Palavras Domesticadas

Palavras Domesticadas

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Palavras Explodem


Vejo torpedear sobre mim palavras de ordem que parecem naves estelares percorrendo os ares, levitando e remoendo sílabas, procurando sentido em frases soltas a ziguezaguear num balé de palavras, como uma tempestade cósmica a brincar de tiro-ao-alvo em meus ouvidos, e desvendar caminhos secretos em labirintos em espiral que não se sabe onde vão dar. Ligando turbinas, espalhando pelo ar resíduos de um poema-poeira que se perde nos confins de uma memória que não deixa rastros nem registros.
Vejo explosões que formam frases sem sentido pelo espaço, enquanto meus olhos espreitam alfabetos inteiros explodindo e se derramando como lavas de um vulcão, e sorrio, pois a falta de sentido é um motivo a mais para se acreditar que as interrogações e as incertezas são reflexos de um espelho que o mundo quebrou diante de nós para que construamos nossa própria imagem através de nossos atos e pensamentos.

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