Bezerra da Silva é um nome diferenciado no mundo do samba. Incorporou a figura do malandro e cantou o cotidiano da vida no morro, criando personagens, contando histórias e mostrando o dia a dia de uma parte da população que normalmente é discriminada e olhada com desconfiança. As músicas que interpretava eram fornecidas em sua grande maioria por um grupo de compositores anônimos, e que contavam em suas letras um cotidiano que bem conheciam, por conviverem em morros e favelas. A imagem do malandro, incorporada por Bezerra não era uma jogada de marketing, e sim, algo bem autêntico e verdadeiro, por isso a grande força de suas interpretações.
Em 1994 a revista Casseta & Planeta fez uma bem-humorada entrevista com Bezerra:
"(Quando a equipe do Casseta & Planeta vai entrando, ele está sentado atrás de uma mesa coberta de pautas, tocando um trompete.)
C&P - Ué, Bezerra, você toca trompete também? Na capa dos discos você tá sempre com um pandeiro.
Bezerra - Eu apareci mais com a percussão, trabalhei na Orquestra da Globo como percussionista - de tambor de macumba e berimbau, mas toco bateria, violão, cavaco, piano, estudei harmonia oito anos com Joaquim Neves, Aí agora tive um problema respiratório - bronquite, asma - e o médico sugeriu que eu tocasse um instrumento de sopro. PROONNN! (manda ver no trompete). Aí me lembrei que aos sete anos foi esse o primeiro instrumento que botei na mão. PRONFOOON!
C&P - Já tocou piano em delegacia?
Bezerra - 21 vezes! A última foi em 1969. Aí é que tá o negócio: PROOON! Entrei em cana porque não fiz nada. Só se prende pobre e quem não fez nada. Minha ficha penal é nada consta e nunca respondi a um processo. É que existia na época o 'ser detido para averiguação'. Sacumequié, o subdesenvolvimento de um país...
C&P - O cara olhava pra você, te achava com cara de bandido?
Bezerra - 'Seus documentos!' Mas os documentos que eles pediam era a carteira profissional assinada. Se você não tivesse te levavam pra delegacia. Averiguação. Se vissem lá o nada consta te mandavam embora, mas você ficava 24 horas no xadrez esperando o boletim.
C&P - Como é que era a polícia naquela época?
Bezerra - Vamos dizer... não eram bem uns animais... mas quase umas antas, uma coisa por aí. (risos) Talvez o King Kong tivesse mais sentimentos... O camarada entrava na polícia pela janela, era cabo eleitoral, ganhava um revólver e virava policial. A mim nunca bateram. Eu entrei em cana como homem. Fui detido 21 vezes mas não dei a bunda na cadeia. E posso provar isso!
C&P- Não precisa! Não precisa!
Bezerra - Tem uma porrada de vagabundo que tomou no cu lá dentro e agora fica de valentia. Quando dei uns tiros num cara lá do morro foi por causa dessas sacanagens. De vez em quando tem essas coisas. Por isso gravei quela música, 'Bicho Feroz'.
C&P - Você com o revólver na mão é um bicho feroz/ Sem ele anda rebolando e até muda de voz.'
Bezerra - Mas a polícia só prendia pobre, cara, é como até hoje, você não vê um bacana na cadeia. Quem é mais honesto: o Pessoal em Bangu Um ou o pessoal de Brasília?
C&P - Você tem medo mais da bandidagem ou da polícia?
Bezerra - Nunca tive medo de nenhum dos dois. Primeiro porque não conheço bandido. Isso não existe. Não sei se uma pessoa que nasce mamando no peito da mãe dele é bandido. Se você me perguntar se tem marginalizado, vou responder. Agora, bandido é em cinema.
C&P - Você acha que...
Bezerra - Não acho nada, vocês vão me desculpar, tenho até uma tese que a pessoa que usa a frase 'eu acho' é o cara da dúvida, que não quer se responsabilizar com nada, que não sabe o que tá dizendo, o caô caô, que não quer segurar. Eu não acho. Eu provo.
C&P- Noel Rosa já dizia que quem acha vive se perdendo.
Bezerra - Tudo bem, a realidade é que não mudou nada, principalmente num país desse, que foi descoberto por ladrão. Fui pra escola e me enganaram: Cabral o caralho! Ele era ladrão, foi expulso de Portugal e chegou aqui nessa porra onde já tinha índio. O Brasil teve ladrão desde o início! Agora tão aí com mais Plano Caralho dizendo que vai ser diferente... Isso vem da época de Jesus Cristo: Pôncio Pilatos, Maria Madalena, é a mesma coisa, cara! Maconha? A mesma coisa. O pessoal assumiu, o consumo aumentou porque a população cresceu, mas tudo isso já existia, não tem novidade. Mudou só a escola.
C&P- Essas notícias todas sobre a violência são uma campanha contra o Rio de Janeiro?
Bezerra - O problema, entendeu, é a política. Quem é que manda mais no Rio de Janeiro? Quem manda no Brasil? TV Globo. Pronto. O homem da Globo não se dá com o Brizola. Quando Brizola sair as notícias mudam. É assim. Eu conheço o Brasil do Acre a Porto Alegre, fazendo shows. É tudo a mesma coisa, tá todo mundo na bronca, assalto em todo lugar. Agora, pegaram o Rio de Janeiro pra bola da vez. Vocês são pessoas esclarecidas, não são ignorantes, e vão cair nesse caô caô, assinando atestado de burro? Isso se chama Grupolina de Almeida Xavier. Só sendo muito otário pra acreditar no agá desses caras.
C&P- Você falou em maconha, mas o que faz mais a cabeça do ser humano: a umbanda, a maconha ou o cabeleireiro?
Bezerra - O que faz mais a cabeça do camarada é ele mesmo. É a universidade do mundo. Eu aos 15 anos fui expulso de Recife a bem da disciplina, minha mãe me mandou embora, cheguei no Rio descalço, com a roupa do corpo. O Nordeste é ponto final da miséria. Lá não tem o que comer não, cara. Fome no duro, não tinha trabalho, não ia roubar ninguém, peguei um navio e vim embora. Fui trabalhar numa construção civil, comia e dormia na obra. Cheguei em 46 e em 49 fui pro Morro do Cantagalo. Aí começou outra etapa do meu sofrer.
C&P - Por que você foi morar no morro? Queria subir na vida?
Bezerra - Por causa duma mulher, ela disse que conhecia todo mundo lá no morro, papapá, aí chegou lá, já viu, todo mundo era valente no morro, tive que dar um tapa nuns pra sobreviver... Cheguei do Norte, com fome, apavorado, perdi o medo. Circunstâncias da vida: em 1954 fui pra sarjeta. Sete anos na rua morando igual a um mendigo. Sem nada, só a roupa do corpo, dormia no Arpoador, entrava em cana, o caralho. Fora do ar... Só um amigo do Cantagalo ficou comigo, o resto tudo me abandonou. Mulher então nem olhava pra minha cara! A sarjeta é uma universidade onde não tem aproximação na prova. Se você tem que tirar 5, tirou 4,9, já era. Esse é meu diploma. Consegui me levantar.
C&P - Mas quem te botou no samba?
Bezerra - Em 1964 um cidadão chamado Alcides Fernandes, vulgo Dodoca, me viu tocando tamborim e me levou pro rádio. Eu trabalhava como pintor de obra de janeiro a outubro e no resto do ano gravava carnaval. Gravei muito entendeu, 80% das músicas de carnaval dessa época eu participei. Fiz uma gravação tocando três surdos ao mesmo tempo. Aí aquilo foi me dando emprego, orquestra do Moacir, do Raul de Barros, fui classificado como o Melhor Ritimista do Brasil, aquele caô caô, e em 77 fiz um disco de samba com Genaro: 'Partido Alto Nota Dez'. (Mostra as capas emolduradas na parede) Essa aqui é a Primeira-Dama do Samba! (Apresenta Regina, sua esposa, que acabou de entrar).
Regina - Vocês querem cerveja, refrigerante? Vou mandar subir. (Sai pra providenciar)
Bezerra - Regina do Bezerra! Malandro botou o nome dela nos discos pra me caguetar: aí quando as mulatas boas ligam eu malandramente tenho que dizer: ela é minha prima. (risos)
Quando é aquelas coisas ruins eu apresento a minha mulher: sai fora, coroa, tu é pior do que eu! É por aí, né meu cumprade, malandro é malandro, mané é mané! (Regina volta com um talão de cartão de crédito para ele assinar) E eu sou malandro e vou assinar aqui, sacô bicho? (risos) Já viu, né, couro vai comer, hein. (Cara de resignado) Diz que não tem, malandro pra mulher...
Regina (explicando pra rapaziada) - Sexta-feira, começo do mês, eu tenho que comprar umas coisas pro nosso salão de beleza, só com cartão de crédito mesmo...
Bezerra - Não precisa explicar não, todo mundo aí tem mulher, eles sabem como é que é. Tudo otário igual a mim! É sempre assim: 'Pra mim você é lindo, tem uma beleza interior...' A beleza é o interior do meu bolso! (risos) Uma mulher pra dizer que sou lindo tem que tá com três problemas sérios: deficiência visual, desgostosa da vida ou dura - acerto sempre nesse terceiro item! (mais risos) É foda.
C&P - Quem batizou tua música de sambandido?
Bezerra - Começou daí: (Mostra uma página da Veja, emoldurada na parede, com o título 'Bezerra da Silva, cantor dos bandidos'). Se tavam pensando em me prejudicar, porque tem preconceito contra sambista, até me ajudou porque bandido passou a gostar de mim, ninguém faz nada comigo, e quem manda nessa porra sou eu, tá entendendo? Fiz shows em todos os presídios, da Ilha Grande ao Talavera Bruce. Eu vou onde a coruja dorme. (risos)
C&P - Como é a vida na favela hoje? É tiroteio o tempo todo, como a gente vê na TV? Toque de recolher, bala perdida, matança de inocentes, que nem em Vigário Geral...?
Bezerra - Mas o que mais morre é inocente! Não sei se é novidade pra vocês, mas o prejudicado é sempre o inocente. Lembra quando Herodes mandou matar todas as crianças de Nazaré?
C&P - Não, a gente não era nascido ainda.
Bezerra - Isso se chama 'frutos do regime'. Tem uma classe dominante que é responsável por isso: eles é que exploram a marginalidade. Tenho uma música que diz: 'Bandido é cabide de emprego'. Essas crianças que tão aí são vítimas de uma sociedade famigerada: amanhã vão ser bandidos pra sustentar eles. Por que os jornalistas não dizem isso? Tão com medo de quê?
C&P - Vem cá, não tem como mandar os meninos de rua pra calçada, onde pelo menos não passa carro?
Bezerra - Isso é conversa fiada, isso tem cura, é como se você tivesse com uma dor de dente, num estado profundo de cárie que não tem mais como restaurar: se o dentista não quer lhe roubar, extrai logo. Mas se quiser se dar bem vai alimentando aquilo, bota um negócio aqui e ali, aquela porra tá sempre doendo e ninguém cura. Agora, tudo bem. Algum de vocês conhece favela?
C&P - Eu conheço
Bezerra - Já morou lá? Então não conhece. Graças a Deus. Você tá falando com favela, bicho, morei 20 anos no Cantagalo, então não vem com essas conversas de caô caô, não acredita que uma criança com seis meses seja bandido. Procriação é a lei da natureza. Você é um operário, tá bom, morando no morro. Trabalhador. Vai acreditar que todos os habitantes do lugar onde você mora sejam bandidos, que ali só tem marginal? Mas é o que a sociedade diz. Jornal só chega depois, não vê porra nenhuma, e escreve que viu tudo.
C&P - Mas você não conheceu nenhum bandido mesmo, um cara assim mau pra caralho?
Bezerra - Mau? (ri) Brasileiro não é mau, cara. Não tem índole pra isso. Olha, desculpa, se brasileiro tivesse raça mesmo, não ia ter porra nenhuma disso! Brasileiro é de grupo! Não é de porra nenhuma! Fala muito alto enquanto o Flamengo não faz um gol. O outro vem, toma o dinheiro de todo mundo, e fica todo mundo rindo... Isso é casa de mãe Joana, porra! Lá no Cairo, na casa do caralho, numa parada de 7 de setembro, um cara saltou do carro e fuzilou todo mundo no palanque. O tigre é um animal de porte violento mas se tiver de barriga cheia não ataca ninguém. Agora, brasileiro tá fudido, tá com fome, mas tá tapando o sol com a peneira. Cadê a Queda da Bastilha pra libertar essa porra?"
(continua)
C&P - Por que você foi morar no morro? Queria subir na vida?
Bezerra - Por causa duma mulher, ela disse que conhecia todo mundo lá no morro, papapá, aí chegou lá, já viu, todo mundo era valente no morro, tive que dar um tapa nuns pra sobreviver... Cheguei do Norte, com fome, apavorado, perdi o medo. Circunstâncias da vida: em 1954 fui pra sarjeta. Sete anos na rua morando igual a um mendigo. Sem nada, só a roupa do corpo, dormia no Arpoador, entrava em cana, o caralho. Fora do ar... Só um amigo do Cantagalo ficou comigo, o resto tudo me abandonou. Mulher então nem olhava pra minha cara! A sarjeta é uma universidade onde não tem aproximação na prova. Se você tem que tirar 5, tirou 4,9, já era. Esse é meu diploma. Consegui me levantar.
C&P - Mas quem te botou no samba?
Bezerra - Em 1964 um cidadão chamado Alcides Fernandes, vulgo Dodoca, me viu tocando tamborim e me levou pro rádio. Eu trabalhava como pintor de obra de janeiro a outubro e no resto do ano gravava carnaval. Gravei muito entendeu, 80% das músicas de carnaval dessa época eu participei. Fiz uma gravação tocando três surdos ao mesmo tempo. Aí aquilo foi me dando emprego, orquestra do Moacir, do Raul de Barros, fui classificado como o Melhor Ritimista do Brasil, aquele caô caô, e em 77 fiz um disco de samba com Genaro: 'Partido Alto Nota Dez'. (Mostra as capas emolduradas na parede) Essa aqui é a Primeira-Dama do Samba! (Apresenta Regina, sua esposa, que acabou de entrar).
Regina - Vocês querem cerveja, refrigerante? Vou mandar subir. (Sai pra providenciar)
Bezerra - Regina do Bezerra! Malandro botou o nome dela nos discos pra me caguetar: aí quando as mulatas boas ligam eu malandramente tenho que dizer: ela é minha prima. (risos)
Quando é aquelas coisas ruins eu apresento a minha mulher: sai fora, coroa, tu é pior do que eu! É por aí, né meu cumprade, malandro é malandro, mané é mané! (Regina volta com um talão de cartão de crédito para ele assinar) E eu sou malandro e vou assinar aqui, sacô bicho? (risos) Já viu, né, couro vai comer, hein. (Cara de resignado) Diz que não tem, malandro pra mulher...
Regina (explicando pra rapaziada) - Sexta-feira, começo do mês, eu tenho que comprar umas coisas pro nosso salão de beleza, só com cartão de crédito mesmo...
Bezerra - Não precisa explicar não, todo mundo aí tem mulher, eles sabem como é que é. Tudo otário igual a mim! É sempre assim: 'Pra mim você é lindo, tem uma beleza interior...' A beleza é o interior do meu bolso! (risos) Uma mulher pra dizer que sou lindo tem que tá com três problemas sérios: deficiência visual, desgostosa da vida ou dura - acerto sempre nesse terceiro item! (mais risos) É foda.
C&P - Quem batizou tua música de sambandido?
Bezerra - Começou daí: (Mostra uma página da Veja, emoldurada na parede, com o título 'Bezerra da Silva, cantor dos bandidos'). Se tavam pensando em me prejudicar, porque tem preconceito contra sambista, até me ajudou porque bandido passou a gostar de mim, ninguém faz nada comigo, e quem manda nessa porra sou eu, tá entendendo? Fiz shows em todos os presídios, da Ilha Grande ao Talavera Bruce. Eu vou onde a coruja dorme. (risos)
C&P - Como é a vida na favela hoje? É tiroteio o tempo todo, como a gente vê na TV? Toque de recolher, bala perdida, matança de inocentes, que nem em Vigário Geral...?
Bezerra - Mas o que mais morre é inocente! Não sei se é novidade pra vocês, mas o prejudicado é sempre o inocente. Lembra quando Herodes mandou matar todas as crianças de Nazaré?
C&P - Não, a gente não era nascido ainda.
Bezerra - Isso se chama 'frutos do regime'. Tem uma classe dominante que é responsável por isso: eles é que exploram a marginalidade. Tenho uma música que diz: 'Bandido é cabide de emprego'. Essas crianças que tão aí são vítimas de uma sociedade famigerada: amanhã vão ser bandidos pra sustentar eles. Por que os jornalistas não dizem isso? Tão com medo de quê?
C&P - Vem cá, não tem como mandar os meninos de rua pra calçada, onde pelo menos não passa carro?
Bezerra - Isso é conversa fiada, isso tem cura, é como se você tivesse com uma dor de dente, num estado profundo de cárie que não tem mais como restaurar: se o dentista não quer lhe roubar, extrai logo. Mas se quiser se dar bem vai alimentando aquilo, bota um negócio aqui e ali, aquela porra tá sempre doendo e ninguém cura. Agora, tudo bem. Algum de vocês conhece favela?
C&P - Eu conheço
Bezerra - Já morou lá? Então não conhece. Graças a Deus. Você tá falando com favela, bicho, morei 20 anos no Cantagalo, então não vem com essas conversas de caô caô, não acredita que uma criança com seis meses seja bandido. Procriação é a lei da natureza. Você é um operário, tá bom, morando no morro. Trabalhador. Vai acreditar que todos os habitantes do lugar onde você mora sejam bandidos, que ali só tem marginal? Mas é o que a sociedade diz. Jornal só chega depois, não vê porra nenhuma, e escreve que viu tudo.
C&P - Mas você não conheceu nenhum bandido mesmo, um cara assim mau pra caralho?
Bezerra - Mau? (ri) Brasileiro não é mau, cara. Não tem índole pra isso. Olha, desculpa, se brasileiro tivesse raça mesmo, não ia ter porra nenhuma disso! Brasileiro é de grupo! Não é de porra nenhuma! Fala muito alto enquanto o Flamengo não faz um gol. O outro vem, toma o dinheiro de todo mundo, e fica todo mundo rindo... Isso é casa de mãe Joana, porra! Lá no Cairo, na casa do caralho, numa parada de 7 de setembro, um cara saltou do carro e fuzilou todo mundo no palanque. O tigre é um animal de porte violento mas se tiver de barriga cheia não ataca ninguém. Agora, brasileiro tá fudido, tá com fome, mas tá tapando o sol com a peneira. Cadê a Queda da Bastilha pra libertar essa porra?"
(continua)
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