O MPB 4 é um grupo vocal que fez história na música brasileira. Sua participação na cena musical desde os anos 60, época áurea dos antigos festivais de música, com seus arranjos vocais e instrumentais, que davam uma roupagem nova a seu repertório sempre impecável, fizeram do quarteto formado por Ruy, Magro, Miltinho e Aquiles, um nome dos mais respeitáveis e sólidos em nossa música, sendo sinônimo de qualidade e refinamento.
Ao longo dos anos o quarteto, além de lançar discos antológicos, realizou shows sempre bem produzidos, dando voz aos nossos melhores compositores. Sua associação ao nome de Chico Buarque no início de carreira do compositor é sempre inevitável em qualquer biografia de Chico. Hoje, apesar da perda lastimável de dois de seus membros, Ruy e Magro, o MPB 4 continua na ativa, porém sem aquele brilho de sua fase original. De qualquer forma, é bom ver o grupo resistindo, e tentando levar adiante seu legado.
Em sua edição nº3, de agosto de 1976, a revista Música trazia uma matéria sobre o show MPB 4 no Safari. Segue abaixo a matéria:
"Rui, Aquiles, Miltinho e Magro. Um grupo de música popular é enviado a um país do 4º mundo para fazer um estágio. Depois, as grandes plateias. Em Piratunga, o tal país, os quatro integrantes do grupo são pressionados pelo MAT, Mercado de Auxílio ao Talento, a seguirem ordens estritas: música, apenas música, nada mais.
Um texto de Antonio Pedro, Chico Buarque e do próprio MPB 4, uma seleção musical dos melhores momentos do grupo nesses 10 anos de sobrevivência. Em sua maioria, trechos de "Antologia", "Palhaços e Reis" e "MPB 4 10 Anos Depois". Duas músicas de Miltinho em parceria com Maurício Tapajós e Luiz Gonzaga Jr. : "Nosso Mal e "Assim Seja, Amém'.
De volta a São Paulo, onde iniciou a carreira, o MPB 4 atesta mais uma vez que o texto é indispensável a um espetáculo, pois o público exige mais que cantar, propondo-se a um trabalho mais elaborado, onde o diretor, Antonio Pedro, procura tirar o que cada um oferece de si, além da competência musical e bom-gosto comprovados do grupo no decorrer de seu trabalho.
A direção musical é de Magro, a sonoplastia de Gerson Pereira, também atuando como ator convidado, a produção executiva de Wellington Luiz, Doris Mara na contra-regra e a participação especial de Mário Negrão na bateria e Bebeto Castilho no baixo. Destaque para a iluminação de Walter Rocher em "Fé Cega, Faca Amolada".
A ampliação instrumental é Palmer, o baixo usado é um Danelectro, o piano, um RMI, o PA para voz Shure Vocal Master Sound System. Miltinho toca violão de 12 cordas Del Vecchio com captador Barcus Berry. Rui ocupa-se da percussão.
Com novo show já sendo preparado por Chico e Paulo Pontes, o MPB 4 afirma que a mensagem do Safari compete a cada um definir, mas finalizando o espetáculo com "sonho que se sonha junto é realidade" (Prelúdio de Raul Seixas), não fica muito difícil. "
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