A matéria trazia ainda dois boxes destacando novos nomes que estavam surgindo, e que poderiam ser considerados boas promessas para enriquecer o cenário de nossa música. Um box destacava artistas ligados à MPB, e outro a grupos ligados ao rock e à MPB regional:
"Os, apesar de tudo, estreantes:
Apesar dos árduos obstáculos comuns, nem sempre compreendidos por suas plateias, este bloco de revelados tem, entre si, uma variada faixa de estilos e influências, que os destaca de outros estreantes menos estabelecidos. Seus caminhos:
Sueli Costa - A mãe, no subúrbio de Benfica, em Juiz de Fora, era 'Dona Maria Pianista'. Nascida no Rio, 'por problemas de parto', Sueli Costa estudou piano desde os 4 anos, mas aprendeu violão instantaneamente, 'para não ter que explicar a um amigo que não sabia tocar'. Compositora, gravada desde de 1967, por Nara Leão ('Por Exemplo, Você'), manteve-se como professora, enquanto suas músicas fortaleciam discos de Elis Regina ('Vinte Anos Blues'), Fábio ('Encouraçado'), Maria Bethânia ('Aldebarã', 'Assombrações', 'Demoníaca') e Ney Matogrosso ('Açúcar Candy'). Lançada num LP próprio este ano, com seu fio de voz, ela mostra um magnífico repertório de cores próprias, descendente tanto do blues quanto do samba-canção.
Lô Borges |
Lô Borges - Aos 13 anos, já era amigo de Milton Nascimento, em Belo Horizonte, onde nasceu, e tocava todo o repertório dos Beatles, em festinhas. Em 1968, aos 18 anos, Salomão Borges Filho já tinha três músicas gravadas por Milton. Participou também, do álbum duplo 'Clube da Esquina', com oito outras. E ganhou um LP individual, em 1972, numa época 'em que eu nem sacava qual era a minha'. Três anos depois, sustentado por direitos autorais (1.000 cruzeiros por mês), acha-se apto à estreia definitiva, com um grupo próprio e um LP planejado.
Walker - Filho de um poeta e uma professora de piano, Carlos Walker Luna, 22 anos, carioca criado em São Paulo, pertence à geração do 'gênio televisor'. Preferia 'O Fino' ao 'Jovem Guarda', o violão e os livros ('Cecília Meireles e Cassiano Ricardo são meus namorados') a tudo o mais. Em 1969, venceu um festival em Santos. Mas só a maciça difusão de 'Alfazema', na trilha sonora da novela 'O Espigão', tornou-o conhecido. Colocou, a seguir 'Beatrice', em Escalada. Cantou 'Adeus', de Dorival Caymmi em 'Gabriela', além de lançar um LP, 'A Frauta de Pã', perfumado de suas etéreas preferências poéticas, assentadas sobre músicas de inspiração barroca.
Carlinhos Vergueiro - Lançado com 'Só o Tempo Dirá', no Festival Universitário de 1971, o neto de um professor de piano e filho de um crítico musical, Carlos de Campos Vergueiro gravou um LP ('Brecha'), antes mesmo de vencer o Festival Abertura, com sua 'Como um Ladrão'. Paulista, ex-funcionário da Bolsa de Valores, compositor desde os 16 anos, Carlinhos, aos 23 anos, está num segundo LP ('Só o Tempo Dirá'), de letras menos ingênuas, e é autor da frase, que se tornou uma espécie de lema de sua geração: 'Só peço que não nos deixam mudos, pelo amor de Deus'.
Leci Brandão - Ex-operária, ex-telefonista, Leci Brandão, 26 anos, carioca, começou com uma dolorida composição estilo bossa-nova após uma briga com o namorado. Sua irremomível inclinação para o samba, no entanto, levou-a até a ala dos compositores dos Beijoqueiros de Realengo. Venceu três concursos de samba-enredo, o II Encontro Nacional do Compositor de Samba ('Quero Sim') e logrou um honorável terceiro lugar ('Pela primeira vez uma mulher') entre os sambas da Mangueira para o carnaval passado. 'Antes que Eu Volte a Ser Nada' é seu primeiro LP, recém-lançado, sob influências de Paulinho da Viola e Martinho da Vila.
Ednardo - Em 1962, todos se reuniram no bar Anísio, de Fortaleza: Belchior, Fagner, Rodger, Tetti e José Ednardo Soares Costa Sousa. 'Havia muita coisa a mostrar que a província não comportava' - e todos emigraram. Agrupados em São Paulo no Pessoal do Ceará, fizeram um LP, 'embora a única faixa em conjunto tenha sido 'Cavalo Ferro'. O esperado cisma ocorreu. Ednardo participou sozinho do Abertura ('Vaila') e lançou um LP individual, numa hábil fronteira entre o cordel e o rock, Pavão Misterioso': 'Não temas minha donzela/ nossa sorte nessa guerra/ eles são muitos mas não podem voar'.
Duardo Dusek(*) - Cita Stravinsky, Eric Satie, Noel Rosa, Egberto Gismonti, Carlos Lyra e nenhum compositor de rock: 'Sou contra modismos, uma valsa pode ter a mesma agressividade de um rock'. No entanto, Duardo Dusek, filho de checos e húngaros, 21 anos, carioca, 64 quilos para quase 2 metros de altura, lembra um esguio David Bowie caboclo, com suas louras sobrancelhas raspadas. Formado em arquitetura, aluno do conservatório desde os 6 anos, ator ('As Desgraças de uma Criança', 'A Dama das Camélias') e pianista, Dusek foi descoberto na série 'Mostragem', apadrinhado por Gil. Compõe em todos os gêneros, 'retirando a música do próprio poema' (em geral, textos de Cássio Ferrer).
Marcus Vinícius - Com base nas emboladas, o baião, frevo e maracatu, o pernambucano Marcus Vinícius, 26 anos, fez um LP na fronteira da vanguarda ('Dedalus'), no ano passado - discreto, mas aplaudido pela crítica. Dezoito anos de nordeste (iniciou sua carreira na mesma época que os pernambucanos Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Naná), disputou e venceu vários festivais regionais. Estudou e a seguir ensinou música contemporânea no Instituto Villa-Lobos, em 1968, depois dirigiu a programação do Museu de Arte Moderna, do Rio. Vinícius - apesar de suas raras aparições públicas - é uma das mais vigorosas revelações da geração pós-Tropicalismo.
Os grupos, do rock ao folclore:
Embora sem rigorosas identidades coletivas, a nova geração com frequência associou-se em grupos de tendências variáveis e nem sempre compatíveis. As influências vão do mais casto folclore brasileiro ao obsessivo rock internacional. Alguns exemplos mais contundentes:
Quinteto Violado - Exceto Sandro (Alexandre Johnson), primeiro flautista da Orquestra Armorial do Recife desde os 14 anos, todos os outros sobreviviam fora da música. Fernando Filizola (viola) é administrador de empresas. Luciano Pimentel (percussão) é economista. Marcelo Melo (violão) é agrônomo. Toinho Alves (baixo) é químico industrial. Quatro LPs e inúmeras excursões, depois de descobertos por Gilberto Gil, em 1971, os Violado vivem de sua atividade de recolher, arranjar e adaptar temas do folclore nordestino. Preferem os instrumentos acústicos e, nos últimos tempos, seus espetáculos são uma espécie de didáticos audiovisuais sobre o nordeste.
O Terço - Lançado em 1969, um ano após os Mutantes, o Terço, em seu início (Jorge Amidem, Vinícius Cantuária, César das Mercês e Sérgio Hinds), foi considerado uma espécie de versão carioca do grupo paulista. De 'Tributo ao Sorriso', no FIC, aos festivais de Juiz de Fora, o grupo se destacava por usar a triviola (uma guitarra de três braços, fabricada por Amidem) e seus vocais harmoniosos, próximos ao folk. Hoje, com plateias cheias, na altura do terceiro LP ('Criaturas da Noite'), Sérgio Hinds (guitarra), Sérgio Magrão (baixo), Flávio Alterosas (teclados) e Luís Moreno (bateria) tocam um rock calculado, de influência inglesa, enquanto seus espetáculos são os que apresentam o mais obstinado cuidado cênico no rock brasileiro.
Banda de Pau e Corda - De início, numa boate própria, Olho Nu, do Recife, em 1972, os instrumentos, 'muito rústicos', justificavam o nome do grupo, equipado agora também com bateria, flauta metálica e baixo moderno. Dois LPs gravados e apenas um de seus seis jovens integrantes (idades entre 16 e 26 anos) ainda estudando, eles exibem com êxito, no Rio, o show 'Alegoria'. Seguem uma linha parafolclórica (cirandas, maracatus, frevos, candomblé), que lembra o Quinteto Violado, mas recusam comparações: Pegamos temas presentes na cultura nordestina e procuramos criar em cima. É um grupo de vivências'.
Vímana - 'Aquela carruagem que os deuses usavam para vir à Terra. O rock para nós é isso: possibilidade de salvação deste mundo poluído, cheio de guerra', diz Lulu, guitarrista e líder do conjunto, formado ainda por Fernando (baixo), Luís Paulo (teclado) e João Luís (bateria). O grande parâmetro do Vímana é o inglês Yes, o que fez o baterista anterior, Candinho, seguidor do guru Maharish Manhesh, abandonar o conjunto, 'porque queria improvisações e não harmonias programadas'. Hoje, tentando o balançado gênero funk, o grupo reclama da impossibilidade de exibir a potência de seu equipamento de 190.000 cruzeiros, 'pela má organização do rock brasileiro'.
Raízes - Charlie, Ângela, Tino. Ângelo, Joba e Rui uniram-se no início de 1973, dispostos a partir das fontes 'do grande e desconhecido folclore da região centro-oeste brasileira'. Gravaram um LP, no ano passado, na Continental, baseado em instrumentos acústicos e uma pretensão um tanto impostada: 'O amor pela terra e a consciência de fazermos parte de um povo que precisa trazer de volta sua memória histórica e emotiva'.
Grupo Capote - Nascido em 1971, quando fez uma série de espetáculos com o ex-tropicalista Tom Zé o Ca (de canto) Po (poesia) Te (teatro) move-se 'numa estrutura musical entre o forró e o rock mágico, acrescido de um swing quebrado na letra e na poesia'. Sempre na fronteira entre a sátira e o mero trocadilho, o Capote, com cinco integrantes, liderado por Odair Cabeça de Poeta, obteve repercussão com 'Tá Cumeno Vrido' e 'Feira da Fruta', depois retirada de circulação, no seu primeiro LP, em 1973. Com o êxito de seu último show, 'Um Diploma de Prata para o Dr. Forró', o grupo decidiu-se pela influência nordestina. Ou: 'Nem a aranha arranha a rã/ nem a rã arranha a aranha'.
Almôndegas - Ensaiando numa sala de porão, cedida pela Sociedade Germânia de Porto Alegre, em troca de shows gratuitos, os Almôndegas estão entre os raros casos de sucesso fora do eixo Rio-São Paulo. Estreantes da Primeira Mostra de Música da cidade, em 1972, ainda como um bando desordenado, Kledir e Kleiton Ramil, Eurico Guimarães, João Batista e Gilnei Silveira firmaram-se com seu 'anti-nome' na TV local, a partir de 1973. Seu LP único, deste ano, com 'um som acústico, mais natureza', vendeu 15.000 cópias, apenas em sua região, e o segundo, já encomendado, incluirá 'folclore gaúcho, com arranjo especial'. Na trilha do grupo, há cerca de um ano, 'formaram-se vários conjuntos musicais em Porto Alegre, de diversas tendências'.
A Barca do Sol - Construído sob a divisa 'o clássico e o pop reunidos', o sexteto carioca A Barca do Sol começou num trio, em 1971: Nando Carneiro (violão), Muri (violão e viola) e Marcelo Costa (percussão). Com eles, agora, tocam Jaquinho Morelembaum (violoncelo, violino), Alan Magalhães (baixo), e Richie Court (flauta). E o grupo - atualmente em longa excursão pelo sul - prepara o segundo LP, quando o flautista Court (que vai para o Vímana) será substituído. A atual formação se definiu há dois anos, no Concurso de Música de Férias de Curitiba, apadrinhados por seu mais forte influenciador, Egberto Gismonti. 'Não adianta imitar o som americano ou o rock inglês porque a gente tem outras raízes.' "
(*) Na época Eduardo Dussek adotava o nome artístico Duardo ao invés de Eduardo. Anos depois, ele diria que o Duardo era 'frescura de início de carreira'
Leci Brandão - Ex-operária, ex-telefonista, Leci Brandão, 26 anos, carioca, começou com uma dolorida composição estilo bossa-nova após uma briga com o namorado. Sua irremomível inclinação para o samba, no entanto, levou-a até a ala dos compositores dos Beijoqueiros de Realengo. Venceu três concursos de samba-enredo, o II Encontro Nacional do Compositor de Samba ('Quero Sim') e logrou um honorável terceiro lugar ('Pela primeira vez uma mulher') entre os sambas da Mangueira para o carnaval passado. 'Antes que Eu Volte a Ser Nada' é seu primeiro LP, recém-lançado, sob influências de Paulinho da Viola e Martinho da Vila.
Ednardo - Em 1962, todos se reuniram no bar Anísio, de Fortaleza: Belchior, Fagner, Rodger, Tetti e José Ednardo Soares Costa Sousa. 'Havia muita coisa a mostrar que a província não comportava' - e todos emigraram. Agrupados em São Paulo no Pessoal do Ceará, fizeram um LP, 'embora a única faixa em conjunto tenha sido 'Cavalo Ferro'. O esperado cisma ocorreu. Ednardo participou sozinho do Abertura ('Vaila') e lançou um LP individual, numa hábil fronteira entre o cordel e o rock, Pavão Misterioso': 'Não temas minha donzela/ nossa sorte nessa guerra/ eles são muitos mas não podem voar'.
Dussek e Gil |
Marcus Vinícius - Com base nas emboladas, o baião, frevo e maracatu, o pernambucano Marcus Vinícius, 26 anos, fez um LP na fronteira da vanguarda ('Dedalus'), no ano passado - discreto, mas aplaudido pela crítica. Dezoito anos de nordeste (iniciou sua carreira na mesma época que os pernambucanos Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Naná), disputou e venceu vários festivais regionais. Estudou e a seguir ensinou música contemporânea no Instituto Villa-Lobos, em 1968, depois dirigiu a programação do Museu de Arte Moderna, do Rio. Vinícius - apesar de suas raras aparições públicas - é uma das mais vigorosas revelações da geração pós-Tropicalismo.
Os grupos, do rock ao folclore:
Embora sem rigorosas identidades coletivas, a nova geração com frequência associou-se em grupos de tendências variáveis e nem sempre compatíveis. As influências vão do mais casto folclore brasileiro ao obsessivo rock internacional. Alguns exemplos mais contundentes:
Quinteto Violado - Exceto Sandro (Alexandre Johnson), primeiro flautista da Orquestra Armorial do Recife desde os 14 anos, todos os outros sobreviviam fora da música. Fernando Filizola (viola) é administrador de empresas. Luciano Pimentel (percussão) é economista. Marcelo Melo (violão) é agrônomo. Toinho Alves (baixo) é químico industrial. Quatro LPs e inúmeras excursões, depois de descobertos por Gilberto Gil, em 1971, os Violado vivem de sua atividade de recolher, arranjar e adaptar temas do folclore nordestino. Preferem os instrumentos acústicos e, nos últimos tempos, seus espetáculos são uma espécie de didáticos audiovisuais sobre o nordeste.
O Terço - Lançado em 1969, um ano após os Mutantes, o Terço, em seu início (Jorge Amidem, Vinícius Cantuária, César das Mercês e Sérgio Hinds), foi considerado uma espécie de versão carioca do grupo paulista. De 'Tributo ao Sorriso', no FIC, aos festivais de Juiz de Fora, o grupo se destacava por usar a triviola (uma guitarra de três braços, fabricada por Amidem) e seus vocais harmoniosos, próximos ao folk. Hoje, com plateias cheias, na altura do terceiro LP ('Criaturas da Noite'), Sérgio Hinds (guitarra), Sérgio Magrão (baixo), Flávio Alterosas (teclados) e Luís Moreno (bateria) tocam um rock calculado, de influência inglesa, enquanto seus espetáculos são os que apresentam o mais obstinado cuidado cênico no rock brasileiro.
Banda de Pau e Corda - De início, numa boate própria, Olho Nu, do Recife, em 1972, os instrumentos, 'muito rústicos', justificavam o nome do grupo, equipado agora também com bateria, flauta metálica e baixo moderno. Dois LPs gravados e apenas um de seus seis jovens integrantes (idades entre 16 e 26 anos) ainda estudando, eles exibem com êxito, no Rio, o show 'Alegoria'. Seguem uma linha parafolclórica (cirandas, maracatus, frevos, candomblé), que lembra o Quinteto Violado, mas recusam comparações: Pegamos temas presentes na cultura nordestina e procuramos criar em cima. É um grupo de vivências'.
Vímana - 'Aquela carruagem que os deuses usavam para vir à Terra. O rock para nós é isso: possibilidade de salvação deste mundo poluído, cheio de guerra', diz Lulu, guitarrista e líder do conjunto, formado ainda por Fernando (baixo), Luís Paulo (teclado) e João Luís (bateria). O grande parâmetro do Vímana é o inglês Yes, o que fez o baterista anterior, Candinho, seguidor do guru Maharish Manhesh, abandonar o conjunto, 'porque queria improvisações e não harmonias programadas'. Hoje, tentando o balançado gênero funk, o grupo reclama da impossibilidade de exibir a potência de seu equipamento de 190.000 cruzeiros, 'pela má organização do rock brasileiro'.
Raízes - Charlie, Ângela, Tino. Ângelo, Joba e Rui uniram-se no início de 1973, dispostos a partir das fontes 'do grande e desconhecido folclore da região centro-oeste brasileira'. Gravaram um LP, no ano passado, na Continental, baseado em instrumentos acústicos e uma pretensão um tanto impostada: 'O amor pela terra e a consciência de fazermos parte de um povo que precisa trazer de volta sua memória histórica e emotiva'.
Grupo Capote - Nascido em 1971, quando fez uma série de espetáculos com o ex-tropicalista Tom Zé o Ca (de canto) Po (poesia) Te (teatro) move-se 'numa estrutura musical entre o forró e o rock mágico, acrescido de um swing quebrado na letra e na poesia'. Sempre na fronteira entre a sátira e o mero trocadilho, o Capote, com cinco integrantes, liderado por Odair Cabeça de Poeta, obteve repercussão com 'Tá Cumeno Vrido' e 'Feira da Fruta', depois retirada de circulação, no seu primeiro LP, em 1973. Com o êxito de seu último show, 'Um Diploma de Prata para o Dr. Forró', o grupo decidiu-se pela influência nordestina. Ou: 'Nem a aranha arranha a rã/ nem a rã arranha a aranha'.
Almôndegas - Ensaiando numa sala de porão, cedida pela Sociedade Germânia de Porto Alegre, em troca de shows gratuitos, os Almôndegas estão entre os raros casos de sucesso fora do eixo Rio-São Paulo. Estreantes da Primeira Mostra de Música da cidade, em 1972, ainda como um bando desordenado, Kledir e Kleiton Ramil, Eurico Guimarães, João Batista e Gilnei Silveira firmaram-se com seu 'anti-nome' na TV local, a partir de 1973. Seu LP único, deste ano, com 'um som acústico, mais natureza', vendeu 15.000 cópias, apenas em sua região, e o segundo, já encomendado, incluirá 'folclore gaúcho, com arranjo especial'. Na trilha do grupo, há cerca de um ano, 'formaram-se vários conjuntos musicais em Porto Alegre, de diversas tendências'.
A Barca do Sol - Construído sob a divisa 'o clássico e o pop reunidos', o sexteto carioca A Barca do Sol começou num trio, em 1971: Nando Carneiro (violão), Muri (violão e viola) e Marcelo Costa (percussão). Com eles, agora, tocam Jaquinho Morelembaum (violoncelo, violino), Alan Magalhães (baixo), e Richie Court (flauta). E o grupo - atualmente em longa excursão pelo sul - prepara o segundo LP, quando o flautista Court (que vai para o Vímana) será substituído. A atual formação se definiu há dois anos, no Concurso de Música de Férias de Curitiba, apadrinhados por seu mais forte influenciador, Egberto Gismonti. 'Não adianta imitar o som americano ou o rock inglês porque a gente tem outras raízes.' "
(*) Na época Eduardo Dussek adotava o nome artístico Duardo ao invés de Eduardo. Anos depois, ele diria que o Duardo era 'frescura de início de carreira'
O mais surpreendente foi a apresentação do conjunto Vímana,o Lobão nem se chamava Lobão,rs.
ResponderExcluir