Um excelente programa para quem gosta de música instrumental de qualidade é o projeto "Clube do Jazz e Bossa", que tem apoio da Prefeitura de Campos, através da Fundação Teatro Trianon. O projeto, que já apresentou várias edições, sempre às terças-feiras, traz o excelente quinteto Bossa Jazz, sempre apresentando um convidado especial, que pode ser um nome de projeção nacional, como já aconteceu, por exemplo, com o saxofonista Mauro Senise, ou músicos locais.
O Bossa Jazz é formado por Dalton Freire (sax e flauta), Magno Oliveira (trompete e flugelhorn), Márcio Leal (teclados), André Rangel (contrabaixo) e Vitor Vieira (bateria). O quinteto, liderado por Dalton Freire, traz músicos de primeira linha, que desenvolvem um trabalho, como o próprio nome já revela, calcado em standards do jazz e clássicos da Bossa Nova.
Na noite de ontem, o convidado da vez foi um músico da cidade, que já acompanho há algum tempo: o guitarrista Tavo Duque. O primeiro contato que tive com com a guitarra de Tavo, foi através da banda de rock Big Head, em que ele, ainda bem jovem já mostrava uma boa pegada. Algum tempo depois, Tavo assumiu a guitarra da lendária banda Blues Band Vidro, substituindo outro grande músico da cidade, Betinho Assad. Na Blues Band, Tavo tocou durante anos, aprimorando sua levada de blues. Um excelente momento de Tavo na banda está registrado no segundo cd da Blues Band. Nesse disco, que tem uma parte registrada ao vivo, no 3º Campos Blues Festival, posso destacar uma versão para uma música de Stevie Wonder, que se imortalizou em uma gravação de Jeff Beck no disco Blow By Blow, de 1976: Cause We've Ended as Lovers. Naquela noite de julho de 2003 fiquei bastante impressionado com sua interpretação para essa música. Jeff Beck, por sinal, é uma de suas maiores influências na guitarra.
Paralelamente ao trabalho com a Blues Band Vidro, Tavo também realizou trabalhos instrumentais autorais, voltados ao estilo fusion, como é o caso do trio Superjam. Após alguns anos frente a Blues Band Vidro, Tavo Duque se mudou para São Paulo para se aprimorar no estudo de seu instrumento, o que lhe deu mais cancha no palco, e lhe abriu um maior horizonte musical.
Prestes a lançar seu primeiro cd solo, Vagabundo, onde toca todos os intrumentos, e é autor das músicas, Tavo em boa hora foi convidado para participar do projeto instrumental Jazz e Bossa.
O show de ontem, teve a participação de Tavo em três músicas, onde a improvisação foi a tônica, como não poderia deixar de ser em um show predominantemente de jazz. Trazendo alguns clássicos do estilo, em composições de autores como Chick Corea, Gerry Mulligan, Dave Brubeck (uma ótima versão para o clássico Take Five), entre outras, e algumas pérolas da Bossa Nova (Influência do Jazz, Meditação, Rio), a apresentação foi marcada pelo virtuose dos excelentes músicos, sendo que o convidado da noite, pelo tipo de repertório, não trouxe ao palco sua influência de Jeff Beck, mas apresentou seu lado Pat Metheny, que se entrosou muito bem com o quinteto. Foi mais um grande show.
Conhecia o trabalho do saxofonista Dalton Freire e, em 2010, conheci o projeto 'Clube do Jazz e Bossa' em uma apresentação no Teatro de Bolso. Fiquei maravilhada e, desde então, compareci a quase todos os shows.
ResponderExcluirA competência dos integrantes faz o projeto ser a excelência que é.
A ideia de sempre trazer um convidado é sempre muito bem-vinda. Nesse dia conheci o talentoso guitarrista Tavo Duque e, logo depois, o seu belo trabalho autoral.
Foi, realmente, um show belíssimo!
Parabéns pela resenha!
Gisele.