Estava lendo a revista Bilboard, que apresenta uma parada de sucessos, nacional e internacional, baseada em pesquisas, hoje cada vez mais precisas. Os avanços tecnológicos hoje permitem uma maior precisão nos níveis de execução e vendagens. Em um número anterior li uma matéria sobre os grandes vendedores de discos da década - pesquisa feita entre 1999 e 2009. A banda que mais vendeu na década é um conhecido fenômeno de vendas e qualidade, por sinal algo raro no mundo da música. O álbum mais vendido na década foi 1, uma coletânea dos Beatles. Sim, eles mesmos.
Porém, o panorama não é dos melhores. Olhando a listagem nacional, dá vontade de chorar, de tanta coisa ruim e de baixa qualidade liderando as listas de mais vendidos e executados. O que hoje existe de dupla sertaneja vendendo disco (apesar da retração do mercado)é de dar dó. O axé e o pagode também dominam, e agora também surge o fenômeno de padres bonitões e cantores, que vendem cada vez mais cds. O mercado de música gospel também se expande cada vez mais. Não discuto, e respeito a doutrina religiosa de cada um, mas do ponto de vista meramente estético, acho a música gospel que se faz hoje em dia um horror. Se fala de Deus e Jesus como se estivesse fazendo um jingle de sabão em pó para se vender em supermercado. E muita grana se fatura em nome de Jesus.
O pagode também tem reservado uma boa fatia do mercado, com grupos horrorosos e sambinhas babacas e bem sem-vergonhas. Aí caímos no axé, que apresenta fenômenos de popularidade, como as nauseantes Ivete e Cláudia e aquelas bandinhas que abusam das onomatoéias dos iô-iôs e iá-iás como se fosse algo bem original e criativo.
O emburrecimento das massas é algo fenomenal. Tudo que é empurrado goela abaixo é consumido e absorvido. Não gosto de assumir aquela postura de achar que as coisas que admiro e consumo são sempre superiores às demais. Acho que soa um tanto arrogante e pretencioso. Mas observando as preferências populares, qualquer um que tenha um relativo bom gosto tem que se sentir àcima dessa massa desaculturada.
"Eu tô contigo", como diria o moço da TV. Realmente é uma parada...dura!
ResponderExcluirMe lembrei de um dia que fui a uma das praias daqui de perto e lá chegando - era dia da padroeira do lugar - havia um trio elétrico, com um grupo (cantor acompanhado de 2 bailarinas - pasme!) cantando axé gospel... Desci do Õnibus e fiquei olhando para aquelas pessoas - dentre elas alguns pra lá de bêbadas que, certamente, nem distinguiam o que estavam ouvindo - saculejando. Pensei: Senhor, perdoa-os... eles não sabem o que fazem. ahahahaha!
Realmente... nada contra credo de A,B ou C e, tampouco achar que meu gosto musica é superior, mas convenhamos: há que se ter qualidade no feito, não? E, pra mim, oração pressupõe silêncio. Interior, inclusive. Com axé, nem "jisus"!
bjins
Auci