Palavras Domesticadas

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quarta-feira, 11 de maio de 2011

30 Anos Sem Bob Marley


Há exatos trinta anos morria um dos maiores ícones que a música produziu no séc. XX, Bob Marley. Após uma luta contra o câncer, Bob morreria em 11 de maio de 1981, e seu nome ficaria marcado como o maior representante do reggae.
Conheci a música de Bob Marley por volta de 1977, quando o reggae ainda era uma novidade, e aquele ritmo com uma batida diferente e envolvente logo me chamou a atenção. Na verdade, já conhecia a música de Marley através de uma regravação de Eric Clapton para I Shot The Sheriff, anos antes, mas não sabia quem era Bob Marley. Acho que a primeira matéria sobre Marley, o reggae e a filosofia rastafari eu li em 1977, no Jornal de Música, uma publicação da época, escrita pelo jornalista Júlio Barroso, futuro líder da banda dos anos 80, Gang 90 & Absurdetes.
Lembro das primeiras imagens que chegavam ao Brasil de apresentações de Bob Marley, e me impressionaram bastante. Na época, a música dominante, que tocava nas rádios e casas noturnas era a discotéque, um gênero que me desagradava bastante. Com o surgimento do reggae, e a ascenção de artistas como Bob Marley e Peter Tosh, a música vinda da Jamaica passou a representar para mim uma alternativa contra a música disco, que eu odiava.

Em 1982, foi lançada pela Editora Brasiliense a primeira biografia de Marley publicada no Brasil: Bob Marley Mestre Dinamitador. Já comentei aqui sobre a coleção Encanto Radical, que trazia livros de bolso, em edições de preço barato, trazendo biografias de personalidades. A de Bob Marley alcançou bons índices de venda, pois teve um segunda edição em 1983. O texto de contracapa dizia:
"Bob Marley e suas tranças, serpentes que saem da sua cabeça. Ganja e muita fruta, sua dieta básica. Aquariano, filho da zoeira babilônica, mas atento crítico do Babylon System. A verdade está fora da política, do mundo do Time Magazine e dos Rolling Stones... Sigo seu olhar pela janela. O sol batendo nos arranha-céus, um brilho de diamantes. Nova Yorque, um pote de ouro no fim do arco-iris. O que pensa Bob quando olha para uma cidade grande e moderna como N.Y.?
'Bem, quando eu estava no começo do Rastafari, talvez eu nunca chegasse a entrar num prédio como esse. Mas então, depois de um tempo, comecei a pensar; 'Bem tenho um trabalho a fazer, tenho que lidar com a música que Deus me deu. E essa música pode me levar adiante.'"
Hoje, trinta anos após sua morte, Marley ainda é reverenciado e amado mundo afora. O reggae invadiu o mundo, novos astros surgiram, inclusive alguns de seus filhos, sendo Ziggy Marley o melhor representante da Dinastia Marley. Mas a verdade é que passados esses anos todos, o reggae ainda tem o mesmo nome e sobrenome: Bob Marley.

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