Palavras Domesticadas

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terça-feira, 27 de abril de 2010

Muito Rock'n Roll no Telão



Ontem terminei de ler o livro sobre o festival de Woodstock, sobre o qual havia falado nesse espaço quando o comprei. O livro descreve não só o festival em si, como também comenta sobre o documentário que foi gravado. E me lembrei de quando o assisti pela primeira vez. O filme passou nos cinemas daqui quando foi lançado, mas eu era criança, e embora tivesse noção que uma coisa grandiosa havia acontecido, não era ainda minha área de interesse, e eu nem tinha idade para assistir. Quando adolescente, já devidamente consciente do que Woodstock significava, finalmente eu teria a oportunidade de assistir a uma sessão do filme. Quando tinha 15 anos, no antigo Cine Capitólio acontecia aos sábados, às 22h uma sessão especial, chamada Sessão Arte, onde só passavam filmes premiados, no caso Woodstock havia ganho o Oscar de melhor documentários em 1970. Porém naquele sábado, eu estava fortemente gripado, com uma febre de quase 40º graus. Até tentei ir assim mesmo, mas não havia a menor condição. Fiquei frustradíssimo. Naquela época nem vídeo-cassete existia, portanto para se assistir a um filme só no cinema, na tv, ou em salas especiais, tipo cineclube. Passei parte de minha juventude sem acesso àquelas imagens que eu tanto sonhava em ver. Até que em 1981, o público fã de rock teve uma surpresa das mais agradáveis. Um cinema da cidade, Dom Marcelo, que se localizava onde hoje é uma agência do banco HSBC, na rua 13 de Maio, fez uma programação especial de filmes clássicos de rock durante uma semana inteira. Parecia um sonho. A programação incluía Last Waltz (o Último Concerto de Rock), The Songs Remains The Same (do Led Zeppelin), Tommy e Woodstock. O único ponto destoante foi Fama, que fechou a semana, e não tinha nada a ver com o restante da programação. Assisti a toda programação, exceto Tommy, que já havia assistido, e obviamente, Fama. Eu até assistiria Tommy novamente, mas era fim de mês, e coincidentemente, o pouco dinheiro que restava de minha mesada era exatamente o valor que teria que pagar pelos ingressos dos três filmes que assisti. Woodstock, que tinha três horas de duração (o livro fala em três horas e meia) eu assisti duas sessões seguidas. O Último Concerto de Rock, eu também assisti duas vezes. Lembro que o filme do Led Zeppelin não passou aqui quando foi lançado. Realmente, naqueles tempos pré-vídeo-cassete, dvd e downloads pela internet, assistir àquelas imagens no telão na mesma semana foi um evento dos mais marcantes.

2 comentários:

  1. O dvd triplo que eu adquiri há algum tempo (juntamente com este livro) tem uns extras antológicos!!! Estou te devendo essa... só não esqueça o meu Van morisson!!!hehehe

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