como ao vivo, e assim sua arte foi perpetuada de uma forma mais rica em opções. As gravações póstumas que ele deixou atingem um número provavelmente sem igual no mercado da música.
Meu contato com a música de Hendrix deu-se de uma maneira bem gradual. Vim conhecendo aos poucos, ainda na adolescência, quando alguns de seus discos caíram em minhas mãos, ou através do rádio ou imagens na tv. Sua imagem marcante me chegou antes, como símbolo de uma geração. Seu cabelo black power,a indefectível faixa que amarrava na testa, suas roupas coloridas e espalhafatosas eram imagens muito referentes de toda uma era marcada por uma revolução de costumes e de comportamento. Sua forma pessoal de tirar sons de sua guitarra, usando a microfonia como componente de seus solos, tudo isso foi inovador. Lembro da primeira vez que vi, pela tv, as imagens de sua impactante apresentação no Monterey Pop Festival, em 67, quando colocou fogo em sua guitarra, se ajoelhou diante dela em chamas,enquanto jogava fluido de isqueiro para aumentar o fogo, como num ritual. Aquelas imagens me impactaram. Da mesma forma que em sua apresentação em Woodstock, ao tocar o hino americano, enquanto fazia uma alusão ao conflito do Vietnã, tirando sons semelhantes a bombas de napalm, num protesto contra a guerra, bem típico daquele momento. Aquela interpretação foi tão marcante pra mim, que toda vez que ouço o hino americano me lembro de Hendrix. Essa, aliás era outra marca de Hendrix, o lado intérprete. Algumas interpretações de Hendrix são tão marcantes, que é como ele se tornasse co-autor das músicas que ele apenas interpretava. Posso citar, por exemplo, Hey Joe, Rock Me Baby, All Along The Watchtower e Wild Thing, que um ouvinte menos informado pode muito bem achar que são músicas próprias. O Jimi compositor, aliás, é um dos mais fantásticos surgidos no rock. Suas melodias, letras, arranjos, harmonia, tudo traz uma marca forte e pessoal.
Apesar de toda sua grandeza Hendrix tinha suas inseguranças e uma forte auto-crítica, revelada em algumas de suas biografias. Sua voz, por exemplo, ele achava inadequada. Só ganhou confiança quando ouviu as gravações de Bob Dylan, que por sinal foi uma de suas inspirações como compositor. Ele pensou: se Dylan com sua voz conseguia dar seu recado e ser um ótimo intérprete para suas composições, ele também poderia se arriscar como cantor. Falar de Hendrix renderia muito papo, e não gosto de postagens longas demais. Só queria deixar aqui minha homenagem.
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