Palavras Domesticadas

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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Inês, a Empedernida


Inês, a Empedernida procura palavras para expressar seus pensamentos como um caçador de borboletas a buscar com os olhos atentos, espécies raras em voos que colorem o espaço. Busca dentro de si todas as espécies de expressões que exteriorizem suas ideias um tanto travadas pela auto-censura de pré-pensamentos. Procura encontrar algo em si, que seja mais do que seus próprios conceitos já desgastados, e por isso petrificados por si mesmos. Ignora novas formas de se fazer entender, pois não compreende a si mesma, e assim busca atalhos interiores, caminhos alternativos que desembocarão em algum ponto além de verdades já não tão seguras, e fragilizadas por anos e anos de divergências com o mundo externo que ela ainda teima em não encarar de frente, e sem a coragem de quem desbrava e rompe caminhos íngremes.
Inês, a Empedernida cheira a bons sabonetes e shampoos, faz das calçadas e avenidas passarelas onde desfila, e procura fazer de seu caminhar algo além de meros passos equilibrados sobre suas sandálias de salto. Procura se abastecer de coisas que ela desconhece, mas sabe que se encontra em atalhos que se apresentam para quem tem a determinação de seguir o instinto de seus passos, de abrir picadas na densa mata que se agiganta aos olhos de quem não crê que se pode ser algo além do que nos foi aparentemente destinado.

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