No início dos anos 90 o jornal O Globo tinha uma seção nas edições de domingo intitulada "Que Fim Levou", que falava de um artista, seja da música, das artes cênicas ou qualquer outra atividade, que teria tido um destaque em seu meio de atuação, e que no momento estava afastado da mídia. Um dos artistas destacados foi Walter Franco, que na época estava afastado dos meios de comunicação. A jornalista Cleusa Carmona fez a matéria com Walter, que também falou de usa carreira:
"O Festival Internacional da Canção de 1972 revelou para o Brasil um jovem compositor que entraria rapidamente para o rol dos 'malditos' da MPB: Walter Franco, polêmico criador de 'Cabeça', que causou escândalo ao interpretar sua canção com forma e conteúdo inteiramente fora dos padrões da época. Vaiado incondicionalmente, Walter Franco jamais foi perdoado pela maioria. Mas a minoria que conquistou transformou-se numa legião de fãs que até hoje continua fiel a seus sons alternativos e experimentais.
Mais odiado que amado, Walter Franco passou os últimos 18 anos à margem do sucesso fácil e comercial. Hoje, no entanto, acha que o espaço para suas criações musicais está mais aberto. Tem público variado: da geração que o acompanha desde os tempos de 'Cabeça' até os jovens que o descobriram muitos anos depois.
- Meu trabalho sempre se voltou ao auto-conhecimento espiritual. Quando o lancei, meu trabalho era hermético, agora há mais espaço - avalia ele.
Paulista, de 48 anos, Walter Franco está há sete anos sem gravar. Seus discos, porém, continuam nas prateleiras das lojas e vendem bem. Este ano, a gravadora independente Baratos Afins, de São Paulo, reeditou três de seus últimos discos: 'Revolver' (1975), 'Vela Aberta' (1980) e 'Respire Fundo' (1982). A reedição animou o compositor que, no entanto, continua sem pressa para produzir um novo trabalho.
- Cada um tem uma coisa muito particular para ser aperfeiçoada sempre. Como meu trabalho é na área de criação, me dispus a fazer pouca coisa. O artista tem direito de entrar e sair quando quiser - reivindica.
Coerente com sua linha de trabalho, Walter Franco continuou a fazer shows em palcos alternativos, mas também lotou recentemente espaços como o Sesc-Pompeia e o Centro Cultural São Paulo. Paralelamente às apresentações, desenvolveu criações mais comerciais para jingles de campanhas publicitárias e políticas.
Atualmente se prepara para um show, de 14 a 16 de dezembro, no auditório do Crownn Plaza, em São Paulo. Um espaço de 150 lugares que tem sido frequentado por artistas de linha mais alternativa. Além de uma retrospectiva de seu trabalho, o compositor pretendo apresentar composições inéditas e parcerias como 'Nasça', com Arnaldo Antunes; 'Pedra Polida', com Paulo Leminski; e 'Tótem', com Costa Neto.
No palco do Crownn Plaza, Walter Franco enfrentará sozinho o desafio da voz e do violão. Mas não deverá deixar de fora uma parte experimental. Além do trabalho com a palavra, o artista pretende utilizar o som quadrifônico: sons instalados nos quatro cantos do auditório.
- Faz parte de um trabalho experimental que desenvolvi com o estúdio de sons, do silêncio e com o qual realizei uma gravação para o Museu da Imagem e do Som, encerrando a Semana de Música Contemporânea - explicou.
O trabalho com a palavra e com os gestos vem de sua formação como ator da Escola de Arte Dramática de São Paulo:
- Comecei na música através da poesia.
Walter Franco resume seu trabalho atual como uma mescla de balada, rock e reggae. Uma síntese de sons e temas ao mesmo tempo intimistas e extrovertidos, abstratos e concretos. Tudo isso, segundo ele, poderá ser colocado em disco no próximo ano com produção do também compositor paulista Guilherme Arantes.
Antes disso, suas composições inéditas ficarão dentro dos espaços fechados e com gosto restrito. Mas Walter Franco diz que continua na mesma linha de criação com a qual começou, nos tempos de 'Cabeça', falando de coisas que só muito tempo depois se tornariam novidade:
- Antes de tudo virar moda, eu já buscava a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo."
Mais odiado que amado, Walter Franco passou os últimos 18 anos à margem do sucesso fácil e comercial. Hoje, no entanto, acha que o espaço para suas criações musicais está mais aberto. Tem público variado: da geração que o acompanha desde os tempos de 'Cabeça' até os jovens que o descobriram muitos anos depois.
- Meu trabalho sempre se voltou ao auto-conhecimento espiritual. Quando o lancei, meu trabalho era hermético, agora há mais espaço - avalia ele.
Paulista, de 48 anos, Walter Franco está há sete anos sem gravar. Seus discos, porém, continuam nas prateleiras das lojas e vendem bem. Este ano, a gravadora independente Baratos Afins, de São Paulo, reeditou três de seus últimos discos: 'Revolver' (1975), 'Vela Aberta' (1980) e 'Respire Fundo' (1982). A reedição animou o compositor que, no entanto, continua sem pressa para produzir um novo trabalho.
- Cada um tem uma coisa muito particular para ser aperfeiçoada sempre. Como meu trabalho é na área de criação, me dispus a fazer pouca coisa. O artista tem direito de entrar e sair quando quiser - reivindica.
Coerente com sua linha de trabalho, Walter Franco continuou a fazer shows em palcos alternativos, mas também lotou recentemente espaços como o Sesc-Pompeia e o Centro Cultural São Paulo. Paralelamente às apresentações, desenvolveu criações mais comerciais para jingles de campanhas publicitárias e políticas.
Atualmente se prepara para um show, de 14 a 16 de dezembro, no auditório do Crownn Plaza, em São Paulo. Um espaço de 150 lugares que tem sido frequentado por artistas de linha mais alternativa. Além de uma retrospectiva de seu trabalho, o compositor pretendo apresentar composições inéditas e parcerias como 'Nasça', com Arnaldo Antunes; 'Pedra Polida', com Paulo Leminski; e 'Tótem', com Costa Neto.
No palco do Crownn Plaza, Walter Franco enfrentará sozinho o desafio da voz e do violão. Mas não deverá deixar de fora uma parte experimental. Além do trabalho com a palavra, o artista pretende utilizar o som quadrifônico: sons instalados nos quatro cantos do auditório.
- Faz parte de um trabalho experimental que desenvolvi com o estúdio de sons, do silêncio e com o qual realizei uma gravação para o Museu da Imagem e do Som, encerrando a Semana de Música Contemporânea - explicou.
O trabalho com a palavra e com os gestos vem de sua formação como ator da Escola de Arte Dramática de São Paulo:
- Comecei na música através da poesia.
Walter Franco resume seu trabalho atual como uma mescla de balada, rock e reggae. Uma síntese de sons e temas ao mesmo tempo intimistas e extrovertidos, abstratos e concretos. Tudo isso, segundo ele, poderá ser colocado em disco no próximo ano com produção do também compositor paulista Guilherme Arantes.
Antes disso, suas composições inéditas ficarão dentro dos espaços fechados e com gosto restrito. Mas Walter Franco diz que continua na mesma linha de criação com a qual começou, nos tempos de 'Cabeça', falando de coisas que só muito tempo depois se tornariam novidade:
- Antes de tudo virar moda, eu já buscava a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo."
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