O Samba do Arnesto é uma das músicas mais interessantes e conhecidas de Adoniran Barbosa, um verdadeiro cronista da vida paulista. Usando uma linguagem coloquial, carregada de erros gramaticais, o que era uma de suas marcas mais características, esse samba, gerou diferentes histórias e explicações, que o próprio autor inventava. O Arnesto do samba, que se chamava Ernesto realmente existiu, e desmentiu a história em que é personagem no samba. Num livro da série Anotações com Arte, que na verdade é uma agenda do ano de 2010, quando foi publicado, a história é contada:
"Ernesto Paulelli diz que nunca convidou Adoniram para um samba no Brás, nem deixou um bilhete pendurado na porta. De onde então, veio a inspiração para escrever a letra do Samba do Arnesto? Veio de um fato real? É pura ficção? Com as várias versões sobre a origem da letra, Adoniran criou mais uma lenda urbana: a história do Arnesto é mito ou realidade? O que se sabe é que o nome Arnesto teve inspiração num fato real. Num domingo, num bar no centro da cidade, Adoniran pede um cigarro a um frequentador. O homem diz que não fuma. E Adoniran, na bucha, diz: 'Então, me dá seu cartão'. Era o cartão de Ernesto Paulelli. Adoniran lê o cartão e comenta: 'Arnesto?'. O jovem músico retruca que é Ernesto, com E. Adoniran não se dá por vencido: 'É Arnesto. E vou fazer um samba pra você, Aduvida?'. Esse encontro aconteceu em 1938 a Adoniran só foi compor o samba em 1952. Vinte anos depois, Adoniran deu duas explicações para a inspiração. Para a TV Cultura ele inventou uma história maluca:
'O Arnesto existiu... mora no Brás, o malandro. Irmão do Nicola Caporrino. O Ernesto Caporrino. Ele convidou a gente pro samba. Eu fui lá com meus maloqueiros. Com fome... Disse que tinha comida... Não tinha nada, sabe? Cheguei lá... você quer ver uma coisa? Marcaram ao meio-dia... cheguei à uma. Tinha uma panela de arroz só coma casca do arroz embaixo.'
Para a História da Música Popular Brasileira, da Abril Cultural, Adoniran foi mais eloquente:
'Um dia saí da Record e fui à procura do Joca e do Mato Grosso. Eles tinham me convidado para um samba na casa de um amigo do Joca, que morava no Brás. O amigo do Joca se chamava Ernesto, mas a turma chamava de Arnesto. Apanhamos o bonde na Praça Clóvis e rumamos para o Brás. Descemos na rua Bresser e caminhamos até a terceira travessa, aonde morava o Ernesto. Era um cortiço, e quando chegamos lá ficamos sabendo que o Arnesto não tinha recebido o dinheiro para fazer o baile. Envergonhado, fechou a maloca e se mandou para a Penha. Decepcionados, voltamos para a cidade e dentro do bonde veio a vontade de fazer esse samba.'
Seis anos depois, declarou ao jornal Viver, de Campinas:
'Arnesto também é imaginação. Ele não existe, não, é imaginação, mesmo.' O parceiro dessa música, o Nicola, tem a explicação final. Ele conta que Adoniran apareceu em sua casa para levá-lo à praia. Como estava sem grana, Nicola se escondeu e mandou dizer que não estava. Mas Peteleco, o cachorro de estimação de Adoniran, entrou na casa e achou Nicola em seu quarto. Envergonhado, ele decidiu contar a verdade ao amigo. E foi Adoniran quem sugeriu: 'Da próxima vez, você põe um recado na porta'.
Nicola concordou e disse que isso dava samba. Adoniram também achou que dava samba e disse que ia homenagear um colega a quem tinha prometido um samba há muitos anos atrás. Esse colega era o Ernesto Paulelli!"
'O Arnesto existiu... mora no Brás, o malandro. Irmão do Nicola Caporrino. O Ernesto Caporrino. Ele convidou a gente pro samba. Eu fui lá com meus maloqueiros. Com fome... Disse que tinha comida... Não tinha nada, sabe? Cheguei lá... você quer ver uma coisa? Marcaram ao meio-dia... cheguei à uma. Tinha uma panela de arroz só coma casca do arroz embaixo.'
Para a História da Música Popular Brasileira, da Abril Cultural, Adoniran foi mais eloquente:
'Um dia saí da Record e fui à procura do Joca e do Mato Grosso. Eles tinham me convidado para um samba na casa de um amigo do Joca, que morava no Brás. O amigo do Joca se chamava Ernesto, mas a turma chamava de Arnesto. Apanhamos o bonde na Praça Clóvis e rumamos para o Brás. Descemos na rua Bresser e caminhamos até a terceira travessa, aonde morava o Ernesto. Era um cortiço, e quando chegamos lá ficamos sabendo que o Arnesto não tinha recebido o dinheiro para fazer o baile. Envergonhado, fechou a maloca e se mandou para a Penha. Decepcionados, voltamos para a cidade e dentro do bonde veio a vontade de fazer esse samba.'
Seis anos depois, declarou ao jornal Viver, de Campinas:
'Arnesto também é imaginação. Ele não existe, não, é imaginação, mesmo.' O parceiro dessa música, o Nicola, tem a explicação final. Ele conta que Adoniran apareceu em sua casa para levá-lo à praia. Como estava sem grana, Nicola se escondeu e mandou dizer que não estava. Mas Peteleco, o cachorro de estimação de Adoniran, entrou na casa e achou Nicola em seu quarto. Envergonhado, ele decidiu contar a verdade ao amigo. E foi Adoniran quem sugeriu: 'Da próxima vez, você põe um recado na porta'.
Nicola concordou e disse que isso dava samba. Adoniram também achou que dava samba e disse que ia homenagear um colega a quem tinha prometido um samba há muitos anos atrás. Esse colega era o Ernesto Paulelli!"
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