Frank Zappa foi um músico revolucionário e experimentalista, que sempre nadou contra a maré, não fazendo concessões e realizando seu trabalho da maneira mais livre, criativa e irreverente. E justamente a irreverência foi sua principal característica. Zombava da sociedade, da indústria musical, de políticos e líderes mundiais sem se importar com as consequências. Músico superdotado e compositor refinado, deixou uma obra riquíssima, até sua morte em 1993.
Em maio de 1975 a revista Pop trazia uma matéria sobre Zappa, destacando a fama de maldito e músico de difícil definição. A matéria tem como título "Frank Zappa - Para ele o palco é um mundo onde tudo é permitido". É uma boa definição para esse músico inquieto, que experimentou como poucos a liberdade de criar sua música como sempre quis. Segue abaixo a matéria:
"As rádios americanas boicotam seus discos com incrível regularidade há mais de dez anos. Os críticos se esforçam mas não conseguem classificar sua música. Grande parte do público de seus shows levanta-se antes do fim e vai embora, xingando-o de sujo e obsceno para cima. Isso, longe de o abalar, serve apenas para dar mais alegria ao genial e revolucionário Frank Zappa - guitarrista, cantor, compositor e arranjador. Nascido há 35 anos em Baltimore, EUA, Zappa abandonou a escola aos 18, e um ano depois já estava morando sozinho, em Los Angeles, munido de guitarra e com acabeça cheia de ideias malucas.
Quando começou a mostrar seu trabalho, em 1964, com um grupo chamado The Mothers of Invention (As Mães da Invenção), conseguiu fundir a cuca de todo mundo e tornou-se um dos mais combatidos e adorados músicos contemporâneos. Nos shows, mesmo depois da dissolução dos Mothers, Zappa promove verdadeiros acontecimentos: passa muito tempo em silêncio, fazendo mímica; mistura música clássica com rock, jazz com sons orientais;. veste os músicos com roupas de mulher (desde antes da onda andrógina); dá toda a liberdade possível a músicos e público - que cada um faça o que lhe der na cabeça. Mas, em cima dessas experiências piradas, Zappa jamais deixa de colocar sua agudíssima musicalidade e letras cínicas, sarcásticas e implacavelmente críticas, que fazem tremer as estruturas da ordem estabelecida e também de seus ferozes e radicais contestadores."
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ResponderExcluirOi Márcio li seu post de 19 de março de 2012 e me interessei muito pelo conteúdo, sobre o show do Boca Livre e a produtora Abertura. Sabe me dizer se a produtora ainda existe? Você tem algum e-mail para que possamos conversar? Meu e-mail é lariquinha@hotmail.com. Obrigada!
ResponderExcluirA produtora Abertura não mais existe. No verão seguinte (1980) a produtora, em seu segundo show promovido, em uma praia da região, amargou um grande prejuízo. A Abertura contratou Beth Carvalho, mas a mesma não deu o show. Segundo contam a cantora bebeu demais e ficou sem condições de cantar, mas ela alegou algum problema com a produção. O caso se arrastou na Justiça por anos, e só muitos anos depois a produtora Abertura, na pessoa de seus sócios, ganhou a causa, mas a produtora não mais existia por conta do prejuízo que levou.
ResponderExcluirUm abraço