"Fazer as malas, juntar as tralhas e mudar de cidade, passar noites e até algumas semanas na cadeia, por causa das drogas, eram atividades corriqueiras na vida desses artistas. A falta de grana jamais pôde deixar de ser sentida e não era difícil alguém do grupo se desfazer dos bens pessoais em troca de comida. Quando João Gilberto aparecia na casa dos Novos Baianos, uma das coisas que sempre fazia era bancar fartos cafés da manhã para todos. Mas, no fundo, o que importava era o fato deles estarem juntos fazendo o que mais gostavam e sabiam: música. Os shows, os contratos com as gravadoras para fazer os discos, também eram importantes, porque o pouco da grana vinha disso. Mas, acima de tudo estava a enorme satisfação de mudar através da música os pensamentos e as atitudes de uma juventude ávida de liberdade. A satisfação de serem o que todos queriam ser.
Infinito Circular tem uma característica muito especial. É a primeira vez, em toda a carreira dos Novos Baianos, que eles gravam um disco ao vivo: 'É um valor histórico que não tem preço. Quem esteve com a gente nos dois dias de gravação vai estar eternamente na história conosco. O grande barato é a integração plateia-músicos que quase não acontece', empolga-se Baby. Paulinho Boca de Cantor também está entusiasmado com o registro do encontro: 'A gente está vivendo um momento bonito, vamos deixar isso registrado. Eu acho que a gente riscou um palito de fósforo e vamos incendiar o mundo'. É opinião unânime e garantida de todos os integrantes que os trabalhos individuais, que eles levam em paralelo não foram colocados no disco em nenhum momento. É a 'atmosfera' Novos Baianos que foi resgatada e reina neste reencontro. Moraes Moreira acredita ainda que o disco vai trazer a novidade e mostrar que o grupo continua criando, não se aposentou e quer mais: 'Fomos buscar aquele clima antigo. Nós não vamos prometer um disco todo ano, isso nem é bom. Temos uma opção no nosso contrato para fazer um disco no ano 2000. Mas a gente não manda muito nisso, a coisa é que nos leva'.
Quase 30 anos de carreira não podem deixar de expressar experiência, maturidade e uma sintonia difícil de se encontrar em bandas que há tempos estão juntas. Baby diz que este entrosamento é o responsável pela abertura de um canal de inspiração. Não foi nada difícil juntar energia para compor novas músicas que só consagraram esta facilidade de união do grupo: 'Bastou a gente se encontrar e, no mesmo dia, no estúdio de Moraes, já saiu a primeira música, 'Infinito Circular'. Em seguida, no estúdio de Pepeu, fizemos mais canções. Nós não programamos isso e acho que é assim que garantimos o sucesso do grupo'. Nem poderia ser diferente. Durante 10 anos os cinco moraram juntos e ao longo do tempo os agregados, esposas e filhos fariam parte da festa. Não importava muito o lugar, poderia ser um apartamento em São Paulo, o sítio em Jacarepaguá no Rio de Janeiro ou mesmo a comunidade alternativa de Arembepe na Bahia, lá estava a trupe novosbaianos tentando sobreviver sem grana mas fazendo música: 'Nós lavamos roupa juntos, varremos juntos e cozinhamos juntos. A gente tem uma intimidade enorme', diz Baby.
Quando Marisa Monte regravou 'A Menina Dança' no último disco, Barulhinho Bom, foi o começo de tudo.; 'A gravação desta canção contribuiu muito e mostra como Marisa vê o grupo: um baú de música brasileira dos mais férteis. Ela trouxe este conhecimento ao público e isso só nos deu mais segurança.', explica Baby. Daí para a frente o caminho estava aberto. Luiz Galvão conta que sempre existiu a ideia de uma nova união. Este ano o público pôde conferir alguns 'ensaios' do que seria o verdadeiro encontro: primeiro foi o lançamento do livro de Luiz Galvão, Anos 70: Novos e Baianos. Nesse dia o grupo cantou alguns sucessos num pequeno bar de São Paulo. Depois, a homenagem ao 50º aniversário de Moraes Moreira no último Heineken Concerts. Pela primeira vez em 20 anos todos reunidos recepcionando, no palco, os antigos companheiros. Quem viu este espetáculo pôde ter uma ideia da força que os Novos Baianos ainda têm: 'No festival sentimos a grande expectativa do público de 16, 17 anos, o que nos deu mais confiança. Naquele momento sabíamos que o nosso trabalho havia rompido as barreiras do tempo', relata Baby. Quando o grupo se apresentou em Curitiba pelo mesmo festival, o público não se aguentou: 'As meninas entraram chorando no camarim', conta Moraes. 'O povo não só mostrou que gostou como fez cara de nós te amamos', ressalva Pepeu.
Os filhos parecem seguir os mesmos passos dos pais. Outra opinião unânime do grupo é de que esta nova geração tem uma musicalidade e uma personalidade próprias que superam as dificuldades de terem pais famosos. Mais do que filhos são artistas que amam o trabalho dos Novos Baianos. Baby do Brasil colocou suas filhas (e de Pepeu), para fazer backing vocal em seu último disco solo, Um. Davi, filho de Moraes, toca guitarra na banda de Marisa Monte. O baterista da banda Catapulta é filho de Paulinho Boca de Cantor. O mais novo, Beto, toca baixo e é produtor musical do pai. 'O que mais me deixa feliz é que nós não cometemos o grave erro de afogá-los no sucesso que nós tivemos. A personalidade deles é evidente', explica Baby. "
Quando Marisa Monte regravou 'A Menina Dança' no último disco, Barulhinho Bom, foi o começo de tudo.; 'A gravação desta canção contribuiu muito e mostra como Marisa vê o grupo: um baú de música brasileira dos mais férteis. Ela trouxe este conhecimento ao público e isso só nos deu mais segurança.', explica Baby. Daí para a frente o caminho estava aberto. Luiz Galvão conta que sempre existiu a ideia de uma nova união. Este ano o público pôde conferir alguns 'ensaios' do que seria o verdadeiro encontro: primeiro foi o lançamento do livro de Luiz Galvão, Anos 70: Novos e Baianos. Nesse dia o grupo cantou alguns sucessos num pequeno bar de São Paulo. Depois, a homenagem ao 50º aniversário de Moraes Moreira no último Heineken Concerts. Pela primeira vez em 20 anos todos reunidos recepcionando, no palco, os antigos companheiros. Quem viu este espetáculo pôde ter uma ideia da força que os Novos Baianos ainda têm: 'No festival sentimos a grande expectativa do público de 16, 17 anos, o que nos deu mais confiança. Naquele momento sabíamos que o nosso trabalho havia rompido as barreiras do tempo', relata Baby. Quando o grupo se apresentou em Curitiba pelo mesmo festival, o público não se aguentou: 'As meninas entraram chorando no camarim', conta Moraes. 'O povo não só mostrou que gostou como fez cara de nós te amamos', ressalva Pepeu.
Os filhos parecem seguir os mesmos passos dos pais. Outra opinião unânime do grupo é de que esta nova geração tem uma musicalidade e uma personalidade próprias que superam as dificuldades de terem pais famosos. Mais do que filhos são artistas que amam o trabalho dos Novos Baianos. Baby do Brasil colocou suas filhas (e de Pepeu), para fazer backing vocal em seu último disco solo, Um. Davi, filho de Moraes, toca guitarra na banda de Marisa Monte. O baterista da banda Catapulta é filho de Paulinho Boca de Cantor. O mais novo, Beto, toca baixo e é produtor musical do pai. 'O que mais me deixa feliz é que nós não cometemos o grave erro de afogá-los no sucesso que nós tivemos. A personalidade deles é evidente', explica Baby. "
Adoro o grupo.
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