A partir do final dos anos 70, com o Festival de Jazz de São Paulo, os festivais de jazz passaram a fazer parte do calendário cultural do Brasil, vide também as edições do Free Jazz e do Haineken Concerts, que aconteceram nos anos 80 e 90. Em 1980 aconteceria em São Paulo, a segunda edição do Festival Internacional de Jazz, que reuniu atrações de peso nacionais e internacionais, como Spyro Gyra, Trio Elétrico de Dodô e Osmar, Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti, Dexter Gordon Mary Lou Williams, Toot Thielemans, Peter Tosh, B.B. King, Joe Pass, Champion Jack Duprée, Pepeu Gomes e muita gente mais, ou seja, um time de pesos-pesados do jazz, blues e outros segmentos. Em sua edição nº 41 a revista Música trouxe um belo material sobre o evento. Todas as fotos dessa publicação foram tiradas da matéria:
"A plateia pegou fogo de vez, com um blues cadenciado. Todo mundo de pé, dançando freneticamente o som do reggae e do jazz rock. A multidão batia palmas e urrava para a usina de sons, que a embalou durante os quatro dias de uma grande festa, da qual todo mundo participou, sem exceção.
Estamos falando do II Festival Internacional de Jazz de São Paulo, assistido, no Palácio das Convenções do Anhembi, por mais de 26 mil pessoas e centenas de milhares que acompanharam por rádio e televisão.
O II Festival Internacional de Jazz de São Paulo foi um sucesso absoluto. Um sucesso que, de certa forma, já se prenunciava em 1978, assim que acabou o I Festival, que os mais céticos não acreditavam que fosse vingar. Mas o primeiro Festival contradisse todas as expectativas e lançou definitivamente o Brasil como centro polarizador das mais diversas tendências do jazz atual. E este segundo Festival só veio reforçar as perspectivas do primeiro.
Em termos de público, pelo menos, a satisfação foi visível nos quatro dias do concerto. Tanto da parte do público mais jovem, que foi ao Anhembi, para curtir o som pauleira de Pepeu Gomes, Peter Tosh, A Cor do Som e Hermeto Pascoal, quanto daqueles de gosto mais refinado, interessados nas elaborações de Joe Pass, Woody Shaw, Betty Carter, Mary Lou Williams e B.B. King. 'Há música para todos os gostos' - dizia, no último dia do festival, um jovem músico.
Pepeu Gomes |
Joe Pass |
Do ponto de vista do espetáculo, os destaques maiores deste Festival foram os conjuntos de jazz-rock: Spyro Gyra, norte-americano; o Native Son, japonês; e o que poderia ser chamado de grupo de tango-rock, o sexteto do bandeonista Rodolfo Medeiros. Ente os brasileiros merece destaque nessa linha, o show do conjunto A Cor do Som, que do ponto de vista musical não se enquadrou no contexto do festival, enquanto o grupo de Pepeu Gomes decepcionou, embora movimentando a plateia. Mas a participação brasileira mais forte ficou a cargo, outra vez, de Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti.
Finalmente, como capítulo à parte, a grande badalação do festival foi o grupo de reggae de Peter Tosh (a grande jogada promocional do evento) e um encerramento marcado por uma linha nitidamente de final apoteótico, com um carnaval comandado pelo Trio Elétrico de Dodô e Osmar.
Paralelamente, foram realizados espetáculos em dois auditórios bem menores, que deram oportunidades a grupos novos de jazz, jazz-rock e outros gêneros experimentais: Tentáculo Arrigo Barnabé e Banda Sabor de Veneno, Divina Increnca com Roberto Sion, Conjunto Azul, D'Alma, Bendegó, Ponte Aérea e Carlos Camargo (no auditório G) e Original Jazz Band, Quarteto Moderno, São Paulo Dixieland Band, Paulo Soledade, Mário e Alberto, Duo Ricardo e Vitinho, e Wilson Cúria Trio (no Auditório E)."
iMPORTANTE acrescentar apresentaçoes de Milton Banana e o RC 9 e a de Lanny Gordin,a maior lotaçao , auditorio escadas corredores...
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