A palavra fácil, o verbo desprovido de vaidade vocabular não precisa trazer a sofisticação de frases de uso não-cotidiano a passear com seus trajes a rigor pelas avenidas movimentadas de nosso idioma. É como se deixar levar pela falta de compromisso com sonoridades nobres, num papo de botequim num final de tarde, onde os assuntos se sucedem como folhas de papel a voar desgovernadas pela ventania de ideias descompromissadas com o profundo.
Carregamos conosco uma série de convicções, que muitas vezes, ao encará-las de frente, enxergamos detalhes que as faz tornarem-se menores e menos importantes do que na verdade nossas mentes nos faziam entender. Certas ideias que herdamos do meio que nos cerca, são como peças de roupas que com o passar do tempo se desgastam e se tornam grotescas e fora dos padrões do bom gosto.
A grandeza vivencial de se tornar mais um que não busca nada além da essência de sua verdadeira natureza interior, faz com que a tarefa de atravessarmos a escura e tortuosa caverna que abriga nossas decisões e atitudes pessoais se torne uma tarefa menos dolorosa e cruel. Caminharmos ao encontro do que nos é essencial nos afasta de vãs tentativas de buscarmos formar o quebra-cabeça de nossa personalidade com peças alheias.
Muitas vezes, buscando nos engrandecer diante dos olhares dos que nos cercam, tropeçamos na falta de convicção que espalha suas incertezas pelo solo irregular das atitudes forçosamente tomadas em breves delírios de quem procura fugir de seus próprios instintos, e acaba vendo a si mesmo como alguém com o qual não se identifica.
domingo, 25 de abril de 2010
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