John Mayall é uma figura fundamental no desenvolvimento e revigoração do blues a partir dos anos 60. Pode-se dizer que o blues, ritmo originário dos EUA, ganhou nova vida a partir dos músicos ingleses, que trouxeram a influência em sua música dos velhos bluesmen, que andavam esquecidos. E John Mayall, que através de seu grupo "John Mayall's Bluebrackers" ajudou a trazer de volta o mais autêntico blues, e formar uma série de músicos que vieram a brilhar posteriormente. Por isso, Mayall pode ser considerado o pai do blues inglês. No fim dos anos 90, uma série de fascículos que se encontravam em bancas de revistas, chamado "As Feras do Rock", traziam dados biográficos de nomes importantes do rock, blues, e outras vertentes. Esse é o texto publicado sobre John Mayall:
"John Mayall é o santo padroeiro do blues britânico, uma personalidade excêntrica, perfeccionista e discutível, que incentivou a carreira de inúmeros músicos importantes, porém não duvidou em se desfazer daqueles que considerava problemáticos. Entretanto, se há uma coisa que não se pode negar é a sua paixão pelo blues e a sua capacidade de contagiar com esta emoção a todos os que estiverem a sua volta, dentro ou fora do palco.
No início dos anos 90, Mayall declarava que, em algum momento, ele chegou a pensar que o público desfrutaria com qualquer coisa que tocasse, mas que efetuou demasiadas mudanças e isto confundiu seus seguidores. Sua longa experiência musical lhe levou a um conhecimento absoluto das formas, técnicas e recursos do blues. Tal domínio é o mesmo que, a nível intelectual, lhe permite compor suas músicas explorando o jazz, o country e o boogie-woogie, com a mesma genialidade dos seus idolatrados J.B. Lenoir, Sonny Boy Williansom e John Lee Hooker, a quem precisamente dedica a música 'John Lee Boogie'. Pelos mesmos motivos, experimenta com vozes femininas pela primeira vez em 1975. O nível visceral é o da sua entrega nas interpretações. O que outorga credibilidade à materialização de tudo o que elaborou em sua mente, como no caso do acelerado 'Why Worry'. Sendo também o que lhe faz trazer à tona, toda a sua força com a gaita, em 'A Big Man' e 'Reaching For a Mountain', e é a chave de ouro com que John Mayall fecha uma etapa da sua carreira, sucedida por um longo período de absoluta esterilidade criativa que finalizaria apenas a finais dos anos oitenta."
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