terça-feira, 6 de abril de 2010
O grande azarado no meio do caos
Às vezes eu me acho o sujeito mais azarado do mundo. É lógico que essa afirmação traz uma grande dose de exagero, mas em certas circunstâncias ela até procede. Estou de licença-prêmio há mais de dois meses, e desde de que tirei minha licença, fiz planos de fazer uma viagem ao Rio. Esse plano foi adiado primeiramente devido ao enorme calor que fez nos meses de verão, e que acabava me desestimulando a viajar, depois outros fatores me impediam de sair da cidade. Resolvi então fazer minha viagem à Cidade Maravilhosa justamente ontem, quando caiu a maior tempestade desde 1966, segundo os jornais. Meu plano era fazer uma viagem curta, de apenas dois dias, tempo suficiente para comprar alguns itens, visitar um amigo e fazer alguns programas culturais.
A coisa começou a dar errado desde que desci na rodoviária para comprar a passagem e embarcar. Sempre costumo comprar a passagem na hora, porém nessa segunda muita gente ainda voltava do feriadão da Semana Santa, e só havia passagem para as 10:30h, quando sempre costumo sair daqui por volta das 08:00h. Pra piorar, quando fui pagar minha passagem com meu cartão Rio Card, o bilheteiro me comunicou que o mesmo não tinha crédito suficiente. Como estou de licença e pouco tenho usado meu cartão, não foi feita a recarga automática. Tive que pagar do meu bolso. Como se isso fosse fosse pouco, a viagem foi péssima. A cada posto de pedágio, o ônibus, que tinha alguma irregularidade quanto ao pedágio (viva a Empresa 1001!), perdia longos minutos até ser liberado, e foram quatro paradas. Uma viagem que leva normalmente pouco mais de 4 horas levou 5 horas e meia.
Ao chegar ao Rio, devido à hora, resolvi fazer minhas compras antes de deixar minha bagagem no hotel. O tempo estava nublado e chovia pouco. Estava no centro do Rio, e após fazer ums compras em um shopping, fui ao sebo Berinjela, onde sempre vou. Lá tive a felicidade de encontrar um cd que procurava há anos, e nunca consegui: o terceiro disco do guitarrista Carlos Santana, e por apenas 15 reais. Foi o que valeu minha viagem.
Só ao sair do sebo é que vi que chovia, e muito. Peguei meu guarda-chuva, e com minha mochila nas costas resolvi encarar a chuva e ir a pé até o hotel, que ficava próximo. Mas chovia muito. Uma chuva que não via há anos. Parecia qie o mundo estava desabando. Era muita água, e um vento forte, que tornava o guarda-chuva quase inútil. Além do mais, por meu guarda-chuva ser daqueles dobráveis, o vento forte o danificou. As ruas começavam a se alagar, e eu minha mochila já estávamos completamente molhados. O caos já estava formado por volta das seis da tarde, e chegar ao hotel, fugindo dos alagamentos era cada vez mais difícil. Os ônibus, em virtude das ruas alagadas, não chegavam a seu destino, e as filas eram quilométricas. Ao ver as enormes filas até me senti privilegiado por não depender de condução para chegar a meu destino. Cheguei ao hotel que nem um pinto molhado, e ao entrar no quarto vi minha bagagem completamente enxarcada. Não só a roupa que eu usava, mas a que estava dentro da mochila também estava bem molhada. Meus tênis e minhas meias então, nem se fala. O enorme rio que tive que atravesar a pé os deixou em péssimo estado. Um livro escrito pelo ex-mutante Arnaldo Batista (Rebelde Entre Rebeldes) que eu havia levado para ler no hotel estava em estado deplorável. Tentei fazer o que pude, enxugando as folhas com a toalha, até que em casa eu pudesse usar um secador de cabelo, a melhor alternativa nesses casos.
Só me restou ir dormir às nove horas, na falta de outra coisa melhor pra fazer, enquanto a chuva não parava. Hoje pela manhã, resolvi voltar pra casa no primeiro ônibus que encontrasse na rodoviária. A chuva ainda caía forte e o caos no Rio continuava. Os ônibus escassos circulavam entupidos de passageiros. Após esperar longos minutos consegui um coletivo que me lavasse à rodoviária. Finalmente chegando lá, de bermudas e sandálias havaianas, pois os tênis e a única calça que havia levado estavam ainda sem condições de uso, fui informado que os ônibus estavam fora de circulação até pelo menos até as 13:00h, e a ponte Rio-Niterói estava interditada, e era por volta das 08:30h. Depois das nove os guichês voltaram a funcionar, e então consegui uma passagem para as 13:30h, ou seja, fiquei 4 horas esperando na rodoviária.
Essa foi minha tão planejada viagem ao Rio. Pelo menos eu trazia na minha bagagem o tão sonhado e desejado cd de Santana, que nada sofreu, por estar numa embalagem plástica. Pensando bem, até acho que sou um cara de sorte. Daqui a pouco vou ouvi-lo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário