Joan Baez é um dos principais nomes da folk music americana, um estilo musical marcado por seu caráter acústico e letras engajadas, que geralmente falam de direitos civis e pacifismo. Joan ficou marcada por sua associação ao nome de Bob Dylan, que junto a ela, no início dos anos 60, se tornou a grande revelação do estilo. Joan tornou-se um nome dos mais respeitados da cena do rock, tendo inclusive participado do Festival de Woodstock em 1969, e lançando uma grande quantidade de álbuns ao longo de sua carreira.
Em 1976, o Jornal de Música, que vinha encartado na época na revista Rock, a História e a Glória, trazia um coluna sobre folk, que falava sobre Baez, assinada por Antonio Carlos Carvalho, intitulada "Joan Baez, a pacifista que, por acaso, se tornou cantora folk":
"Existem discos que são lançados para testar o mercado, discos para dar prestígio aos catálogos das gravadoras e, é claro, discos para vender muito. No Brasil, Joan Baez fica na categoria do prestígio. Os seus raros discos editados aqui são apenas presentes endereçados aos poucos e fiéis seguidores da cantora folk pacifista, ou da pacifista, que, por acaso, também é uma cantora folk. Estes admiradores devem estar agora, no mínimo, aniversariando. A Odeon colocou nas lojas nada menos que um álbum duplo de Joan Baez a quatro cores chamado From Every Stage. Nele, vinte músicas gravadas ao vivo durante suas apresentações nos Estados Unidos, em julho e agosto do ano passado. Os dez primeiros números ela canta do jeito que sempre gostou: acompanhada apenas por seu violão. No segundo disco seu grupo entra no palco. Estava formado pela bateria de Jim Gordon, baixo de James Jamerson, teclados de David Briggs e guitarras de Dan Ferguson e Larry Carlton. Mas já faz muitos anos e muitos discos que ela se apresentou para uma grande assistência pela primeira vez.
Joan Baez e Bob Dylan |
Nascida em Nova York, em 1941, só iria aprender a cantar nas igrejas da Califórnia. Quando seus pais se mudaram para Boston, aproveitou para fazer um curso de drama em nível universitário e cantar um pouco no Tulla's Coffe Grinder - ponto de reunião dos estudantes - até que o seu incessante envolvimento com as panelinhas de música folk dos clubes do eixo Cambridge-Boston a tiraram definitivamente dos ensinos. Embora o meio musical já fosse, na época, uma pequena batalha elétrica cheia de pré-roqueiros bravos, Joan estava conseguindo bons aplausos. Esses aplausos começaram realmente em 1959 quando um amigo a convidou para assistir ao Festivall Folk de Newport. Como não estava inscrita, ficou cantando na área do acampamento até que começou a fazer mais sucesso do que os que estavam se apresentando no palco. Foi eleita a rainha do folclore norte-americano. Talvez tenha sido a primeira rainha folk da história americana. No ano seguinte, voltou para se apresentar no mesmo festival e três meses depois seu primeiro LP foi lançado no mercado. A vendagem deste disco, até hoje, é considerada a maior obtida por uma cantora folk. Em 1962, com o título de cantora folk recordista em vendas, já estava com três LPs nas paradas de sucesso dos Estados Unidos. Tornou-se a primeira intérprete folk a colocar LPs nas listas dos 10 mais vendidos. Já como pioneira em paradas, começou a aparecer com frequência em todos os noticiários internacionais com suas campanhas contra a guerra e a segregação. A partir daí, associando-se a todas as manifestações a favor da paz, passou a ser vista como uma cantora com impacto político e social muito maior do que musical. Hoje, com mais de 20 discos gravados, Joan Baez é muito famosa por ter lutado contra a violência como um meio de vida e por ter sido uma das lançadoras de Bob Dylan, com quem trabalhou intensamente entre 1961 e 1965.
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