Em 1994 a revista Vogue Brasil trazia uma edição especial com Jorge Ben Jor. É uma edição caprichada, de 114 páginas, dedicadas quase que exclusivamente a Ben Jor. Sua carreira havia dado uma guinada no ano anterior, e Jorge, assim como seu amigo de longa data, Tim Maia, passaram a ser descobertos pela nova geração, e isso ampliou consideravelmente o público de ambos, que já tinham suas carreiras estabilizadas. No texto de apresentação da revista o escritor Ignácio de Loyola Brandão escreveu: “Uma Vogue com muito suingue. Com Jorge Ben Jor, o cantor fenômeno de 93. Uma carreira que explodiu de novo, porque Jorge vem, Jorge vai, Jorge veio. Tocado e cantado por gerações diversas, como poucas vezes se viu neste Brasil.” A revista traz depoimentos, análises de letras, discografia comentada, curiosidades, ensaios fotográficos, e muita coisa mais. O Flamengo (ninguém é perfeito) e o Salgueiro, duas de suas paixões também não poderiam ficar de fora. Abaixo, alguns depoimentos:
“Sinônimos para Jorge Benjor: A alegria, a harmonia, a simpatia, a energia, a vida, a liberdade, o suingue, a graça, a fé, a força, a potência, a felicidade, a limpeza, a confiança, a grandeza, a beleza, a simplicidade, a emoção, a celebração, o calor, a vibração, a verdade.” Arnaldo Antunes
“Quando ouvi aquilo (o Samba Esquema Novo), fiquei impressionadíssimo. Eu estava começando a compor naquela época. E eu disse: não quero mais compor. Eu ouvi Jorge Ben e disse: não vou fazer mais música nenhuma. Só vou cantar músicas de Jorge. Eu queria ser cover de Jorge Ben para o resto da vida.” Gilberto Gil
“ O Jorge Ben Jor é aquele que faz tudo o que não deve ser feito e que tem a liberdade total. Ele bota numa letra uma lista de títulos de Dostoiévski: O Adolescente. Humilhados e Ofendidos. O Jogador. O Ladrão Honrado... 'Todos sabiam, mas ninguém falava/esperando a hora de dizer sorrindo/que as rosas eram todas amarelas'. E depois tem uma citação de Rilke lá no meio: 'Lendo um livro de um poeta da mitologia contemporânea/sofisticado percebi que ele era/ pois morrendo de amor, renunciando a ser porta dizia/ basta eu saber que poderei viver sem escrever'. Isso é Rilke dizendo para um jovem poeta que basta saber que poderei viver sem escrever para me tirar o direito de escrever poesia.” Caetano Veloso
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