Palavras Domesticadas

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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

História do Rock Brasileiro - Revista Super Interessante (4 Volumes)

A melhor publicação em revista sobre a história do rock brasileiro em minha opinião foi uma série de quatro volumes, publicada pela editora Abril no início da década passada, sob a marca da revista Super Interessante. Os volumes são fartamente ilustrados, com ótimas fotos e bons textos, que não só enfocam o assunto em si, mas traçam um panorama do momento histórico que o país atravessava. Alguns personagens marcantes são destacados, em textos que explicam sua importância histórica para o desenvolvimento do rock nacional.
O volume 1, que destaca os anos 50 e 60, fala dos primeiros passos, ainda tímidos, do rock brasileiro, seus primeiros ídolos (Celly Campelo, Tony Campelo, Sérgio Murilo, Demétrius, etc), o estouro da Jovem Guarda, quando o nosso rock, ainda inocente em sua temática, fabricava novos ídolos de massa, como Roberto e Erasmo Carlos, Wanderléa, Renato e Seus Blue Caps, Ronnie Von, etc, e depois o amadurecimento da temática das letras, e a radicalização sonora, que trazia ecos do rock psicodélico, com o aparecimento do Tropicalismo e os Mutantes. Cada volume traz ao final uma discoteca básica. O primeiro volume traz em destaque, por exemplo, discos de Roberto Carlos (É Proibido Fumar e Roberto Carlos em Ritmo de Aventura), Erasmo Carlos (Você Me Acende), Renato e Seus Blue Caps (Um Embalo com Reanato e Seus Blue Caps), Wanderléa, Leno e Lilian, Tropicália, Jorge Ben (69), Gal (69), Mutantes (69), dentre outros.
O volume dois, fala dos anos 70, e começa enfatizando ainda os ecos do Tropicalismo, a volta de Gil e Caetano do exílio e personagens marcantes como Raul Seixas (que ilustra a capa do volume), Secos & Molhados, Novos Baianos, Rita Lee, etc.
Além disso, há um destaque para o Clube da Esquina, falando não só do disco, mas o movimento que se formou a partir dele, exemplificando uma aproximação entre a MPB e o rock. Essa linguagem brasileira do rock produzido por aqui, por sinal, ficou bem marcada na década de 70, não só com o pessoal do Clube da Esquina, como com os Novos Baianos e o rock rural, cujo representante mais genuíno foi o trio Sá, Rodrix e Guarabira. Os Malditos da MPB (Macalé, Walter Franco, Sérgio Sampaio, etc) também aparecem em destaque nesse volume, assim como os nordestinos, representados por Fagner, Alceu Valença, Balchior e Zé Ramalho, que também produziam rock. Bandas marcantes, como Casa das Máquinas, O Peso e O Terço também são lembradas.
Na discoteca básica da década, destaque para Expresso 2222 (Gilberto Gil), Tim Maia (1970), Acabou Chorare (Novos Baianos), Carlos, Erasmo (Erasmo Carlos), Clube da Esquina (Milton Nascimento e Lô Borges), Fa-Tal (Gal Costa), Ou Não (Walter Franco), Loki? (Arnaldo Batista), Krig-Ha, Bandolo (Raul Seixas), A Tábua de Esmeraldas (Jorge Ben), e muitos outros álbuns fundamentais.
O Volume 3, dedicado aos anos 80 destaca as bandas que marcaram a década, e dominaram a cena musical - um raro período em que o rock deu as cartas no mercado de discos no Brasil: Paralamas, Blitz, Lulu Santos, Ira!, RPM, Barão Vermelho, Ultraje a Rigor, Titãs, Legião, Plebe Rude, Lobão, o punk nacional: Olho Seco, Ratos do Porão, Inocentes, etc. O metal também é destacado: Sepultura, Sodom, Korzus, Viper, etc.
Na discoteca básica, dentre outros álbuns são destacados O Ritmo do Momento (Lulu Santos), As Aventuras da Blitz, Maior Abandonado (Barão Vermelho), Ronaldo Foi Pra Guerra (Lobão), O Passo do Lui (Paralamas), Dois (Legião), Cabeça Dinosauro(Titãs) e Vivendo e Não Aprendendo (Ira!).
Finalmente, o quarto volume destaca os anos 90 e 00. Raimundos, Chico Science, Racionais Mc's, Skank, Mamonas Assassinas, Planet Hemp, Los Hermanos, O Rappa e bandas de reggae e rap são destacadas. Na discoteca básica: Roots (Sepultura), Calango (Skank), Raimundos (1994), Da Lama ao Caos (Chico Science e Nação Zumbi), Com Defeito de Fabricação (Tom Zé), Sobrevivendo no Inferno (Racionais MC's), Por Pouco (Mundo Livre S/A), Ventura (Los Hermanos), entre outros.

4 comentários:

  1. Não existe pra baixar isso daí cara? Eu tinha as 4 edições e sumiram!

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  2. Olá Marcio. Sabe a data de publicaçnao? Sabe se há um perfil sobre Ezequiel Neves no n´¨mero sobre os anos 80, na página 65?

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  3. A publicação é de 2000 ou 2001. Tenho que rever as revistas para ver se há algo mais específico sobre Ezequiel Neves. Voltarei a falar sobre o assunto

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