Palavras Domesticadas

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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Novos Baianos - primeiro show, primeiro disco


Existem datas que ficam marcadas em nossas vidas, por conta de algum fato que acaba ganhando uma dimensão especial. Dentre essas datas, uma já bastante longínqua faz parte dessa galeria: 01/11/73. Nesse dia, eu pela primeira vez assistia a um show musical – justamente da banda que eu mais admirava na época: os Novos Baianos. Na época os Novos Baianos estavam em sua melhor fase, e vinham de um grande sucesso como os discos Acabou Chorare e Novos Baianos FC. O ginásio do Automóvel Club, onde o show se realizou, estava lotado, e hoje é engraçado lembrar das cadeiras metálicas metodicamente enfileiradas, uma prática já abolida hoje em dia em shows de rock em ginásios esportivos. Foi um show inesquecível, principalmente para um adolescente como eu, que assistia pela primeira vez a um espetáculo de muito som, justamente da banda que eu mais cultuava na época.
Quase dois meses depois, mas ainda sob o impacto daquele show, minha futura coleção de discos se iniciaria também pelos Novos Baianos, através de seu segundo lp: Acabou Chorare, que ganhei no Natal daquele ano.
O disco da gravadora Som Livre trazia na capa uma foto de objetos como pratos, canecas, copos, um bule e uma embalagem de Toddy, dando ideia de uma refeição matinal, provavelmente representando a vida em comunidade, vivida por eles. Ao ser relançado mais tarde ainda na versão vinil, e também em cd mais tarde, foi usada como capa uma das fotos do encarte, onde aparece a banda. A capa original com certeza foi considerada pouco comercial para vender o produto, pois não trazia nenhuma foto da banda, e só aparece na primeira versão em vinil. Há ainda na versão original um texto do poeta Augusto de Campos. Acho que foi o primeiro texto de Augusto que eu li, e ele depois seria um de meus poetas favoritos, quando eu passei a me interessar pelo movimento concretista.

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